Guedes fica; custo: R$ 5 bi

O governo enviará, ao Congresso Nacional, projeto de lei para abertura de crédito extraordinário de R$ 5 bilhões que financiarão obras em andamento. A verba servirá ao Ministério do Desenvolvimento Regional, tocado por Rogério Marinho, e o da Infraestrutura, de Tarcísio de Freitas. Embora o Legislativo não tenha recebido ainda a papelada, já há acordo para a votação — será na quarta-feira que vem e deve ser aprovado. (Poder 360)

O Congresso já se movimenta para que, após a parcela de R$ 600 do auxílio emergencial paga em setembro, ele seja prorrogado por ainda um mês mais, ainda que num patamar menor, até que seja substituído pelo programa que substituirá o Bolsa Família — o Renda Brasil. Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, cobra do Planalto que decida onde fará cortes para financiar seu projeto. “O governo quer acabar com o seguro-defeso, o abono salarial, cortar os recursos do sistema S?”, perguntou Maia. “Tem base para fazer isso no Congresso?” O deputado é contra a recriação da CPMF, proposta pelo ministro Paulo Guedes. Na avaliação de Maia, seria impor à classe média e aos mais pobres o custo do programa. (Valor)

Em 1980, quando Leonel Brizola havia recém-voltado do exílio, o dramaturgo Plínio Marcos o provocou. “O senhor está falando numa linguagem de político em que o povo não acredita mais”, disse. O velho caudilho trabalhista tinha um complicado projeto de chegada ao poder. “A gente sabe que o povo precisa comer, precisa morar, precisa trabalhar, precisa de um mínimo para viver com dignidade. Mas se vem um carismático de direita e joga essas pequenas coisas, que são o mínimo que o ser humano quer, não leva essa massa?” O diálogo foi redescoberto na edição de hoje do Valor, pela editora de Política, Andrea Jubé. (Valor)

Bruno Boghossian: “Ainda na eleição, Jair Bolsonaro tentou abafar os primeiros rumores de que Paulo Guedes deixaria sua equipe. Apesar do aval público, o presidente manteve o conselheiro sob risco permanente. Bolsonaro precisou defender o auxiliar outras seis vezes. Negou sua demissão e simulou apoio a sua agenda. Em quase todos os casos, porém, forçou o ministro a recuar e preservou os ruídos da relação. Sob pressão para abrir o cofre, Guedes ganhou sua sétima vida na segunda. Desta vez, Bolsonaro disse que a saída do auxiliar ‘nunca foi cogitada’. Com tantas garantias de permanência, ele se tornou o ministro mais frágil da Esplanada.” (Folha)

Vera Magalhães: “Em tempos de uma ‘briga danada’ pelo Orçamento, a escolha de prioridades diz tudo sobre o governo de turno, mais preocupado em recompor o que considera ‘injustiças’ com os militares cometidas desde a redemocratização, que na verdade são apenas um tremendo reforço a privilégios seculares. Enquanto isso, num país em que uma menina de 10 anos tem de ser submetida a um aborto legal porque engravidou do tio que a estuprava seguidamente desde os 6, educar crianças e jovens não é uma urgência. Essa receita descompensada de dilmismo fiscal, populismo nacionalista à la Médici e delírios chavistas de militarização não tem como resultar em boa coisa na plena vigência de alguns estatutos legais. São eles a Constituição, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a já condenada lei do teto de gastos, pelos quais os demais Poderes precisam zelar. Paulo Guedes parece disposto a bater continência e abrir as burras da Viúva para um projeto de hipertrofia da Defesa que não esconde a velha crença de Bolsonaro de que se, lá na frente, precisar fechar o STF e o Congresso, vai precisar do cabo e o soldado satisfeitos e engajados no seu projeto.” (Estadão)

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O Supremo começa a julgar, hoje, ação contra o dossiê produzido dentro do Ministério da Justiça a respeito de 600 servidores públicos que seriam ligados a movimentos antifascistas. No processo movido pela Rede, é pedido abertura de inquérito contra o ministro André Mendonça além de remessa do que tiver sido levantado ao STF. O ministério não repassou o material. A relatora, ministra Cármen Lúcia, deve ser rígida. “A gravidade do quadro descrito se comprovar, escancara comportamento incompatível com os mais basilares princípios democráticos do Estado de Direito e que põem em risco a rigorosa e intransponível observância dos preceitos fundamentais da Constituição da República”, ela redigiu. (G1)

Enquanto isso... A Polícia Federal vai investigar a conta de Twitter Sleeping Giants Brasil. O usuário anônimo informa a grandes empresas que sua publicidade está em sites extremistas que promovem notícias falsas ou conteúdo de ódio. Segundo o delegado Ricardo Filippi Pecoraro, diz Mônica Bergamo, Sleeping Giants atenta contra a liberdade de expressão e promove denúncias caluniosas. (Folha)

Meio em vídeo: A jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, foi a primeira a desvendar por dentro como era alimentada a rede de boatos, mentiras e manipulações políticas no WhatsApp. Desde então, fez uma extensa cobertura das redes de desinformação e ataques. Foi, também, vítima delas — uma das principais vítimas na imprensa brasileira. E é sobre isto, assim como seu recém-lançado livro A máquina do ódio, que ela fala na entrevista da semana. Assista.

