Vacinação vai durar 16 meses diz ministério

O Ministério da Saúde informou ao ministro Ricardo Lewandowski que a vacinação nacional contra a Covid-19 começará cinco dias após a Anvisa aprovar um imunizante. Primeiro aconteceriam quatro fases de vacinação de grupos prioritários com um mês cada. A imunização da população em geral viria em seguida e duraria 12 meses. No domingo, Lewandowski deu 48 horas para que a pasta informasse as datas de início e fim do programa de vacinação, omitidas do planejamento entregue ao Supremo na sexta-feira, mas o Ministério da Saúde alega que não tem como precisar um dia de início por depender dos pedidos de registro ou autorização emergencial das vacinas na Avisa. Nenhum laboratório fez o requerimento até o momento. (Poder360)

No mesmo dia em que as explicações do ministério foram enviadas, chegou ao STF uma carta da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) afirmando que o plano do governo traz, do ponto de vista técnico, “medidas parciais” e “equivocadas”. (G1)

O que também recebeu muitas críticas foi a declaração do presidente Jair Bolsonaro dizendo que as pessoas interessadas em se vacinar deveriam assinar um termo de responsabilidade. A ideia foi encampada pelo relator da MP que inclui o Brasil na aliança global por vacinas, deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) a descartou. Epidemiologistas criticaram duramente a iniciativa e disseram ter a impressão de que o presidente não quer que a vacinação aconteça. (G1)

Então... O Ministério da Saúde ignora há quase seis meses um pedido da Economia para que se manifeste sobre o interesse público na importação de seringas descartáveis da China. Há risco de que faltem. (Folha)

Painel: “Mesmo com a perspectiva de iniciar a vacinação contra a Covid-19, o governo de São Paulo prepara-se para um janeiro de estatísticas em alta na pandemia. Há uma avaliação de que a média diária de internações, hoje na casa de 1.400, pode chegar a 2.000 ao final da primeira quinzena do mês, superando até mesmo o pico de julho. Para fazer frente à escalada, estão sendo reabertos 2.000 leitos hospitalares que haviam sido fechados, trazendo o total novamente para 9.500.” (Folha)

Enquanto a vacina não chega, a prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta terça-feira o cancelamento de todas as comemorações do Réveillon. O assunto já havia sido motivo de idas e vindas, com a ideia de shows de luzes em vez de queimas de fogos e de lives em pontos turísticos, iniciativas agora descartadas.

E o Brasil registrou ontem o maior número de mortes pela Covid-19 em mais de um mês. Foram 915 óbitos, o que elevou o total a 182.854. Em sete dias, a média móvel de mortes chegou a 667, a 12ª alta consecutiva.

No exterior, a FDA (equivalente à Anvisa nos EUA) divulgou relatório reconhecendo a eficácia e a segurança da vacina produzida pela Moderna, abrindo caminho para sua aprovação. O Canadá também começou seu programa de vacinação, mas teme problemas com a cadeia de suprimentos. E o estudo de uma publicação científica estima 25% da população mundial chegará à metade de 2022 sem uma vacina.

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Pivô do suposto esquema das rachadinhas envolvendo o hoje senador Eduardo Bolsonaro (Republicanos-RJ), o ex-PM Fabrício Queiroz era “homem de confiança” e fez durante anos pagamentos pessoais do presidente e de seus familiares. A informação foi dada pelo próprio Jair Bolsonaro em entrevista à Bandeirantes. Para ele, Queiroz está sendo injustiçado e seu filho mais velho é tratado como “o maior bandido da face da Terra”. (Globo)

Na mesma entrevista, o presidente reafirmou que não pretende tomar qualquer vacina contra a Covid-19. “Não vou tomar, e ponto final. Se a minha vida está em risco, o problema é meu”, disse.

Aliás... O Gabinete de Segurança Institucional negou, em resposta ao Supremo, que tenha elaborado relatórios para ajudar na defesa do senador. É isto que afirma reportagem da revista Época.

