Protestos de rua forçam renúncia de governo. No Líbano.

Demorou seis dias, não mais. O governo libanês renunciou coletivamente após ficar claro que a explosão do último dia 4 ocorreu por inépcia crassa. Ao todo, morreram mais de 150 pessoas, seis mil se feriram e centenas de milhares ficaram sem moradia. No anúncio, feito pelo premiê Hassan Diab, ele afirmou que continuará no comando do Executivo enquanto o Parlamento se reúne com o presidente para escolher o novo gabinete. Diab não chegou a ficar um ano no cargo — seu antecessor, Saad Hariri, havia renunciado em outubro. (New York Times)

Embora as 2.750 toneladas de explosivo estivessem já há anos armazenadas no porto, o governo foi alertado em julho de que sua manutenção na capital poderia causar uma explosão de grande porte. O comitê que analisou a situação foi nomeado pelo próprio governo de Hassan Diab, em janeiro. (Reuters)

O anúncio de Diab, feito pela TV, teve tons de drama. De acordo com ele, a explosão é fruto de um processo de corrupção que vai além do governo e contaminou a sociedade libanesa. A opinião é compartilhada por boa parte da sociedade, que nos últimos dias foi em massa às ruas para exigir a renúncia. (Al Jazeera)

Compreenda: como funciona a política libanesa. (Globo)

O ex-presidente Michel Temer obteve permissão da Justiça Federal para deixar o Brasil no comando de uma delegação humanitária que vai a Beirute. Além de Temer, também o acompanha o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o marqueteiro do ex-presidente, Elsinho Mouco. O governo federal não esclareceu qual será a função diplomática de Mouco. (Poder 360)

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Leandro Colon: “O Brasil atinge a desoladora marca de 100 mil mortos pelo Covid-19 ao mesmo tempo em que novos elementos surgem sobre as ligações entre Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro. Dois temas distintos que dividiram casualmente o noticiário. Eles coincidem em um ponto: o silêncio do presidente da República. A defesa capenga e a falta de esclarecimentos sobre os novos fatos reforçam as suspeitas de que Michelle foi elo do esquema das ‘rachadinhas’ da Assembleia do Rio. É muito grave. Em um país um pouco mais sério, o Congresso cobraria resposta de Bolsonaro e investigaria o caso. Em um país que tem o centrão dando as cartas, isso não vai acontecer. Da mesma maneira o Parlamento se omite no comportamento doloso do governo na pandemia. Ignora a narrativa criminosa do presidente em defesa da hidroxicloroquina e assiste silenciosamente ao naufrágio da gestão militar no Ministério da Saúde. O presidente não precisa se preocupar muito. Pode continuar omisso e tocando sua própria vida enquanto não houver uma reação decente por parte de quem deveria fazê-lo.” (Folha)

Então... Apareceu mais uma: casada com o então deputado Jair Bolsonaro, sua ex-mulher Rogéria pagou R$ 95 mil em espécie por um imóvel, no Rio de Janeiro. A transação ocorreu em 1996 e, corrigido para valores de hoje, seriam R$ 621,5 mil. (Globo)

Pode ser... Mas o Ministério Público do Rio perdeu os prazos para recorrer contra o foro especial garantido pelo TJ do Rio ao senador Flávio Bolsonaro, conta Bela Megale. Ao menos, é o que alega o próprio Tribunal de Justiça. (Globo)

O juiz Flávio Antônio da Cruz, da 11ª Vara Federal de Curitiba, condenou a União a pagar indenização de R$ 59 mil ao coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol. O juiz considerou que o ministro Gilmar Mendes atuava como funcionário público federal quando afirmou que os procuradores eram crápulas e cometeram crimes. “Por mais que se possa criticar a operação Lava-Jato, isso não pode ser feito de qualquer modo, atingindo-se a honra dos servidores do povo que nela atuam”, afirmou Cruz na sentença. O governo deve recorrer. (Globo)