O presidente malês, Ibrahim Boucabar Keïta, assim como o premiê, Boubou Cissé, chegaram a ser detidos no início da noite de ontem, num levante que a União Europeia descreveu como “tentativa de golpe militar”. Pode ter havido, também, uma quartelada entre militares de baixa patente por aumentos de salário. Soldados circulam armados pelas ruas da capital, Bamako, e Keïta optou por renunciar ao mandato que ainda tinha três anos — “não quero derramar sangue para me manter no poder”, ele afirmou em rede de TV. O Mali é um país africano grande em território mas com apenas 19 milhões de habitantes, imediatamente ao sul da Argélia, não longe do Atlântico. O governo de Keïta é acusado de corrupção e parte do território está sob o controle de uma milícia jihadista. Ainda não está claro quem está no comando do país. (Guardian)

Viver

O Brasil ultrapassou 110 mil mortes. Nas últimas 24 horas, registrou 1.365 mortes pela Covid-19 confirmadas, chegando ao total de 110.019 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 989 óbitos, uma variação de -4% em relação aos dados registrados em 14 dias. Em casos confirmados, já são 3.411.872 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 48.637 desses confirmados no último dia. No total, 2 estados e o Distrito Federal apresentaram alta de mortes: MG, DF e AM. (G1)

Com as novas mortes registradas, o país iguala a taxa de mortalidade dos EUA. Ambos os países agora apresentam 52,5 mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes. (Folha)

Apesar do número de mortes diárias não diminuir, a taxa de isolamento vem caindo e atingiu o menor índice em agosto, segundo o Datafolha. Em 17 de abril, com 210 mortes no dia, 21% dos brasileiros se diziam em isolamento completo e 50% diziam que só saíam de casa quando era inevitável. Em 11 de agosto, quando foram confirmadas 1.274 mortes, o total de brasileiros que se diziam em isolamento total foi de 8%, enquanto a taxa de pessoas que diziam evitar sair foi de 43%. (Folha)

Sobre o retorno das escolas... O prefeito de São Paulo, Bruno Covas descartou retornar as aulas presenciais em setembro. Um levantamento da prefeitura descobriu que 16,1% de estudantes entre 4 e 14 anos da rede municipal tiveram contato com o vírus e, desses, apenas 66,4% têm anticorpos. Enquanto no Rio de Janeiro, o secretário estadual de Saúde, Alex Bousquet, afirmou que pode autorizar a reabertura da rede pública no estado a partir do dia 15 de setembro. (Globo)

Enquanto a Anvisa aprovou o quarto estudo clínico de vacina no Brasil. A fase 3 da vacina da Johnson & Johnson deve começar em setembro com mais de sete mil voluntários de sete estados brasileiros.

Um estudo, ainda não revisado, da Universidade de Oxford descobriu que um em cada 16 pacientes com Covid-19 que nunca teve uma doença mental será diagnosticado com algum transtorno desse tipo dentro de três meses após a infecção. O risco ainda é duas vezes maior em pacientes que precisaram ser hospitalizados. As doenças mais comuns foram transtornos de ansiedade, mas depressão, insônia e, raramente, demência, também ocorreram. (G1)

O tio acusado de estuprar e engravidar a menina de 10 anos no Espírito Santo, se entregou e foi preso em Minas Gerais. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Espírito Santo, ele teria confessado informalmente o crime à polícia e realizará exame de DNA para comprovar o caso.

Enquanto o YouTube encerrou a conta da militante extremista Sara Giromini após ela ter divulgado em vídeo a identidade da menina e onde seria feito o aborto. A Justiça havia determinado que o Facebook, Twitter e YouTube retirassem do ar quaisquer postagens com informações pessoais do caso.

Uma grande massa de ar frio se aproxima do país e vai derrubar as temperaturas nos próximos dias na maior parte dos estados, inclusive no Norte e Nordeste, como Amazonas e Bahia. Esta é a terceira vez que o fenômeno ocorre no Brasil este ano, mas a primeira com tamanha intensidade e abrangência. Algumas partes do Sul devem registrar neve e, no Centro-Oeste, temperaturas cairão mais de 15º C. Nas regiões mais quentes, como São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, devem ocorrer temporais entre terça e quarta-feira, inclusive com queda de granizo em algumas áreas.

Cultura

Luiz Gama, um dos principais intelectuais do século 19, se libertou da escravidão para se tornar uma das principais vozes do abolicionismo brasileiro. Lições de Resistência, livro que compila seus artigos jornalísticos, será publicado pela Edições Sesc. O lançamento de um volume graúdo com quase tudo o que escreveu na imprensa vem afinado à onda dos movimentos que procuram resgatar figuras apagadas por uma história escrita por homens brancos. Não é como se Luiz Gama fosse um desconhecido, como atestam o monumento no Arouche e relatos da enorme comoção pública em seu funeral. Mas é muito menos frequente na bibliografia de cursos de letras e direito que o trabalho de uma gama de pensadores brancos.

Cotidiano Digital

Mais um capítulo na história do TikTok. A Oracle vai entrar na disputa do app. Segundo a Bloomberg, a empresa americana estuda fazer uma oferta para comprar as operações do aplicativo nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, rivalizando com a Microsoft.

A próxima geração de iPhones pode vir com serviços de assinatura. Segundo a Bloomberg, o projeto Apple One deve ser lançado em outubro com os smartphones e incluir diferentes planos voltados para família. Ainda não se tem informações sobre os preços, mas o básico contaria com a Apple Music e a Apple TV+ e outros mais caros, com o Apple Arcade, o Apple News+ e até espaço extra no iCloud. Também deve contar com um serviço fitness, ainda a ser anunciado, que deve seguir os moldes do Peloton e do Nike Training Club, oferecendo aulas virtuais por meio de um aplicativo exclusivo do iOS. A ideia dos pacotes seria oferecer algo similar aos serviços da Amazon Prime.

E marque na agenda: o streaming Disney+ chega 17 de novembro no Brasil. O valor, no entanto, ainda não foi informado.

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