Congresso irá à guerra para manter controle do Orçamento em 2023

Se existe algo em comum nos discursos de Lula (PT), Sérgio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB) é que o domínio do Orçamento pelo Legislativo, simbolizado pelas emendas do relator, o “orçamento secreto”, enfraquece o Executivo e deve ser mudado. Só falta combinar com o Congresso, onde apoiadores e opositores de Jair Bolsonaro (PL) dizem que o “empoderamento” dos parlamentares veio para ficar. “Pode o próximo governo propor (uma redução da autonomia do relator-geral)? Pode. Mas é pouco provável”, diz líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). (Globo)

Enquanto isso... Termina no dia 9 de março o prazo dado pelo STF para que Legislativo e o Executivo estabeleçam transparência no orçamento secreto, lembra a Coluna do Estadão. O Congresso vem ignorando a determinação, e, por enquanto, entre os ministérios, só o da Defesa a respeitou. Desenvolvimento Regional promete cumprir o prazo, enquanto a Saúde mandou ao Supremo uma planilha sem os nomes dos parlamentares que patrocinam as liberações. (Estadão)

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O presidente Jair Bolsonaro recebe hoje em seu gabinete os ministros do STF Edson Fachin e Alexandre de Moraes. A visita é protocolar. Eles vão entregar o convite para a posse como presidente e vice do TSE. O clima não vai ser dos melhores, pois, como lembra Ricardo Noblat, Bolsonaro já chamou Fachin de “trotskista e leninista” e Moraes de “canalha”. (Metrópoles)

Foi aprovado na Câmara em setembro e avança no Senado, no bojo do novo Código Eleitoral, a permissão para que candidatos façam campanha, presencialmente ou por vídeo, em igrejas desde que não peçam voto diretamente para eles mesmos. A relatora do texto aprovado na Câmara, Margarete Coelho (PP-PI), quer que sejam aplicadas aos templos as mesmas regras das universidades, onde ocorre debate político e eleitoral. A aprovação do projeto é aguardada por partidários do presidente Jair Bolsonaro (PL) para dar início a uma campanha intensa, especialmente em igrejas evangélicas. Em 2018, esse eleitorado o apoiou em massa, mas hoje as pesquisas o mostram em ligeira desvantagem ante o ex-presidente Lula (PT) nesse segmento. Para analistas, Bolsonaro precisará mais do que a proximidade com líderes das igrejas e propaganda em templos para recuperar o voto evangélico. Mesmo aliados do presidente reconhecem que a inflação, o desemprego e a pandemia ameaçam a reeleição. (Veja)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, segue sem incomodar o presidente Jair Bolsonaro, mas dá sinais de ter encontrado um caminho para se livrar da pecha de bolsonarista: as pautas identitária e de costumes. Aras denunciou a deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada fiel do presidente, por racismo e o ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, por homofobia. Aras está sob pressão dos ministros do STF devido a sua estratégia de usar inquéritos preliminares dentro da PGR, que não são supervisionados pelo Supremo, em denúncias contra Bolsonaro e aliados. (Folha)

Os sete senadores do Podemos pediram à PGR uma ação contra o subprocurador-geral do MP junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, por abuso de poder. Segundo eles, Furtado move uma perseguição a Sérgio Moro, pré-candidato do partido ao Planalto, ao pedir que a Receita Federal investigue se o ex-ministro declarou os R$ 3,6 milhões que recebeu por cerca de um ano de trabalho para a consultoria americana Alvarez&Marsal. (Congresso em Foco)

O Twitter bloqueou ontem a conta do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), mas depois voltou atrás, alegando que o sistema identificou erroneamente como fora das regras da rede o conteúdo de uma publicação do Zero Três. A plataforma não disse qual publicação provocou o erro, mas ele aconteceu após Bolsonaro publicar um vídeo associando a contratação de mulheres ao acidente na obra do metrô de São Paulo. (Metrópoles)