O candidato democrata Joe Biden anuncia nos próximos dias o nome de quem dividirá sua chapa na disputa pela Casa Branca. As quatro finalistas são as senadoras Kamala Harris e Elizabeth Warren, a ex-assessora de segurança nacional Susan Rice e a governadora do Michigan, Gretchen Whitmer. (New York Times)

Viver

O país registrou 721 mortes pela Covid-19 confirmadas nas últimas 24 horas, chegando ao total de 101.857 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 1.022 óbitos, uma variação de +2% em relação aos dados registrados em 14 dias. Em casos confirmados, já são 3.056.312 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 20.730 desses confirmados no último dia.

Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde, disse ontem apoiar medidas de afastamento social -  divergindo do próprio discurso e das ações da Presidência da República, como a orientação para abertura. “Medidas preventivas e afastamento social são medidas de gestão dos municípios e estados, e nós apoiamos todas elas, porque quem sabe o que é necessário naquele momento precisa de apoio, e nós apoiamos. Mas fica a lembrança de que, independentemente da medida que se tome, tem que estar aliada à capacidade de triar e procurar se as pessoas estão ou não com sintomas, o tempo todo”.

Aliás, documento elaborado pelo Palácio do Planalto e divulgado ontem com dados do último sábado, traz em destaque os nomes de governadores e prefeitos das regiões com maior número de casos e óbitos por Covid-19. O documento, com nomes de desafetos do presidente Jair Bolsonaro, foi elaborado pela Secretaria de Governo da Presidência da República e distribuído a parlamentares da base aliada.

Pois é. O Ministério da Saúde tem dado destaque ao número de recuperados, chegando inclusive a postar diariamente o que chamou de Placar da Vida, com dados atualizados de "brasileiros salvos", reforçando o número como sinônimo de que o Brasil está conseguindo controlar a pandemia. Especialistas descrevem essa estratégia como "negacionismo". Vamos aos dados. O Brasil contabiliza até agora, 100 mil mortes para 2,2 milhões de recuperados. Isso significa uma pessoa morta para 22 que se recuperaram da doença. Essa proporção é muito inferior à de outros países que conseguiram controlar a pandemia como a Coreia do Sul. Ali, foram 305 mortos para 13,7 mil recuperados. Ou seja, uma pessoa morreu para 45 que se recuperaram da doença.

O Brasil teve pelo menos 24.759 notificações de mortes por Covid-19 em julho. A marca faz com que a doença seja a maior causa de óbitos quando considerada a média das mortes para julho de 2014 a 2018, últimos 5 anos com dados disponíveis.

Sobre as vacinas, o Ministério da Saúde da Rússia concedeu a aprovação regulatória para a primeira vacina contra Covid-19 do mundo, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Moscou, após menos de dois meses de testes em humanos. O anúncio foi feito hoje pelo presidente do país, Vladimir Putin. Ele afirmou que espera que a Rússia comece em breve a produção em massa da vacina, e anunciou que sua filha já recebeu uma dose da substância. À CNN, o secretário de imprensa do RDIF, Arseny Palagin, explicou que a partir do momento que a vacina for registrada, ela poderá ser aplicada em médicos e integrantes de grupos de risco. A eficácia da vacina no Instituto Gamaleya será testada por meio de ensaios clínicos que acontecerão ao mesmo tempo que essa primeira etapa de vacinação.

As aulas nas escolas da rede pública estadual em Manaus voltaram ontem para cerca de 110 mil alunos.O Amazonas é o primeiro estado a retomar as atividades presenciais nas escolas públicas. O governo publicou uma série de medidas que devem ser adotadas pelos estudantes —entre as instruções, está o uso obrigatório de máscaras. As atividades presenciais devem acontecer com apenas 50% dos estudantes nas salas de aula das 123 escolas da capital.

