Prezadas leitoras, caros leitores —

E aí? Como vocês estão? Será que poderíamos conversar — no pé do ouvido?

Literalmente?

Pois, a partir de hoje, ler o Meio em newsletter é uma escolha. A alternativa é ouvir como podcast.

E, em podcast, o Meio é No Pé do Ouvido.

A primeira edição já está disponível na Apple Podcasts, no Spotify, na Amazon Music, no Deezer, Pocket Casts e — nas próximas horas — também no Google Podcasts e tantas outras plataformas.

O Meio tem voz — em áudio é a da jornalista Giullia Chechia. Tem também música — a trilha é do compositor Pedro Leal David, responsável pelas sonoridade de alguns dos melhores podcasts brasileiros, como Retrato Narrado e Praia dos Ossos.

Passamos as últimas semanas construindo inúmeras versões para descobrir o tom certo. Ninguém quer acordar alarmado ou de mau humor porque as notícias estão ruins. O texto é, em essência, o da newsletter. Mas, na voz da Giullia, se torna um convite pra conversa, ganha um quê de reflexão. É hora de levantar, encarar o dia em busca dum saber o que se passa sem qualquer alarme indevido.

É o mesmo Meio de sempre: o essencial para você compreender o dia. Assina lá.

— Os editores

CPI quer mais uma semana para pesar relatório contra Bolsonaro

Prevista para a próxima terça-feira, a leitura do relatório final de Renan Calheiros (MDB-AL) na CPI da Pandemia foi adiada em pelo menos um dia, e sua votação foi jogada para a terça da semana que vem. A decisão do presidente Omar Aziz (PSD-AM) se deveu à divergência na cúpula da comissão sobre temas como tipificação de crimes do presidente Jair Bolsonaro e a proposta de indiciamento de todos os seus filhos com mandato. “Tem muita divergência ainda, precisamos discutir. Em relação a indiciamento, tipificação de crime. A ideia é uma semana de vista”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE). Mesmo senadores oposicionistas não concordam, por exemplo, com o indiciamento de Bolsonaro por “genocídio de povos indígenas” e na inclusão do também senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no relatório. Eles acham que não há indícios fortes contra ele, diferentemente de seus irmãos, o vereador carioca Carlos (Republicanos) e o deputado Eduardo (PSL-SP). (Folha)

Qualquer que seja a versão final, não há dúvida de que o relatório será duro. O documento vai sustentar que o governo, a começar por Bolsonaro, agiu de forma dolosa ao assumir situações de risco, expôs vidas a perigo concreto e não tomou deliberadamente medidas que estavam a seu alcance para reduzir o impacto da covid-19. (Estadão)

Na reta final, Renan diz ter mudado seu relatório pelo menos dez vezes para aparar arestas. Ao que tudo indica não foi o suficiente. (Globo)

As palavras mais ditas, as interrupções, os bate-bocas. Confira os números da CPI. (Metrópoles)

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Auxiliares e aliados de Jair Bolsonaro querem que ele mantenha o tom mais moderado, sem confrontos com o Judiciário e ataques a instituições como forma de reconquistar o eleitorado antipetista não radicalizado que havia se afastado do presidente pelo seu discurso, e que hoje estaria inclinado à terceira via. O aceno aos liberais com declarações sobre privatização da Petrobras também estaria nessa linha de reconquista. (Folha)

Coluna do Estadão: “Porém, integrantes mais lúcidos do Planalto acham que o caminho de Bolsonaro será continuar fidelizando o apoio radical e apostando na incompetência do centro. Senão, vejamos: com o país repleto de problemas urgentes e reais, o que fez Bolsonaro na semana passada? Avisou que não tomará a vacina contra a covid-19 e vetou uma homenagem a Jango. Os radicais foram ao delírio.” (Estadão)

O governador paulista João Doria teve de voltar atrás e anunciar que vai participar de um debate amanhã com os demais candidatos nas prévias do PSDB, o colega gaúcho Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Doria foi alvo de críticas ao anunciar que não iria ao debate, promovido pelo Globo e pelo Valor Econômico, por não concordar com o formato. (Globo)

E não foi só isso a deixar a cúpula tucana irritada com Dória, como revela o Painel. A equipe do governador paulista questiona a lisura do aplicativo de votação eletrônica a ser usado nas prévias. Nos bastidores, eles dizem que o sistema pode ser manipulado e defendem, acredite, o uso de cédulas de papel. (Folha)

