Rússia viola cessar-fogo na Ucrânia e civis morrem

O cessar-fogo acertado entre russos e ucranianos para a criação de um corredor humanitário que permitiria a evacuação de civis em áreas sitiadas foi violado. Soldados da Rússia dispararam morteiros contra pessoas que tentavam deixar a cidade ucraniana de Irpin matando pelo menos uma mulher e duas crianças (atenção, imagens fortes). Não havia tropas ucranianas oferecendo combate no local onde os civis foram mortos. (New York Times)

A resistência ucraniana está sendo mais intensa do que previam os militares russos. E os Estados Unidos estão negociando com a Polônia o envio para a as Forças Armadas da Ucrânia aviões de caça dos tempos da União Soviética. Embora ultrapassados, são aeronaves em boas condições, e, mais importante, os pilotos ucranianos estão familiarizados com seus controles. (New York Times)

Diante desses ataques, o presidente Volodymyr Zelenski disse que os russos estão anunciando abertamente uma “atrocidade planejada”. No domingo, Moscou anunciou ataques com armas de precisão contra instalações militares e industriais ucranianas. Zelenski lembrou que “centenas de milhares de pessoas” vivem e trabalham próximo a esses locais, alertando para um “assassinato premeditado” de civis. (ABC News)

Discreta e extraoficialmente, os Estados Unidos e a União Europeia já se preparam para reconhecer um governo ucraniano no exílio e dar a apoio a uma longa campanha de insurgência contra as tropas de ocupação russas. O Congresso americano deve aprovar um pacote de US$ 10 bilhões (R$ 50 bilhões) em ajuda humanitária e militar à Ucrânia. Esse dinheiro, em parte, vai manter o fluxo de armas para o país. Até o momento, Zelenski se recusa a deixar Kiev, mas assessores tentam convencê-lo a transferir a sede do governo para Lviv, perto da fronteira com a Polônia. (Washington Post)

Nas áreas já em poder das tropas russas, o que se vê é um crescente movimento de desobediência civil e protestos. Mesmo com o som de tiros ao fundo, centenas de pessoas se manifestaram no fim de semana de Kherson, a primeira cidade importante da Ucrânia a ser tomada pelos russos. (CNN)

E um incidente envolto em mistério paira sobre a Ucrânia: a morte de Denis Kireyev, um dos encarregados das negociações com a Rússia. Segundo o Exército, ele e outros dois agentes “morreram defendendo a Ucrânia”, mas segundo o deputado ucraniano Alexander Dubinski, Kireyev teria sido executado após ser preso por alta traição. (Globo)

Às voltas com a invasão da Ucrânia, Vladimir Putin precisa lidar também com a crescente insatisfação doméstica. No domingo, pelo menos 4.300 pessoas foram presas durante protestos em 53 cidades na Rússia contra a ação militar no país vizinho. Eles se juntam a outros 7.500 que já haviam sido detidos em manifestações desde o início da invasão. (BBC)

Tanto quanto os protestos internos, Putin sente a pressão das sanções econômicas impostas pelo Ocidente. No sábado, ele comparou tais medidas com “atos de guerra”. O presidente russo negou que pretenda impor lei marcial no país para conter protestos. (Reuters)

Mas... Tanto quanto as sanções governamentais, os boicotes de empresas já se fazem sentir. No sábado, a Visa e a Mastercard anunciaram o encerramento de suas operações na Rússia, incluindo o funcionamento no país de cartões emitidos no exterior. Ontem, bancos russos disseram que vão emitir novos cartões usando o sistema chinês UnionPay acoplado à rede russa Mir. O BC russo também ordenou aos bancos do país não publicarem mais os seus balanços financeiros. (UOL)

Em busca de recursos, Putin autorizou o confisco de “dinheiro ilegal” no país, especialmente de funcionários públicos. Todo o dinheiro que “exceder a receita oficial dos últimos três anos” pode ser confiscado. Isso inclui imóveis, veículos, títulos e participações em organizações. (Metrópoles)