Das 27 unidades da federação, apenas 4 definiram uma data de previsão para a reabertura das escolas após a suspensão das atividades presenciais com a pandemia do novo coronavírus. Entre as capitais, só 2 têm data proposta para o retorno. Levantamento feito pela Folha indica que apenas o Amazonas, Distrito Federal, São Paulo e Paraná já definiram uma data de retorno, ainda que as autoridades afirmem ser apenas uma previsão. Entre as capitais, apenas São Luís (MA) e Belém (PA), anunciaram datas para retornar às aulas. As duas planejam a volta para setembro. O Ministério da Educação não criou até o momento nenhum protocolo de retorno ou anunciou apoio financeiro às redes de ensino.

O governo de São Paulo anunciou que municípios há 28 dias na fase amarela (em que há redução do contágio) podem autorizar o funcionamento de suas escolas, públicas e privadas, em 8 de setembro. Para o Estado como um todo, a previsão de retorno foi adiada para 7 de outubro. Na prática, a decisão sobre a abertura em setembro ficará nas mãos das prefeituras, que sofrem pressão da rede privada para a retomada das aulas. Segundo o Estadão, escolas privadas de educação infantil têm ido à falência ou tiveram redução de até 80% nas receitas.

Um crescente derramamento de óleo de um cargueiro japonês nas ilhas Mauricio vem ameaçando uma costa intocada e protegida. Uma galeria com 16 fotos desta nação insular do Oceano Índico, onde um navio encalhou há duas semanas.

Hora de Panelinha no Meio. Agosto é época da erva-doce, essa hortaliça da família do anis, endro, funcho e alcaçuz, que tem sabor adocicado e textura crocante. Acompanhar a sazonalidade dos alimentos é um jeito fácil de garantir variação à mesa. No Panelinha, tem uma página dedicada ao ingrediente, com as informações de como escolher, armazenar e preparar e, claro, muitas receitas.

Cultura

A temporada Beethoven 250 foi retomada por meio de programação digital em sua primeira semana em capitais brasileiras. Na sexta, 7, e sábado, 8, dois grupos de cerca de 50 músicos da Osesp se alternaram para interpretar duas aberturas e duas sinfonias, transmitidas ao vivo da Sala São Paulo. O concerto de sábado da Osesp, por exemplo, foi assistido por mais de 14 mil pessoas, o equivalente a dez concertos presenciais numa Sala lotada. Assista.

Mas nem tudo são flores. As artes de performance são ligadas à necessidade de um contato direto com o público. A emoção da plateia invade o palco; músicos em transe recriam obras-primas – e todos saem do concerto considerando-se privilegiados por terem testemunhado e/ou criado um evento artístico único. A transmissão digital quebra esse virtuoso trinômio obra-músicos-público, que se concretiza por uma ou duas horas e depois desvanece no ar. É também um teste para os artistas.

Cotidiano Digital

A Tencent quer criar gigante de streaming de games na China. A operadora do WeChat está em negociação para a fusão das plataformas de jogos Huya e a DouYu. A Tencent, que tem participação de 37% na primeira e de 38% na segunda, quer se tornar a maior acionista da entidade combinada, segundo a Bloomberg. O acordo criaria uma gigante online com mais de 300 milhões de usuários e valor de mercado de US$ 10 bilhões. O serviço seria altamente rentável, semelhante ao Twitch, da Amazon, e reforçaria a posição da Tencent no mercado doméstico em meio à crescente hostilidade do governo Trump contra empresas de tecnologia chinesas.

Por falar em games… A Amazon lançou o Prime Gaming. O serviço é um benefício incluso para quem já assina o Amazon Prime e vai oferecer jogos gratuitos mensalmente. Também dá uma assinatura grátis por mês para qualquer canal dentro da Twitch.

E no dia 15 de setembro, a Microsoft vai lançar o Project xCloud, o seu streaming de games em smartphones e tablets Android. Por enquanto só estará disponível em 22 países, com o Brasil de fora.

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