Morte de Bruno Covas agrava cisão do PSDB de São Paulo

Morreu ontem, aos 41 anos, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Considerado a grande aposta para renovação do PSDB paulista, ele lutava havia três anos contra um câncer no aparelho digestivo que se espalhou para os ossos. Bruno era neto de Mário Covas, fundador e um dos mais expressivos quadros do partido – e que também morreu de câncer, há 20 anos. Ele estava afastado da prefeitura desde o dia 2, e na sexta-feira os médicos declaram que seu quadro era irreversível. Em seu lugar assume o vice Ricardo Nunes (MDB), um político de perfil mais conservador, mas que angariou fama de “sério” e “ponderado” em dois mandatos na Câmara de Vereadores. (El País)

Coluna do Estadão: “A morte de Bruno Covas abate o PSDB paulista em momento de instabilidade interna, cingido em correntes e vivendo o ocaso de líderes históricos. No curto prazo, a ausência de jovem neto de Mario Covas deve agravar esse eterno ‘fratricídio’ tucano, que tem como horizonte próximo a disputa pelo governo do Estado em 2022. No longo, representa uma opção eleitoral a menos: Bruno encarnava a renovação do PSDB, após décadas de alternância no poder dos grupos de José Serra e Geraldo Alckmin, e era contraponto natural à força de João Doria.” (Estadão)

Painel: “Ricardo Nunes diz que administrará a cidade seguindo as mesmas diretrizes de Bruno Covas e que será continuação fiel do que vinha sendo implementado pelo tucano. ‘Não existe qualquer outra possibilidade a não ser honrar a memória dele e homenagear o carinho que ele tem pela cidade’, disse o novo prefeito.” (Folha)

Bruno Covas foi enterrado ainda ontem em Santos, sua cidade natal, após um velório para parentes e amigos na sede da prefeitura paulista. O corpo foi levado em cortejo pelas ruas da cidade em um carro do corpo de bombeiros. Um dos momentos mais emocionantes foi a despedia de Tomás, de 15 anos, filho do prefeito. (G1)

Durante a internação do pai, Tomás permaneceu a seu lado, fazendo aulas online e recepcionando as visitas que Bruno recebia. O rapaz era fiel escudeiro desde a campanha eleitoral de 2020, e passou a morar com o pai após a eleição – até então ele vivia com a mãe, de quem o prefeito era separado. (Estadão)

Dois dias antes de morrer, Covas escreveu uma carta a correligionários agradecendo o apoio durante o tratamento e pedindo união. Leia a íntegra. (UOL)

Relembre momentos marcantes da carreira de Bruno Covas. (Poder 360)

Políticos de todos os matizes lamentaram a morte do prefeito. Em postagem nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro se solidarizou com a família e amigos de Covas, dizendo “que Deus conforte o coração de todos”. Na mesma linha se manifestaram os ex-presidentes Lula (PT), Michel Temer (MDB) e Fernando Henrique Cardoso, seu companheiro de PSDB. Guilherme Boulos (PSOL), que disputou com Covas o segundo turno em 2020 destacou “a convivência franca e democrática”. (Veja)

Vera Magalhães: “Covas resgatou a importância dos partidos, não fez uma falsa estigmatização da esquerda, não procurou surfar a onda de direita que vinha de dois anos atrás e não se furtou a traçar uma linha divisória no chão, mostrando que o presidente representava a negação da política e um risco à democracia. O fato de o eleitor ter referendado sua gestão ao reelegê-lo se deveu a uma gestão confiável da pandemia e à razoabilidade na política.” (Globo)

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O Planalto olha com extrema preocupação dois depoimentos esta semana na CPI da Pandemia: do ex-chanceler Ernesto Araújo, amanhã, e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, na quarta. Os dois são considerados politicamente inábeis e de temperamento explosivo. Como Pazuello conseguiu no STF o direito de não responder a perguntas que o incriminem, os senadores devem centrar os questionamentos nas ações de terceiros, especialmente de Jair Bolsonaro. Estas Pazuello terá de responder. (Folha)

E a CPI está desorientando a base bolsonarista nas redes sociais. No dia do depoimento de Fabio Wajngarten, as postagens governistas no Twitter corresponderam a 28% das menções da CPI, contra 72% contrárias ao governo. Segundo especialistas, a máquina bolsonarista não sabe lidar com a velocidade dos acontecimentos e precisa de tempo para estruturar sua narrativa. (Globo)

Em cada cem brasileiros, 58 acham que o presidente Jair Bolsonaro não tem capacidade de liderar o Brasil, segundo pesquisa do Datafolha. Somente 38% consideram Bolsonaro apto. A reprovação é majoritária em praticamente todos os grupos, a exceção dos empresários, com 62% confiando na capacidade de Bolsonaro. Metade dos pesquisados disse nunca confiar nas declarações do presidente, contra 14% que sempre acreditam. E o apoio a um eventual impeachment chegou a 49%, enquanto 46% são contrários à medida.  (Folha)

Dois bombardeios israelenses mataram ontem 43 palestinos, incluindo oito crianças, transformando o domingo no dia de maior número de mortes desde o início do atual conflito. No sábado, um dos prédios derrubados na cidade de Gaza foi aquele em que funcionavam as redações de AP e Al Jazeera. De acordo com a Autoridade Palestina, o número total de mortos em Gaza já chega a 197. O Hamas, por sua conta, já disparou 120 foguetes contra Israel, matando pelo menos dez pessoas. (CNN)

Viver

Após 15 dias consecutivos de quedas, a média móvel de mortes por Covid-19 em uma semana voltou a subir no Brasil. No domingo, foram registrados 971 óbitos, com média móvel de 1.915, acima dos 1.910 de sábado. Na comparação com os 14 dias anteriores, porém, houve queda de 19%, confirmando a tendência de desaceleração. Desde o início da pandemia, 435.823 pessoas morreram de Covid-19 no país. (G1)

