Na Petrobras, presidentes atual e futuro defendem política de preços

Em vias de deixar a presidência da Petrobras após ter sido demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Joaquim Silva e Luna afirmou que a estatal, por lei, não pode fazer política pública com os preços dos combustíveis ou política partidária. “Tem responsabilidade social? Tem. Pode fazer política pública? Não. Pode fazer política partidária? Menos ainda”, disse Luna durante seminário no Superior Tribunal Militar (STM). Ele também afirmou que o Brasil “não pode correr riscos de tabelar preços de combustíveis” e precisa praticar preços de mercado. Além disso, reforçou que a “aplicação de preços de mercado garante o abastecimento do país”. (Estadão)

Na segunda-feira, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo após o vazamento de informações sobre a demissão do general. Por ser listada em Bolsa, a Petrobras precisa ter seus movimentos comunicados simultaneamente a todo o mercado, para não configurar vazamento de informação. Ontem as ações da companhia subiram após a indicação do governo federal do economista Adriano Pires ao comando da estatal. (CNN Brasil)

Enquanto isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a troca na presidência da Petrobras não é um problema dele e que deseja boa sorte ao novo presidente da companhia. Guedes também descartou privatizar a estatal. (Folha)

A demissão de Silva e Luna já era caso pensado. Segundo Malu Gaspar, o presidente Jair Bolsonaro teve pelo menos três reuniões secretas com o substituto, o economista Adriano Pires, nas últimas três semanas. Numa delas, o presidente teria dito que não pretende intervir na política de preços da Petrobras e gostou da ideia de um fundo — bancado pelo contribuinte — para evitar o repasse de aumentos para as bombas. O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, a quem se atribui a indicação do executivo, participou de todas as conversas. (Globo)

Nas conversas, Pires afirmou a Bolsonaro que seria inviável mudar a política de preços adotada pela companhia. (Poder 360)

A disparada no preço dos combustíveis, aliás, foi um dos estopins de uma greve de motoristas e entregadores de aplicativos que atingiu ontem pelo menos 17 cidades. No Rio, a paralização de serviços como Uber de 99 se somou a uma greve de rodoviários pela manhã, o que aumentou o caos no trânsito. Segundo o sindicato da categoria, corridas curtas se tornaram inviáveis, pois o gasto com combustível é maior que o ganho do motorista. As empresas dizem estar adotando medidas para melhorar o ganho de motoristas e entregadores. (UOL)

PUBLICIDADE

Na letra da lei, a campanha eleitoral só começa nos dia 16 de agosto, e isso vale para comícios, carreatas e aparições na TV, por exemplo. Mas, na prática, o TSE tem feito vista grossa a atos nos quais os pré-candidatos fazem de tudo, menos pedir explicitamente votos. Foi o caso do evento do PL no último domingo, no qual o presidente Jair Bolsonaro disse que sua reeleição era “uma luta do bem contra o mal”, da participação do ex-presidente Lula (PT), no último sábado, do Festival Vermelho, em Niterói (RJ), e de atos de praticamente todos os demais postulantes ao Planalto. Especialistas dizem que a forte polarização na campanha e o uso de plataformas da internet dificultam a ação da Justiça Eleitoral. (Folha)

Enquanto isso... O ministro do TSE Raul Araújo aceitou o pedido de desistência do PL e arquivou a ação contra manifestações políticas no Lollapalooza, que terminou no domingo. (Agência Brasil)

Meio em vídeo. O Conversas com o Meio desta semana é com o advogado Francisco Brito Cruz, do Internetlab, que vai dissecar a lei das fake News, ora tramitando no Congresso. Onde estão os problemas e as soluções? Que tipo de eleição vamos ter para presidente da República em 2022 a partir dessas regras? Confira. (YouTube)

O deputado bolsonarista Daniel Silveira (União-RJ) desafiou hoje o STF dizendo que não vai recolocar a tornozeleira eletrônica, contrariando ordem dada na sexta-feira pelo ministro Alexandre de Moraes. Para evitar ser preso novamente, o deputado disse que pretende “morar” na Câmara até que a Casa paute uma proposta para sustar a ação penal contra ele. Ao saber da reação de Silveira, Moraes reiterou a ordem e disse que, se não for cumprida, restabelecerá a prisão do deputado, processado por defender a volta do AI-5 e atos de violência contra membros do Supremo. (Metrópoles)