Enquanto isso... O Brasil segue com uma postura ambígua na invasão da Ucrânia. Conquanto tenha votado na ONU pela condenação da ação militar, o Itamaraty, sempre que possível, inclui acenos à Rússia em seus votos e comunicados. Tal postura seria resultado de pressão tanto do Planalto, que se identifica com a pauta conservadora de Putin, quanto do agronegócio, dependente de fertilizantes e outros insumos de origem russa. (Folha)

Parte hoje para Varsóvia, na Polônia, um avião KC-390 da FAB levando dez toneladas de ajuda humanitária para a Ucrânia. Na volta, ela vai trazer 43 brasileiros e 17 ucranianos com laços familiares no Brasil. A chegada desses 60 resgatados está prevista para a quinta-feira. (Poder360)

E não faltam dramas nessa guerra. Famílias brasileiras que contrataram barrigas de aluguel ucranianas não sabem como resgatar os bebês ou mesmo se as gestantes estão vivas. (Fantástico)

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Pelo menos 15 deputados estaduais paulistas entraram com uma representação contra o colega Arthur do Val (Podemos) no Conselho de Ética da Alesp. Na sexta-feira, o deputado, que integra o MBL e estava na Ucrânia supostamente para apoiar o país após a invasão russa, publicou em grupos de mensagens áudios com comentários misóginos, dizendo, por exemplo, que as ucranianas são “fáceis porque são pobres”. Diante da repercussão, do Val, conhecido no Youtube pelo apelido Mamãe Falei, alegou que houve um “mal-entendido” e que a mensagem era para um grupo privado. Além de perder a namorada, teve o comportamento repudiado pelo Podemos e abandonou a pré-candidatura ao governo paulista. (g1)

A Câmara não tem previsão de retomar as atividades presenciais no curto prazo. Por determinação do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), o trabalho remoto, que deveria terminar após o carnaval, está mantido por tempo indeterminado. Segundo Lira, o objetivo é “preservar a saúde não só dos parlamentares, mas também dos servidores e dos colaboradores”. (Poder360)

Viver

Alguns homens infectados pelo sars-cov-2 apresentam disfunção sexual após a covid-19, e cientistas acreditam ter encontrado a explicação. Segundo pesquisa realizada com macacos, o vírus atinge diretamente pênis, testículos e próstata e ainda os vasos sanguíneos que alimentam esses órgãos. Estima-se que até 20% dos homens infectados pelo coronavírus apresentem disfunção no trato genital. (Globo)

Enquanto isso... A Justiça do Rio Grande do Sul anulou no fim de semana um decreto do governador Eduardo Leite (PSDB) que desobrigava o uso de máscaras por crianças menores de 12 anos. A decisão de Leite se baseava em parecer do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) segundo o qual não havia provas do “benefício da obrigatoriedade do uso de máscaras em algumas faixas etárias”. (Folha)

Até o momento, 72,5% da população brasileira está totalmente imunizada contra a covid-19. São 155.757.233 pessoas com duas doses da vacina. A dose de reforço foi aplicada em 66.074.186 pessoas, 30,76% da população. Neste domingo foram registradas 219 mortes pela doença, elevando o total de vítimas a 652.207. A média de móvel de óbitos ficou em 430, completando o quarto dia abaixo de 500, com redução de 48% em relação ao período anterior. (g1)

“Insustentável.” Foi assim que o próprio inspetor-geral da Nasa, Paul Martin, classificou para um comitê de deputados dos EUA o Projeto Ártemis, com o qual a agência espacial americana pretende retomar as viagens para a Lua. Cada uma das quatro missões previstas custará US$ 4,1 bilhões (R$ 807 bilhões), e a primeira delas, prevista inicialmente para 2024, vai atrasar dois anos. A grande esperança do projeto agora é uma parceria com a SpaceX, de Elon Musk, que está desenvolvendo foguetes e veículos de pouso reutilizáveis e mais baratos que os previstos pela Nasa. (Folha)

Para ler com calma. Em 2010, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), uma das mais importantes instituições de ensino do mundo, percebeu a demanda de seus alunos pelo ensino de português e encarregou uma brasileira, a professora Nilma Dominique, de desenvolver o curso. “A maioria procurava as aulas por uma questão de trabalho. Esse era o nosso público-alvo”, lembra ela. Não mais. Segundo Nilma, o interesse de estudantes americanos em trabalhar ou fazer pesquisa no Brasil desapareceu. (g1)