E do STF vieram duas más notícias para o presidente. O ministro Alexandre Moraes prorrogou por 90 dias os inquéritos que apuram suposta interferência de Bolsonaro na PF e os atos antidemocráticos, que podem envolver pessoas próximas do Planalto. (G1)

Embora tivesse se passado mais de um mês da eleição nos EUA e já houvesse até uma equipe de transição de governo trabalhando, só ontem o presidente eleito Joe Biden recebeu os cumprimentos oficiais do Brasil, por meio de uma nota publicada pelo Itamaraty com trechos de postagens de Bolsonaro no Twitter. A maioria dos líderes do G-20 congratulou Biden já no dia 7 de novembro, quando as projeções davam como irreversível sua vitória. Bolsonaro foi o último do grupo a fazê-lo, um dia depois de Colégio Eleitoral americano reafirmar o resultado.

A demora teria sido orientada pelo embaixador brasileiro em Washington, Nestor Foster. Ele teria, por meio de mensagens, alimentado o Planalto com informações falsas e teorias conspiratórias que indicavam, sem provas, fraudes eleitorais contra Trump. (Estadão)

Num movimento incomum, o Senado rejeitou a indicação do diplomata Fábio Marzano para a delegação brasileira na ONU em Genebra. A senadora Kátia Abreu lhe perguntou sobre o impacto das questões ambientais num possível acordo comercial entre Mercosul e União Europeia e Marzano respondeu, corretamente, que o tema não estaria entre suas atribuições. Para a senadora o Itamaraty está se transformando em uma “casa de terrores” porque os “embaixadores não podem dar sua opinião”. O diplomata foi rejeitado para que os ruralistas enviassem seu recado ao Planalto. (G1)

A pesquisa do Datafolha que mostrou a estabilidade na avaliação positiva de Bolsonaro a despeito da crise da Covid-19 causou surpresa. Entretanto, ao se analisarem os detalhes do levantamento e compará-los com pesquisa semelhante de março de 2019, fica claro que, embora os números tenham inclusive melhorado, o perfil da base de apoio do presidente mudou. No ano passado, o apoio a Bolsonaro crescia conforme a renda e a escolaridade dos entrevistados. Agora, essa relação se inverteu, com esses grupos representando a maior rejeição. Também cresceram o apoio no Nordeste e a rejeição no Sul e no Sudeste. Para especialistas, esse novo perfil de apoio corresponde aos beneficiários do auxílio emergencial, e pode refluir com o fim do benefício, previsto para a virada do ano. (Globo)

Meio em vídeo. A corrupção sempre foi uma chaga brasileira, mas ela e os limites de seu combate entraram na ordem do dia nos últimos anos. No Conversas desta semana, Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, fala sobre o legado da Lava-Jato, o caso Flávio Bolsonaro, as desigualdades no acesso à Justiça e os caminhos para enfrentar os desvios sistêmicos na política. Assista.

Viver

Ao votar a regulamentação do Fundeb na noite de ontem, o Senado rejeitou a emendas acrescentadas na Câmara que permitiam o repasse de verbas públicas para escolas do Sistema S e instituições ligadas a igrejas. O texto volta para os deputados, mas já haveria um acordo para que tudo seja votado esta semana sem novas alterações.

Bernardo Mello Franco: “O bolsonarismo prometia combater a doutrinação política nas salas de aula. Era conversa fiada para perseguir professores e abrir caminho à doutrinação religiosa. As igrejas já contam com a isenção de impostos. Com a emenda aprovada na Câmara, passariam a receber repasses dos cofres públicos, numa afronta à laicidade do Estado. O MEC já teve três titulares desde junho. O atual, que deveria proteger o Fundeb do proselitismo religioso, é pastor da Igreja Presbiteriana.” (Globo)

Por seis votos a cinco, os ministros do STF concluíram que não é possível estender a amantes o recebimento de pensão. O caso em particular, cujos detalhes foram mantidos em sigilo, teve origem em Sergipe, onde um homem entrou com ação pedindo pensão pela morte de outro homem com quem mantinha relação homossexual estável. O falecido, porém, tinha união estável com uma mulher, já reconhecida como viúva e recebendo a pensão. Em seu voto, sem entrar no mérito do gênero, o relator, ministro Alexandre Morais, sustentou que a preexistência de casamento ou união estável impede o reconhecimento de outra relação dessa natureza no mesmo período. A decisão tem repercussão geral, ou seja, se aplica a todos os casos análogos no país.

