Lira ataca CPI e tira corpo fora de impeachment

Eleito para a presidência da Câmara sob as bênçãos do Planalto, Arthur Lira (PP-AL), aposta suas fichas contra a CPI da Pandemia no Senado. Para ele, a investigação é “um erro”. “A guerra está no meio. Como é que você vai apurar crime de guerra no meio da guerra?”, indaga. A despeito dos 500 mil mortos, o deputado não vê circunstâncias políticas para um processo de impeachment. (Globo)

A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber determinou ontem, por liminar, que a CPI da Pandemia não pode convocar governadores para depor. A decisão desarticula a principal linha de ação da minoria governista na comissão, levar a investigação para ações feitas pelos governos estaduais. Em seu despacho, Weber afirmou que se estende aos governadores o direito de não depor atribuído ao presidente da República e que só as Assembleias Legislativas podem investigar os chefes dos Executivos estaduais. A ministra também pediu que o presidente do STF, Luiz Fux, marque uma sessão para o Plenário avaliar sua decisão. (Poder360)

Enquanto isso... Diante da ameaça de condução coercitiva, advogados do empresário bolsonarista Carlos Wizard procuraram o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), para reagendar um depoimento presencial. Wizard é suspeito de ser um dos articuladores e financiadores do chamado “gabinete paralelo”, um grupo que assessorava o presidente Bolsonaro à margem do Ministério da Saúde, estimulando, por exemplo, a ênfase em tratamentos ineficazes. Aziz marcou o novo depoimento para o próximo dia 30. (G1)

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O presidente começou a semana de mau humor. Quando a repórter Laurene Santos lhe perguntou sobre ter chegado a Guaratinguetá (SP) sem máscara, ele descarregou. “Estou sem máscara em Guaratinguetá, tá feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa”, disse aos berros. Santos é jornalista da TV Vanguarda, afiliada da Globo na região. “Vocês são uma porcaria de imprensa. Cala a boca. Vocês são uns canalhas”, exclamou. (Poder360)

Então... Na avaliação interna do Planalto, as manifestações de sábado foram expressivas, mas apenas em São Paulo. “Serviu para medir o tamanho do inimigo”, ouviu no palácio o colunista Lauro Jardim. (Globo)

Bolsonaro tem mais motivos para ficar de mau humor. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu a ele 15 dias para apresentar provas de suas constantes alegações de fraudes em eleições com urnas eletrônicas. (CNN Brasil)

E foi com atraso de dois dias que o presidente da República se manifestou sobre os 500 mil mortos por Covid-19. No mesmo evento em que destratou a repórter, ele disse que lamentava “todos os óbitos” e voltou a defender tratamentos ineficazes. (G1)

Vera Magalhães: “Assistimos o presidente escalar dia a dia na afronta às instituições e ao estado democrático de forma a que tendemos a achar que se trata de mais do mesmo. E não se trata. Antes, nessas ocasiões, havia as notas de repúdio. Agora, Arthur Lira é um espectador conivente de Bolsonaro. Na falta de reação à altura das instituições, cabe aos atores políticos perceberem a gravidade do momento e terem inteligência para se preparar para uma já contratada tentativa de ruptura institucional em 2022. Não se trata de alarmismo: Bolsonaro tem avisado que vai tentar todos os dias. Vamos assistir silentes a esse anúncio público e antecipado de tentativa de golpe? E a classe política seguirá tão dividida e sem estratégia a ponto de que Bolsonaro dê todas as cartas da dinâmica e da narrativa do pleito do ano que vem?” (Globo)

Meio em vídeo. Só existe uma maneira de realmente derrotar o bolsonarismo. Tem de ser uma derrota acachapante. Como impor uma derrota assim? Ou um impeachment fulminante ou uma derrota definitiva ainda no primeiro turno, em 2022. Impeachment começa com todo mundo de oposição caminhando junto, independentemente do credo político. Sem união agora, Bolsonaro pode até perder a eleição, mas seu movimento radical continuará vivo e com chances de voltar. Confira o Ponto de Partida no YouTube.