Cotidiano Digital

Continuando a onda de sanções de grandes empresas globais contra a Rússia, a Activision Blizzard e a Epic Games, duas das maiores empresas da indústria de games, suspenderam novas vendas físicas e digitais de seus jogos na Rússia. O movimento barra o país de qualquer nova transação, incluindo a venda de conteúdo dentro dos jogos. A Epic Games, dona de games como Fortnite e Fall Guys, não vai impedir o acesso aos jogos. (The Verge)

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Enquanto isso, a Samsung vai parar de vender celulares, chips e outros produtos para a Rússia. A companhia segue o exemplo da Apple, Microsoft e HP, que também pararam as vendas em resposta à invasão russa na Ucrânia. (Olhar Digital)

Na sexta-feira, milhares de pessoas ficaram sem acesso à internet na Europa, provavelmente devido a um ataque cibernético contra uma rede de satélites, ocorrido no início da ofensiva russa na Ucrânia. Clientes de serviços de internet via satélite na França e Ucrânia ficaram sem conexão. O ataque também afetou na Alemanha e na Europa Central 5.800 turbinas eólicas, com uma potência total de 11 gigawatts. (UOL)

Meio em vídeo. Durante uma guerra, a informação é essencial. Para saber desde quando se deve lutar ou fugir e até ter esperança de boas notícias. Na guerra digital entre Rússia e Ucrânia, a tecnologia aliada à informação está fazendo a diferença e pode nos ajudar a compreender seu impacto neste conflito. Pedro Doria e Cora Rónai explicam. (YouTube)

Cultura

A guerra não poupa vidas nem memória. Pensando nisso, funcionários do Museu Nacional Andrey Sheptytsky, o maior da Ucrânia, estão correndo contra o relógio para empacotar seu acervo para o caso de as tropas russas se aproximarem de Lviv, onde fica a instituição. Segundo Ihor Korzhan, diretor-geral do Sheptytsky, museus de toda a Europa estão se oferecendo para abrigar temporariamente as peças. Na mesma cidade, o Museu de História da Religião está praticamente vazio, com as obras protegidas no porão. (Estadão)

Enquanto isso, a invasão da Ucrânia pela Rússia segue provocando “baixas” longe da frente de batalha. O maestro russo Tugan Sokhiev deixou ontem a direção musical do Teatro Bolshoi de Moscou e da Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse, na França. Em comunicado, ele se disse contra qualquer tipo de conflito, mas criticou a forma como compatriotas estão sendo “cancelados” e demitidos. Foi o caso do estilista Valentin Yudashkin que teve o desfile na programação paralela da Semana de Moda de Paris suspenso por não repudiar a invasão. Esse movimento é denunciados por artistas russos como um “macarthismo cultural”. (Folha)

Semana começando, mas nada impede de tirar um tempinho para descobrir séries nas plataformas de streaming. Entre os destaques da semana está As Seguidoras (trailer), primeira produção brasileira da Paramount+. Nessa comédia de humor sombrio, Maria Bopp vive uma influenciadora que se torna serial killer. Com uma pegada mais séria, a HBO Max traz Lakers: Hora de Vencer (trailer), que retrata a fase áurea do Los Angeles Lakers, um dos mais importantes times da NBA. Confira outras estreias. (Globo)

Internado desde 21 de fevereiro com covid-19 em Vitória da Conquista (BA), o cantor e compositor Elomar Figueira (Spotify), de 84 anos, piorou neste fim de semana e precisou ser novamente intubado. Conhecido como “Menestrel das Caatingas” pela inspiração medieval de suas canções – compostas em “linguagem dialetal sertaneza” – Elomar é autor de sucessos interpretados por Elba Ramalho e Fagner, gravou com o pianista Arthur Moreira Lima e participou, nos anos 1980, da série de shows e discos Cantoria (Spotify), em parceria com Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai. (g1)

 

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