Os animais pré-históricos feios que me perdoem, mas beleza é fundamental. Muito antes de Vinícius, esse deveria ser o lema do Ubirajara jabatus, um dinossauro do tamanho de uma galinha que viveu há 110 milhões de anos onde hoje fica a região cearense do Crato. O bichinho tinha uma crina alongada, um focinho já em transição para bico e hastes nas costas semelhantes às da moderna ave do paraíso. Segundo os cientistas, a aparência exuberante servia para atrair no acasalamento – como fazem hoje diversas aves, que, aliás, descendem dos dinossauros. Por conta das hastes ele ganhou o nome Ubirajara, que significa algo como “senhor das lanças” em tupi, enquanto jabatus é “crina” em latim.

Cotidiano Digital

A UE apresentou a sua proposta de lei antitruste, que se aprovada pode se tornar uma das regras mais restritivas do mundo contra as big techs. As multas podem chegar até 10% de suas receitas e, se descumprirem recorrentemente as regras, seus negócios podem até ser desmembrados. O Digital Markets Act determina, por exemplo, mais transparência nas operações e compartilhamento de dados e acesso. E pelo Digital Services Act, as empresas também seriam obrigadas a publicarem detalhes de seus anunciantes e fazerem mais pra combater conteúdo prejudicial, como discursos de ódio. Porém deve demorar pelo menos dois anos ou mais para serem aprovadas.

Enquanto isso… O Twitter se tornou a primeira big tech a ser multada por violar a nova lei de privacidade do bloco. O motivo foi a demora em notificar o órgão regulador sobre o vazamento de tuítes que eram protegidos. A multa de US$ 546 mil foi aplicada pela Comissão de Proteção de Dados da Irlanda, que, pelas novas regras, tornou-se responsável na UE por casos de privacidade envolvendo as big techs e pode tomar uma decisão antes de consultar os outros reguladores nacionais.

Facebook, Twitter e TikTok também enfrentam multas de até 10% de suas receitas globais no Reino Unido.

E não é só na Europa. A China também multou o Alibaba e a Tencent por não relatarem corretamente negócios anteriores pra análises antitruste.

Cultura

Foi anunciada ontem a programação da noite de abertura do Rock In Rio 2021, prevista para 24 de setembro. Será uma maratona dedicada ao heavy metal, com Sepultura (e a Orquestra Sinfônica Brasileira), Megadeth, Dream Theater e o veteraníssimo Iron Maiden, que tocou na primeira noite do festival original, em 1985 (Youtube). Delas, o Dream Theater é a única atração inédita no festival, enquanto o Iron vai para sua quinta participação.

Duas amigas de infância em Cuba se tornam migrantes na faixa dos 40 anos radicadas em lugares diferentes da Europa e trocam impressões audiovisuais sobre suas jornadas paralelas e o cenário em seu país. O resultado é do documentário A meia voz, vencedor do Troféu Mucuripe, prêmio maior da 30ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, dirigido pelas amigas citadas, Patricia Pérez e Heidi Hassan. Em entrevista, as cineastas falam do filme e de como a política se mistura nas narrativas. “Querendo ou não, a política salpica tudo o que vivemos, e num país como Cuba, o político assume dimensões extraordinárias”, dizem, reclamando que muitos estrangeiros defendem o regime na ilha pensando num país que não existe mais. (Globo)

Após quatro anos de espera, incontáveis atrasos e um hype que quase sempre prenuncia desgraça, os fãs puderam finalmente jogar Cyberpunk 2077. Apenas para rebatizá-lo “Cyberbug”, dada a quantidade de problemas, de baixa performance na geração anterior de consoles (PS4 e Xbox One) a bizarrias como os genitais dos personagens aparecerem fora das roupas. A gritaria e os memes foram tão grandes que o premiado estúdio polonês CD Projekt Red, responsável pelo jogo, publicou um pedido de desculpas, prometeu uma série de atualizações para melhorar a performance e até se ofereceu para devolver o dinheiro de quem se sentiu lesado.

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