Após mais uma rodada de negociações na Turquia, a Rússia prometeu ontem “reduzir radicalmente” as atividades militares em direção a Kiev, capital da Ucrânia, e Chernihiv. Segundo o vice-ministro do Exterior russo, Alexander Fomin, o gesto busca criar um clima de “confiança mútua” para se chegar a um acordo de paz. A iniciativa veio depois de o governo ucraniano dizer que aceita o status de neutralidade, uma das exigências de Moscou. Porém, a Casa Branca alertou que a movimentação russa no norte da Ucrânia, onde fica Kiev, parece mais uma rearrumação de tropas que um recuo e que “ninguém deve se deixar enganar” pelas promessas de Vladimir Putin. (Guardian)

Analistas acreditam que a oferta russa seja mais uma tática militar que uma movimentação diplomática. Eles lembram que o avanço das tropas invasoras sobre a capital ucraniana está contido há semanas e teria sido repelido em diversos pontos. “A Rússia está ajustando seus objetivos à realidade”, disse Lawrence Freedman, professor emérito de Estudos da Guerra no King’s College, de Londres. “Não é especulação dizer que eles estão se concentrando em Donbas, pois, de fato, é tudo o que podem fazer.” (New York Times)

Viver

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, negou ontem que a realização de uma consulta pública tenha atrasado o início da vacinação infantil no país. A Anvisa liberou a imunização de crianças acima de cinco anos no dia 16 de dezembro, mas a vacina da Pfizer só entrou no programa federal no dia 5 de janeiro, após a consulta e uma audiência pública. Falando ontem no Senado, Queiroga disse que o laboratório informou que só entregaria as doses pediátricas a partir de 10 de janeiro e que, portanto, “não houve atraso sequer de um segundo em relação à vacina”. (UOL)

Facas, armas de fogo e até uma granada são objetos que se espera encontrar em vários ambientes, menos numa escola. Casos de violência em colégios públicos e privados têm sido registrados com frequência crescente em todo o país, e, segundo especialistas, podem estar relacionados ao isolamento provocado pela pandemia. “Esses alunos estão voltando para a escola mais irritados, agressivos, com mais dificuldade nas habilidades sociais. A escola precisa de um plano de acolhida e espaço de diálogo para trabalhar essas questões em âmbito coletivo”, afirma Telma Vinha, professora da Unicamp especialista em convivência e clima escolar. (Globo)

Assédio moral, ameaças e até confinamento ilegal. Essas situações foram denunciadas ontem pela jogadora de futebol brasileira Giovana Queiroz numa carta aberta à direção do Barcelona, clube do qual é contratada. A atleta de 18 anos, que também tem cidadania espanhola, disse ter sofrido as primeiras pressões abusivas de pessoas “dentro e fora do clube” em 2020, quando foi convocada para a seleção brasileira. “Métodos arbitrários foram usados com o objetivo claro de prejudicar minha vida profissional dentro do clube”, publicou ela em redes sociais. Procurado pela CBF, o Barcelona disse que sua própria equipe de compliance e a da Fifa não encontraram provas das acusações. (Globo Esporte)

Meio em vídeo. Este Pedro+Cora é especial. Pedro Doria e Cora Rónai conversam com a jornalista Cristina Fibe, autora do livro João de Deus: O Abuso da Fé. Cristina deu início à apuração que levou ao nosso conhecimento o maior caso de crime sexual do Brasil envolvendo o médium João de Deus. (YouTube)

Cultura

Pense em um disco de algum artista marcante da MPB — Chico, Elis, Clara Nunes, Paulinho da Viola etc. Há 362 chances de você ter pensado numa capa desenhada pelo artista gráfico paranaense Elifas Andreato, que morreu ontem em São Paulo, aos 76 anos. Foram 40 anos de carreira, criando algumas das ilustrações mais marcantes da discografia nacional. Segundo a família, Andreato morreu em decorrência de um infarto sofrido dias atrás. (g1)