E o governo do Maranhão colocou em quarentena, por recomendação da Anvisa, um navio com bandeira de Hong Kong após um indiano que viajava nele ser diagnosticado com Covid-19 em um hospital de São Luís. Uma amostra do vírus foi envida para estudos a fim de identificar se é a variante indiana B.1.617, classificada pela OMS como “preocupação em nível global”. (Globo)

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde fizeram ontem um experimento de vacinação em massa em Botucatu (SP). Ao longo de dez horas foram aplicadas vacinas da AstraZeneca em toda a população maior de 18 anos. O objetivo é testar a eficácia do imunizante contra variantes diante de uma ampla cobertura vacinal. (Estadão)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que aplicou a primeira vacina na “maratona” de Botucatu, disse que a falta de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) é um “problema mundial”, ao comentar a interrupção na produção da CoronaVac pelo Instituto Butantan. Ele negou ainda que haja “fissuras” na relação entre Brasil e China, o que poderia atrasar a entrega de IFA. (CNN Brasil)

Entre 2018 e 2020 os registros irregulares no Cadastro Ambiental Rural, usados para legitimar grilagem de terras, em reservas indígenas e parques ecológicos cresceram 56%, segundo levantamento do Instituto Socioambiental (ISA). Além disso, o desmatamento nessas áreas cresceu 63% no mesmo período. (Globo)

Neste fim de semana a China se tornou o segundo país a pousar com sucesso um veículo-robô em Marte. Segundo a agência de notícias estatal chinesa, o Zhurong, nome do deus do fogo, pousou em Utopia Planitia, a maior cratera do Planeta Vermelho. Assim como o americano Perseverance, que chegou a Marte em fevereiro, o robô chinês vai procurar sinais de vida, presente ou passada, na superfície e enviar dados para uma estação orbital. (CNN Brasil)

Num gesto de boa vizinhança, a NASA mandou os parabéns à Agência Espacial Chinesa. (G1)

Cultura

Morreu na noite de sábado, aos 87 anos, a atriz Eva Wilma, um dos mais importantes nomes da TV e do teatro brasileiros. Ela estava internada em São Paulo desde o dia 15 de abril para tratar de um câncer de ovário. Eva Wilma Riefle Buckup Zarattini era paulistana e estudou balé e piano antes de descobrir o teatro. Em 1953, estreou na TV no seriado Alô, Doçura, onde conheceu John Herbert, com quem foi casada de 1955 a 1976 e teve dois filhos. Versátil nas telas e palcos e politicamente atuante, Eva conquistou o Brasil em 1974, ao dar vida às gêmeas Ruth e Raquel na primeira versão de Mulheres de Areia. Nem a doença conseguiu pará-la. Eva trabalhou de dentro do hospital, gravando um áudio para o filme As Aparecidas três dias depois de internada. (UOL)

Confira alguns dos momentos mais importantes da carreira de Eva Wilma. (Folha)

Nas redes sociais, colegas e admiradores lamentaram a morte e louvaram o talento da atriz. (Globo)

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O funkeiro MC Kevin, de 23 anos, morreu na noite de ontem no Rio após cair do 11º andar de um hotel na Barra da Tijuca. E chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu. A polícia ainda não divulgou informações sobre as circunstâncias da queda. (G1)

Talento musical não escolhe onde nasce, mas às vezes as condições socioeconômicas impedem que ele desabroche. Pensando nisso, um grupo de luthiers de Santo André (SP) usa tubos de PVC na fabricação de instrumentos – violinos, violas e violoncelos, por exemplo – para crianças e jovens carentes do projeto Locomotiva. A inciativa está presente nas periferias de Santo André, São Paulo e Mauá, e já apresentou a duas mil crianças e adolescentes a beleza da música erudita.  (Estadão)

Há exatos 90 anos era exibido pela primeira vez, durante uma mostra no Rio de Janeiro, Limite, única obra do cineasta Mário Peixoto (1908-1992) e hoje considerado um dos filmes de estética mais ousada na história do cinema, passando com facilidade pelo teste do tempo. As lembranças de três pessoas num barco à deriva são apenas um pretexto para uma obra muito mais poética que narrativa. Nunca exibido comercialmente e restaurado duas vezes, tornou-se um “cult não visto” que só começou a circular de fato a partir dos anos 1980. (Folha)

Cotidiano Digital

Quem não aceitar a atualização da política de privacidade do WhatsApp, que entrou em vigor neste sábado, poderá usar o aplicativo sem restrições por pelo menos 90 dias. O prazo foi determinado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) junto do Ministério Público Federal, do Ministério da Justiça e do Cade. (Folha)

Nesse período, os órgãos farão novos questionamentos ao Facebook, dono do aplicativo. Um dos pontos em análise é o que determina o compartilhamento de dados do WhatsApp com o Facebook sem que o usuário tenha a opção de aceitar ou não. A Lei Geral de Proteção de Dados diz que o usuário deve ter essa alternativa. (G1)

O Twitter deve lançar uma versão paga da rede social. Com o nome de Twitter Blue e o custo de US$ 2,99 por mês, esse é um modelo de subscrição que traria a opção “desfazer tuíte” e “coleção de favoritos”.(Valor)

A rede social de áudios Clubhouse chega aos donos de Android do Brasil nesta terça-feira. Para fazer parte, no entanto, é preciso ter um convite – esse é o único modo de fazer parte da rede. Em seu primeiro ano de vida, o aplicativo esteve disponível somente para aparelhos iOS. Recentemente, ele foi avaliado em US$ 4 bilhões. (The Verge)

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