O ex-presidente Lula, seu ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho e outros cinco acusados foram absolvidos ontem, por falta de provas, num dos processos derivados da operação Zelotes. Lula era acusado de editar uma MP para favorecer montadoras em troca de R$ 6 milhões em doações para o PT, mas o próprio Ministério Público reconheceu que não tinha como comprovar essas alegações. (Metrópoles)

Mais um presidenciável está de olho numa das bases do bolsonarismo, o eleitorado evangélico. Ciro Gomes (PDT) publicou um vídeo em redes sociais com uma Constituição e uma Bíblia dizendo que as duas não são conflitantes. A gravação foi ao ar dias depois do ex-presidente Lula se encontrar com o bispo Manoel Ferreira, líder da Assembleia de Deus, uma das maiores denominações neopentecostais do país. (Estadão)

O protesto de professores e juristas fez com que os organizadores do 3º Encontro Virtual do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito do Brasil (Conpedi) cancelassem um painel sobre combate à corrupção que seria coordenado pelo ex-ministro Sérgio Moro. Segundo os críticos, ao ser considerado um juiz parcial pelo STF, Moro perdeu a qualificação para esse tipo de debate. A presença do ex-ministro teria sido uma exigência do patrocinador do painel, a Apsen Farmacêutica, fabricante de cloroquina, que também foi criticada. A empresa nega a imposição do nome de Moro, que não se pronunciou. (Globo)

A Justiça Federal em São Paulo condenou, em primeira instância, o delegado aposentado Carlos Alberto Augusto, conhecido durante a ditadura militar como Carlinhos Metralha, pelo sequestro do ex-fuzileiro naval Edgar de Aquino Duarte, desaparecido desde 1971. Augusto recebeu uma pena de dois anos e onze meses de prisão em regime semi-aberto, mas poderá recorrer em liberdade. Segundo o Ministério Público Federal, é a primeira condenação penal por crimes cometidos durante o regime militar. (Estadão)

TRANSFORMANDO NEGÓCIOS

Transformando Negócios

Não existe uma fórmula para a inovação, mas há diferentes caminhos que precisam ser levados em consideração para tornar o percurso de transformação digital mais efetivo e principalmente sustentável. Muitos líderes ainda cometem o erro de implementar tecnologia sem necessariamente ter o conhecimento profundo do negócio. Atualizam suas marcas para o meio digital, acreditando que isso já é transformação digital. Em vez disso, para se manter competitiva na economia digital, uma empresa tem que entender a mente e os valores do consumidor e aprender como construir seus processos de negócios em torno das necessidades de seu público-alvo.

O Facebook vai começar a testar anúncios em jogos de realidade virtual do seu sistema Oculus. A ideia é que essa estratégia ajude a tornar o software de realidade virtual mais acessível e ao mesmo tempo, torne a plataforma mais atraente para desenvolvedores de conteúdo.

Outra novidade é que, após testar em algum países, o Instagram liberou os anúncios no Reels, sua versão do TikTok.

Sustentabilidade atrelada aos negócios está cada vez mais deixando de ser uma escolha. Para especialistas, a adesão das empresas à agenda ambiental, social e de governança (ESG) está afetando valor de empresas. A preocupação de checar se a marca ou a companhia tem propósito é nítida sobretudo entre os consumidores da geração dos millennials e da geração Z na hora de ir às compras. (Terra)

Viver

Antecipar vacinações é bom, mas com um olho nos estoques. A prefeitura de São Paulo suspendeu a aplicação das duas doses de vacinas em todos os postos de saúde hoje devido à falta de imunizantes. O calendário também foi revisado, voltando a reservar um dia para cada faixa etária. Outras três capitais – Aracaju, Campo Grande e Florianópolis – suspenderam a aplicação da primeira dose por falta de imunizantes. O Ministério da Saúde diz que entrega as vacinas de acordo com a população-alvo da campanha e pede que estados e municípios sigam o cronograma do PNI. (G1)