Leite aproveitou os dois movimentos para fustigar o rival. Em campanha no ABC paulista, ele afirmou que evitar debates e questionar votação eletrônica eram “coisa de Bolsonaro”. “Eu espero que não volte o BolsoDoria”, numa referência ao slogan informal adotado em São Paulo em 2018. (Poder360)

O PSL entrou na fusão com o DEM tendo como trunfos a maior bancada na Câmara e o maior fundo eleitoral, mas só deve entregar o segundo. A expectativa é de que 40% dos deputados, todos ligados a Bolsonaro, não acompanhem a legenda na criação do União Brasil. Os bolsonaristas querem turbinar outro partido, ainda não escolhido, pelo qual o presidente vai tentar a reeleição. (Globo)

Então... A fusão de PSL e DEM ainda não foi homologada pela Justiça Eleitoral, mas o alinhamento no futuro União Brasil é um fato. Levantamento mostra que as duas legendas ficaram do mesmo lado em 86,4% das votações nominais na Câmara. (g1)

A CNBB cobrou ontem punição ao deputado estadual paulista Frederico D’Ávila (PSL) que fez ofensas pesadas ao Papa Franciso e ao arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes. Reagindo à homilia na qual Brandes disse que “pátria amada não pode ser pátria armada”, o deputado bolsonarista discursou na Alesp chamando o arcebispo e até o Pontífice de “safados”, “vagabundos” e “pedófilos”. A assembleia paulista ainda não se manifestou. (Metrópoles)

O governo não gostou das reclamações públicas do ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, por conta do corte de verbas de sua pasta, que classificou como “falta de consideração”. Na sexta-feira ele foi publicamente repreendido por colegas durante reunião ministerial. (Globo)

A notícia de que a China testou com (relativo) sucesso um míssil hipersônico com capacidade nuclear pegou o setor de Inteligência americano de calça arriada. Eles não imaginavam que o país asiático estivesse tão avançado na pesquisa, feita também pelos próprios EUA, Rússia e Coreia do Norte. Voando baixo e a velocidades de até 6.200 km/h, esses mísseis são virtualmente impossíveis de serem interceptados. (CNN Brasil)

Só lembrando, em 1957 os americanos riram quando o líder soviético Nikita Khrushchov disse que seu país tinha os foguetes mais potentes já fabricados. Meses depois um deles botou no espaço o Sputnik, primeiro satélite artificial. Ninguém mais riu. (OoTH)

Viver

O aparente sucesso do remédio molnupivar, do laboratório Merck, no tratamento da covid-19 está acendendo dois sinais amarelos para os especialistas. O primeiro temor é que ele seja visto como substituto da vacina, o que não é o caso. Há também o risco de que, a exemplo dos imunizantes, sua distribuição fique concentrada em países ricos. (CNN Brasil)

Falando de vacinas, a Pfizer entregou ontem ao Ministério da Saúde 1,3 milhão de doses de seu imunizante. Com isso, completou o lote de 10 milhões de doses previsto para inaugurar o segundo contrato com o governo brasileiro. A previsão é que até o fim do ano o total chegue a 100 milhões de doses. (g1)

Neste domingo o Brasil registou 125 mortes por covid-19, fazendo com que a média móvel de óbitos em sete dias ficasse em 325, a quarta consecutiva abaixo de 400. Porém, além da subnotificação normal nos fins de semana, Mato Grosso do Sul e Tocantins não atualizaram seus dados. Desde o início da pandemia, 603.324 pessoas morreram da doença no país. (UOL)

Ah, e uma boa notícia para quem tem bichos de estimação. Um estudo da PUC do Paraná indica que somente 11% dos cães e gatos que vivem em casas com pessoas que tiveram covid-19 foram infectados pelo vírus. E mesmo esses poucos não desenvolveram a doença nem a transmitiram a humanos. (Poder360)

Causou justa revolta o veto de Jair Bolsonaro ao projeto da deputada Marília Arraes (PT-CE) que previa distribuição de absorventes a mulheres pobres. Mas estar na lei não basta. Sete estados – Alagoas, Amazonas, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro e Roraima – e o Distrito Federal têm leis semelhantes que, embora em vigor, não foram postas em prática. Os estados alegam que falta regulamentação ou que a compra dos absorventes está em licitação. Já os governadores do Mato Grosso e do Espírito Santo vetaram leis contra a pobreza menstrual. (Folha)

