Política

Pacheco rebate Haddad e diz que responsabilidade fiscal não é aderir ao Executivo

Rebatendo a afirmação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o Congresso também precisa ter responsabilidade fiscal, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que responsabilidade fiscal não é aderir ao Executivo. “Uma coisa é ter responsabilidade fiscal, outra bem diferente é exigir do Parlamento adesão integral ao que pensa o Executivo sobre o desenvolvimento do Brasil”, afirmou o senador em nota. De acordo com Pacheco, “o progresso se assenta na geração de riquezas, tecnologia, crédito, oportunidades e empregos, não na oneração do empresariado, da produção e da mão de obra”. Ele destacou ainda que, do ponto de vista das despesas, a aprovação de medidas como o teto de gastos, a reforma da Previdência e marcos legislativos são obras do Congresso. “Sem contar a pauta de 2023 que cumprimos em favor de uma arrecadação recorde do estado brasileiro. Portanto, a admoestação do ministro Haddad, por quem tenho respeito, é desnecessária, para não dizer injusta com o Congresso”, concluiu. (Folha)

Israel tem uma escolha a fazer: Rafah ou Riad

Thomas L. Friedman: “A diplomacia americana para pôr fim à guerra de Gaza e forjar uma nova relação com a Arábia Saudita tem convergido numa única escolha gigante para Israel e o premiê Benjamin Netanyahu: o que querem mais – Rafah ou Riad? Querem uma invasão de Rafah para tentar acabar com o Hamas — se é que isso é possível — sem qualquer estratégia de saída de Gaza ou qualquer horizonte político para uma solução de dois Estados? Ou querem a normalização com a Arábia Saudita, uma força árabe de manutenção da paz para Gaza e uma aliança de segurança liderada pelos EUA contra o Irã? Os interesses a longo prazo de Israel estão em Riad e não em Rafah. É claro que nenhum dos dois é garantido e ambos apresentam riscos. Mas é para isso que servem os líderes: defender que o caminho para Riad tem uma recompensa muito maior no final do que o caminho para Rafah, que será um beco sem saída em todos os sentidos do termo”. (New York Times)

‘Brasil não pode entrar apenas como vítima em debate sobre reparação’, diz historiador

A discussão sobre reparação histórica devido à escravidão e aos crimes do período colonial não pode se resumir a um diálogo entre Portugal e Brasil, tendo de incluir Angola e outros países africanos, como Moçambique e Benin, afirma o historiador Luiz Felipe de Alencastro, um dos maiores pesquisadores da escravidão no país. Além disso, o Brasil não pode entrar somente como vítima. “Os afro-brasileiros são vítimas, mas houve colonos brasileiros e proprietários, fazendeiros e comerciantes brasileiros (que participaram do tráfico transatlântico de escravizados) já desde antes da independência”, diz. (BBC Brasil)

Hamas divulga vídeo de dois reféns

O Hamas publicou neste sábado um vídeo de dois reféns, o americano-israelense Keith Siegel e o israelense Omri Miran. Na gravação, Siegel, que parece estar falando sob coação, implora ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que negocie um acordo de libertação de reféns com o Hamas. É a primeira vez que Siegel aparece um vídeo desde que foi sequestrado com sua esposa em casa, no kibutz Kfar Aza, em 7 de outubro. Ela foi libertada em 26 de novembro. A data da gravação não pôde ser confirmada, mas os sequestrados disseram que não puderam celebrar o feriado da Páscoa judaica, que termina terça-feira. “Estou aqui há 202 dias”, disse Miran, sugerindo que o vídeo foi filmado na última quinta-feira. Na quarta-feira, o grupo divulgou um outro vídeo, do refém americano-israelense Hersh Goldberg-Polin. O gabinete israelense não quis comentar. (CNN)

Governo português nega que haja processo de reparação por crimes contra ex-colônias

Dias depois de o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, reconhecer publicamente que o país foi responsável por inúmeros crimes contra escravos e indígenas na era colonial, o governo português afirmou que “não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas” relacionado a reparação às ex-colônias. Em nota, o governo afirma que “as relações do povo português com todos os povos dos Estados que foram antigas colônias de Portugal são verdadeiramente excelentes, assentes no respeito mútuo e na partilha da história comum". As informações são do jornal português Público. A declaração do chefe de Estado gerou críticas de parlamentares de direita e extrema direita, como Aliança Democrática, CDS-Partido Popular e o Chega. Neste sábado, Rebelo de Sousa voltou ao tema e propôs o cancelamento de dívidas e a oferta de financiamento às ex-colônias como forma de compensação. “Não podemos colocar isso debaixo do tapete ou na gaveta. Temos a obrigação de pilotar, de liderar esse processo.” (g1)