Estados Unidos e Ucrânia parecem não se entenderem sobre a tensão com a Rússia. Ontem, fontes do governo americano estimaram que o presidente russo Vladimir Putin já mobilizou 70% das forças de que precisa para invadir o país vizinho e que o ataque pode acontecer a qualquer momento. Já o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, pediu que as pessoas ignorassem “previsões apocalípticas” e acusou Washington e a mídia de alimentar o pânico. (CNN Brasil)

Viver

Mais de três milhões de crianças no Brasil já tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19, segundo dados do consórcio de veículos de comunicação. O número fechado é de 2.946.800, o que representa 14,37% da população entre cinco e 11 anos. Mas o total é maior, uma vez que apenas 15 estados (BA, CE, ES, GO, MS, PA, PE, PI, RN, RO, RR, RS, SC, SP e TO) e o Distrito Federal divulgam separadamente a imunização de crianças. Ao todo, 151.067.205 brasileiros estão com a cobertura vacinal completa, o que equivale a 70,02% da população. (g1)

Porém... Na avaliação da infectologista e epidemiologista Luana Araújo, a cobertura vacinal no país parece ter “chegado em um platô” na faixa de 70%. Segundo ela, uma parcela da população que não compreende a importância das vacinas está “sucumbindo tanto à doença quanto às consequências nefastas dela”. (CNN)

A situação é grave porque, segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o país ainda não atingiu o pico de infecções pela ômicron. Nas redes sociais, ele conclamou as pessoas a se vacinarem. (UOL)

E as prefeituras de Curitiba e Salvador e de cidades do interior dos estado do Rio e do Rio Grande do Sul recuaram da decisão de exigir termo de consentimento para vacinação infantil quando pais ou responsáveis estão presentes. (Folha)

Enquanto isso... O Ministério da Saúde confirmou cinco pessoas com a BA.2, a subvariante da ômicron que se tornou dominante na Dinamarca e se espalha pela Europa. Dois casos foram identificados em São Paulo, dois no Rio e um em Santa Catarina. Segundo nota do ministério, a BA.2 não tem impacto sobre a eficácia das vacinas. (Poder360)

A família do congolês Moïse Kabagambe vai se reunir hoje com a prefeitura carioca e a concessionária Orla Rio para assumir o quiosque Tropicália, onde ele foi assassinado. A transferência para os parentes foi anunciada no sábado pelo prefeito Eduardo Paes. A ideia é de que o Tropicália e o Biruta — que fica ao lado e é ocupado irregularmente por um PM — se tornem um memorial da cultura africana. A prefeitura e a concessionária prometem fornecer à família, em parceria com Sesc, o Senac e organizações sociais, treinamento para operar o quiosque. (CNN Brasil)

No sábado houve protestos pedindo justiça para Moïse em pelo menos 12 capitais brasileiras e em Berlim. (g1)

Via Twitter, o ministro do STF Gilmar Mendes lembrou que o caso do imigrante tem suas raízes no poderio das milícias, suspeitas, por exemplo, de controlar quiosques como o Biruta. “O MPRJ e o MPF precisam avançar nessa área”, escreveu.

Para ler com calma. A morte de Moïse Kabagambe não é um caso isolado. Segundo o sociólogo José de Souza Martins, todos os anos pelo menos 11 pessoas são espancadas até a morte por grupos no Brasil. “Há uma deterioração nos valores de referência da população, que está se sentindo mais autorizada a praticar a violência de forma particular”, diz o especialista. (Globo)

Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai explicam como o assassinato de Moïse não só mostra a brutalidade do ser humano, mas também nos traz a ignorância das pessoas sobre a nossa própria história e a falta de informação que se tem de um país em pleno século 21. (YouTube)

A alta no preço do gás de cozinha está deixando marcas literalmente na pele dos brasileiros. Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), entre março e novembro de 2020 houve 700 internações por acidentes decorrentes do uso de álcool líquido para cozinhar. Em Pernambuco, houve uma alta de 40% em relação ao número habitual de queimaduras desse tipo. De acordo com o IBGE, 91% das residências têm fogões a gás, mas falta dinheiro para comprá-lo. O que fica não são apenas cicatrizes do fogo. São cicatrizes da pobreza. (Metrópoles)