Em algum momento dos anos 1990 o padrão de beleza brasileiro deu uma guinada em direção aos EUA, e as próteses de silicone passaram a ser quase onipresentes. Mas algo está mudando. Embora os implantes continuem sendo um favorito nas cirurgias estéticas, o número de explantes cresceu 33% entre 2018 e 2019. Segundo os médicos, os pedidos de remoção das próteses cresceram ainda mais em 2020 e seguem em alta. Além dos problemas de saúde relacionados ao silicone, pesa também uma melhor relação das mulheres com o próprio corpo. (Estadão)

Cultura

No ano passado a pandemia impediu que Gilberto Gil realizasse sua turnê europeia, uma tradição que remonta 1978. Mas este ano não foi igual àquele que passou. Aos 79 anos, o cantor e compositor embarcou com família e parceiros para 19 shows em oito países, com Adriana Calcanhotto fazendo a abertura e eventualmente subindo ao paco com o astro, assim como Flor Gil Demasi, de 13 anos, neta de Gilberto. Confira em textos e imagens como está sendo a volta de Gil aos palcos do Velho Mundo. (Globo)

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La Bestia (A Fera) é o quarto romance de mistério da bem-sucedida escritora espanhola Carmen Mola, uma professora e mãe que, a exemplo da italiana Elena Ferrante, escreve sob pseudônimo para manter a privacidade – suas entrevistas são todas por e-mail, e ela não divulga fotos. Na sexta-feira o livro ganhou o Prêmio Planeta, um dos mais importantes da Espanha, no valor de um milhão de euros (R$ 6,3 milhões). Foi quando se descobriu que Carmem é, na verdade, três homens: os escritores Jorge Díaz, Agustín Martínez e Antonio Mercero. Grupos feministas que durante anos louvaram a “visão feminina” que Mola trazia ao gênero reagiram com indignação. (Washington Post)

Há 25 anos o violonista e cantor cubano Eliades Ochoa viu afundar um projeto com músicos do Mali e sacou um plano B: reunir veteraníssimos como Compay Segundo, Omara Portuondo, Rubén González e Ibrahim Ferrer e gravar num disco os clássicos da canção tradicional de Cuba. Nascia assim Buena Vista Social Club, que vendeu nove milhões de cópias mundo afora, faturou um Grammy Latino e virou sinônimo de Cuba tanto quanto mojitos, charutos e longuíssimos discursos de Fidel. Confira Chan Chan no YouTube e o disco inteiro no Spotify. (Folha)

Única atriz brasileira indicada ao Oscar e futura imortal da ABL, Fernanda Montenegro completou 92 anos no sábado. Veja as homenagens de colegas, a começar pela filha, a atriz e diretora Fernanda Torres. (Globo)

A atriz Yulia Peresild, o diretor Klim Shipenko e o cosmonauta Oleg Novitski, que foram à Estação Espacial Internacional fazer um filme, voltaram ontem à Terra em segurança após 12 dias de filmagens. (Poder360)

Cotidiano Digital

Date em um casamento? O Tinder, famoso aplicativo de relacionamentos, vai lançar uma nova modalidade na plataforma, o “Plus One”. O recurso serve para indicar usuários que estão procurando um encontro em um casamento ou se topam ser o par de outra pessoa. Segundo a empresa, o objetivo é aproveitar o próximo “boom” de cerimônias no pós-pandemia. A novidade, que ainda não tem data para chegar ao Brasil, ficará disponível na aba ‘Explorar’, uma seção no aplicativo que reúne jeitos novos e interativos de conhecer pessoas. O aplicativo também firmou uma parceria com a WeddingWire, empresa de planejamento para casamentos, para ajudar convidados solteiros a cobrir os custos de um encontro nesses eventos. (Gizmodo)

Mais de 5 milhões de contas no WhatsApp no Brasil foram clonadas só em 2020. Entre as estratégias mais comuns dos criminosos, o ataque conhecido como QRLjacking vem crescendo nos últimos anos. A ação aproveita técnicas de engenharia social para atacar o WhatsApp e outros aplicativos que usam QR Code para registro e uso em computadores. Saiba mais sobre esse golpe e como se proteger. (UOL Tilt)

Meio em video. ‘O espaço, a fronteira final…’ e talvez com essas palavras em mente que WIlliam Shatner, o capitão Kirk de Jornada nas Estrelas, deve ter olhado a Terra a bordo da New Shepard, da empresa Blue Origin do bilionário Jeff Bezos. Aos 90 anos se torna a pessoa mais velho a ir ao espaço. Pedro Doria e Cora Rónai comentam a viagem do ator e o que sentiram ao ver esse marco no turismo espacial. (YouTube)

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