Mauro Ferreira: “Com linguagem visual geralmente pautada por cores vivas e identificada com a cultura popular do Brasil, a obra de Elifas é calcada em retratos emotivos que humanizam o artista em imagens evocativas do sofrido povo brasileiro, de signos políticos e símbolos que muitas vezes aludiram ao curso ininterrupto da vida.” (g1)

Outra perda para a cultura foi a morte, aos 70 anos, da atriz Djenane Machado. Filha do lendário produtor Carlos Machado (1908-1992), ela estreou na TV em 1968 e fez fama em novelas como O Cafona, de 1971, e Estúpido Cupido, de 1976, além de participação em diversos filmes. Em 1972 foi escalada como Bebel na primeira versão da Grande Família, mas problemas com álcool e drogas a fizeram ser substituída após uma temporada por Maria Cristina Nunes. Em 1992, com a morte do pai, Djenane deixou a carreira artística para se livrar da dependência química e passou os 30 anos seguintes vivendo reclusa na Zona Sul do Rio. (Globo)

PUBLICIDADE

A morte do baterista Taylor Hawkins, na última sexta-feira, não afetou somente o Lollapalooza brasileiro. A banda anunciou ontem o cancelamento de todos os próximos shows da atual turnê. Por meio de um comunicado, o grupo lamentava o cancelamento e compartilhava a decepção dos fãs. “Em vez disso, vamos aproveitar esse tempo para lamentar, curar, aproximar nossos entes queridos e apreciar todas as músicas e memórias que fizemos juntos”, diz a nota. (Rolling Stone)

Will Smith< ganhou o Oscar/strong> interpretando Richard Williams em King Richard: Criando Campeãs (trailer), mas foi alvo de críticas do biografado. O pai das tenistas Venus e Serena Williams condenou o tapa que Smith deu no comediante Chris Rock durante a cerimônia do prêmio devido a uma piada de péssimo gosto sobre Jada Pinkett-Smith, mulher do ator. “Nós não perdoamos quem bate em outras pessoas, a não ser que seja autodefesa”, disse. Smith pediu desculpas publicamente a Chris Rock na segunda-feira. (Folha)

Já estão abertas as inscrições para o Prêmio Jabuti de 2022, a mais antiga e abrangente premiação da literatura brasileira. São 20 categorias, com prêmios de R$ 5 mil reais em 19 e de R$ 100 mil para o Livro do Ano. A homenageada deste ano será a escritora e filósofa Sueli Carneiro, fundadora do Geledés — Instituto da Mulher Negra. (Estadão)

Cotidiano Digital

A Justiça dos Estados Unidos aprovou um acordo de US$ 18 milhões entre a Activision Blizzard e a Equal Employment Opportunity Commission (ou Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego). Em uma denúncia de 2021, o órgão, que rege igualdade de gênero no trabalho nos EUA e investigava a cultura de trabalho tóxica da empresa, acusou a Activision de não tomar medidas corretivas e preventivas em queixas de assédio sexual, discriminar mulheres em salários e promoções e discriminar trabalhadoras grávidas. Além da multa, o acordo exige que a empresa de jogos tome medidas para prevenir e tratar casos de discriminação e assédio na companhia. (The Guardian)

A Sony anunciou ontem o PlayStation Plus, novo serviço de assinatura de jogos online para consoles PlayStation. Com a novidade, os jogadores poderão escolher entre três opções de categorias com diferentes benefícios: Plus Essential, Plus Extra e Plus Deluxe. O novo serviço também contará com um catálogo de jogos vindo do PlayStation Now, que será fundido com a assinatura principal. O lançamento do PlayStation Plus deve ocorrer a partir do mês de junho. Os planos custam a partir de R$ 34,90 por mês. (Jovem Nerd)

E o Messenger, do Facebook, liberou ontem novos recursos para usuários enviarem mensagens silenciosas ou chamarem a atenção de todas as pessoas na conversa. (g1)

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.