E a situação é grave. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) afirma que os estados já estão diante da terceira onda. Carlos Lula, secretário do Maranhão e presidente do conselho, chama a atenção que 12 estados estão com alta na média de mortes. (Globo)

Nesta segunda-feira o Brasil registrou 889 mortes, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de comunicação. A média móvel dos últimos sete dias ficou em 2.059 óbitos. (UOL)

O Brasil deve receber hoje o primeiro lote de vacinas da Janssen, prometido para a terça-feira passada, segundo o Ministério da Saúde. Além do atraso, o número de doses caiu à metade, de 3 milhões para 1,5 milhão. (G1)

Apesar disso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que todos os adultos no país receberão uma primeira dose da vacina até setembro. (Estadão)

Um resultado da vacinação dos grupos prioritários é a mudança no perfil dos hospitalizados por Covid-19. Como mostra Mônica Bergamo, 57% dos pacientes internados nos últimos dez dias nos hospitais privados paulistas têm entre 40 e 50 anos, contra 18% com mais de 60 anos. (Folha)

E já chega a 140 o número de casos de Covid-19 entre as pessoas envolvidas com a Copa América, segundo balanço divulgado pela Conmebol. Segundo a entidade, a maioria é de “operários e empregados terceirizados”. (Globo Esporte)

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Panelinha no Meio. Repita conosco: “macarrão picante com molho de amendoim e brócolis”. Parece estranho, não é? Engano seu. Esse prato, ultrassimples de fazer, é a prova de que uma receita sem carne pode, sim, ser uma explosão de sabores.

Cotidiano Digital

A China apertou ainda mais sua política contra o bitcoin. Proibiu que seus bancos domésticos e a plataforma de pagamento Alipay, do Ant Group, forneçam serviços ligados à negociação de moedas virtuais. Ainda fechou 26 das maiores mineradoras que ficam localizadas na província de Sichuan. Com o fechamento, 90% da capacidade de mineração da China está offline. Após essa decisão, o bitcoin despencou 10%, caindo para o patamar de US$ 32 mil.

Então… As restrições podem tirar a liderança da China que controlava 75% da capacidade de mineração do mundo. Nas últimas semanas, autoridades pelo mundo intensificaram a preocupação pelo impacto ambiental das criptomoedas e a pressão que colocam sob os sistemas de energia. (Washington Post)

Novidade do Facebook. Foi liberado ontem nos EUA o Live Audio Rooms, sua versão do Clubhouse. Além desse recurso, o Facebook também terá o Soundbites, uma espécie de Reels, concorrente do TikTok do Instagram, mas para áudio.

Cultura

Romper a arraigada cultura heteronormativa e a masculinidade tóxica que permeiam o universo sertanejo. Essa era a proposta de artistas como Gabeu, um homem gay, e Alice Marcone, uma mulher trans, a criarem o “queernejo”, uma versão LGBTQA+ do gênero que há décadas ocupa as paradas no Brasil. Por que o movimento não decola? Na opinião dos próprios artistas, é a falta de patrocínio. “De onde vem o dinheiro dos sertanejos? De marcas de cerveja, de carne, interessadas em sustentar o sertanejo tal qual ele é”, diz Marcone. (Folha)

Se até a primeira quinzena de maio alguém falasse “Maneskin” fora da Itália ou do circuito roqueiro europeu, receberia um olhar intrigado de volta. Não mais. Após vencer o Eurovision 2021 (YouTube), o quarteto italiano saltou para o topo da lista de visualizações do Spotify e agora faz planos para romper a barreira linguística e conquistar mercados nos EUA e além.  (Globo)

Como é fazer documentários no Brasil sobre temas ligados a mulheres marcantes? Essa pergunta vai ser respondida hoje na Mostra Elas, que recebe as cineastas Anna Mulyaerte e Lô Politi, diretoras de Alvorada, sobre a reclusão da ex-presidente Dilma Roussef durante o processo de impeachment, e a documentarista e repórter Eliane Scardovelli, corroteirista da série Marielle - o documentário. Idealizado pela atriz e escritora Júlia Medeiros, a Mostra Elas vai ao ar às 20h no canal dela no YouTube.

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