Cultura

A Academia de Hollywood divulga amanhã a lista de indicados ao Oscar de 2022 diante de um dilema. Por um lado, precisa se recuperar do fiasco do ano passado, a pior audiência desde que a cerimônia começou a ser televisionada, em 1953. Para isso, precisa atrair o público com a perspectiva de premiar filmes populares. Por outro, tem de manter uma tradição de fortalecimento do cinema como forma de arte. O problema é que, especialmente durante a pandemia de covid-19, os dois mundos se separaram. O público mais velho, que normalmente prestigiaria filmes como Belfast (trailer), de Kenneth Brannagh, ainda não voltou aos cinemas. Com isso, Duna, de Denis Villeneuve, já disponível na HBO Max, é um forte candidato às indicações (e aos prêmios) principais. (Folha)

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O Spotify segue tentando aplicar uma política de contenção de danos em relação ao podcast de Joe Rogan, contratado com exclusividade pela plataforma por US$ 100 milhões. No fim de semana, pelo menos 113 episódios do The Joe Rogan Experience foram tirados do ar. Todos, porém, são anteriores à pandemia, sem relação com as entrevistas negacionistas feitas pelo apresentador e que motivam um boicote iniciado pelo músico canadense Neil Young. Também no fim de semana, Rogan publicou um vídeo se desculpando por usar expressões racistas no programa. Por mais que o apresentador se envolva em polêmicas e ofenda pessoas, o diretor executivo e fundador do Spotify, Daniel Ek, disse que o podcast “é vital para a companhia alcançar suas metas”. (g1)

Harry Potter está de cara nova, e ela é criação de um brasileiro. Aliás, a antiga também. As novas edições de luxo da série escrita por J.K. Rowling chegam às livrarias com centenas de ilustrações do mineiro Eduardo Lima. O desafio foi duplo, pois, além de lidar com um universo amado por milhões de pessoas, ele teve de deixar para trás concepções visuais que ajudou a criar. O MiraLima, estúdio dele e de sua sócia Miraphora Mina, é responsável por praticamente toda a identidade visual da série, incluindo o spin-off Animais Fantásticos os parques temáticos em Orlando, na Flórida. “Desde o início a gente sabia que não poderia usar nada dos filmes, que tinha de ser uma nova visão dos livros, isso tem sido incrível”, diz Lima, que se radicou em Londres em 2001 e desde então trabalha com Mira. (Estadão)

Cotidiano Digital

Na última sexta-feira, a empresa britânica de alimentos KP Snacks foi mais uma a ser atingida por um ataque de ransomware. Com a invasão aos sistemas da empresa, é provável que haja escassez de batatas fritas e snacks durante algumas semanas. Mas o ataque levanta preocupações mais séries sobre a crescente ameaça de ransomware que está custando caro às empresas em todo o mundo. Grupos como o REvil, responsável por sequestros de sistemas de empresas como Acer e a JBS, têm trabalhado para reunir conhecimento especializado. Para solicitar dinheiro ou criptomoedas em troca do resgate dos sistemas invadidos, as gangues criam grupos de ameaça com atendentes especializados para esse tipo de negociação, como se estivessem fechando um negócio legítimo. Estima-se que o grupo tenha roubado mais de US$ 100 milhões por ano. (The Guardian)

Em 2021, mais de 1 bilhão de celulares foram vendidos pelo mundo. Segundo a empresa de pesquisa em tecnologia Gartner, que analisou as vendas de janeiro a setembro, o montante é quase 90 milhões de unidades a mais do que o mesmo período de 2020. Entre os smatphones mais populares estão os da Apple, com o iPhone 11 em destaque. O Galaxy A51, da Samsung, e a linha Redmi Note, da chinesa Xiaomi, também aparecem entre os mais vendidos. Confira a lista com os celulares mais populares do mundo em 2021. (UOL Tilt)

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