Rússia e Ucrânia trocam ataques aéreos mirando termoelétricas e refinarias

A Rússia e a Ucrânia trocaram ataques aéreos na noite de sexta-feira e na manhã deste sábado, mirando instalações de energia. As ofensivas destruíram quatro termoelétricas e causaram incêndios, segundo as autoridades ucranianas. Kiev teria derrubado 21 dos 34 drones russos usados nos ataques e usou drones para acertar refinarias de petróleo da Rússia na região de Krasnodar. De acordo com Moscou, Kiev usou 66 drones para atacar a área de Krasnodar, todos interceptados. Os ataques aconteceram logo após o anúncio dos Estados Unidos de um pacote adicional de US$ 6 bilhões em ajuda à Ucrânia. Um porta-voz do governo russo reforçou hoje que não existe espaço para conversações de paz diante da recusa da Ucrânia de negociar com Moscou. (Folha e Valor Investe)

Ideia de ‘rei Trump’ está se concretizando

Jamelle Bouie: “A afirmação de Donald Trump de que tem imunidade absoluta para atos criminosos realizados como presidente é um insulto à razão, um ataque ao bom senso e uma perversão da máxima fundamental da democracia americana: que nenhum homem está acima da lei. Mais surpreendente, porém, é o fato de o Supremo Tribunal ter tomado o caso em primeiro lugar. Não apenas por haver uma resposta óbvia — não, o presidente não está imune a processos criminais por ações ilegais cometidas com o aval do Poder Executivo — mas pelo fato de tribunal ter atrasado, talvez indefinidamente, o acerto de contas do ex-presidente com a Justiça. Ao atrasar o julgamento, o Supremo pode ter negado ao público o direito de saber se um ex-presidente, que quer ser o próximo presidente, é culpado de tentar subverter o processo sagrado da sucessão presidencial: a transferência pacífica do poder de um grupo para outro, que é a essência da democracia representativa. Na opinião de Trump, o presidente é soberano, não o povo. Na sua visão grotesca do Poder Executivo, o presidente é um rei, livre da lei, acorrentado apenas aos limites da sua vontade”. (New York times)

Trinta anos após a primeira eleição, a África do Sul realmente derrotou o apartheid?

Para ler com calma. Há 30 anos, milhões votaram nas primeiras eleições democráticas da África do Sul, desferindo um golpe fatal no apartheid. Enquanto os sul-africanos celebram 30 anos de liberdade e se preparam para votar em uma eleição nacional, na prática, o país ainda está longe de cumprir plenamente os objetivos da Carta da Liberdade. O Congresso Nacional Africano venceu as eleições de 1994 com a promessa de “uma vida melhor para todos”. Para muitos, no entanto, essa promessa não foi cumprida. Pesquisas eleitorais indicam que o partido corre o risco de perder pela primeira vez a maioria absoluta no governo nacional no pleito de 29 de maio. (New York Times)

Defesa de Bolsonaro volta a pedir ao STF devolução do passaporte para viagem a Israel

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) voltou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira ao menos a “devolução temporária” do passaporte dele. O ex-presidente solicitou novamente liberação para uma viagem a Israel entre seis e sete noites no fim de maio. Os advogados dizem que Bolsonaro recebeu convite oficial do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para visitar o país com sua família. Em março, o ministro Alexandre de Moraes já havia negado a devolução do documento, apreendido em fevereiro durante operação da Polícia Federal que apura uma tentativa de golpe de Estado. A defesa argumenta que não há risco para as investigações e que ele pode atender eventuais demandas da polícia antes ou depois da viagem. (g1)

X diz que investigados utilizaram ferramenta para burlar restrições impostas pelo STF

A defesa do X afirmou ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira que investigados pela Corte buscaram “contornar” restrições usando funcionalidades da plataforma, como a ferramenta que permite transmissões em áudio ao vivo. A plataforma também disse que determinou o bloqueio da ferramenta Spaces para usuários brasileiros, a fim de garantir a proibição da Corte. As explicações ocorrem após a Polícia Federal afirmar que o X tem mantido bloqueios de contas, mas permitido o uso do recurso de lives, o que possibilita a interação dos perfis suspensos com outros usuários. A PF apontou que houve uma reorganização da suposta milícia digital investigada pelo Supremo para atuar de forma internacional e tentar escapar da Justiça brasileira. Segundo o X, o relatório da PF tratou de casos pontuais e revela que os investigados atuam para driblar a ordem judicial. Os advogados da rede social afirmaram que “as operadoras do X, tão logo cientes do uso articulado da funcionalidade Spaces pelos usuários investigados, agiram prontamente para bloquear a possibilidade de seu acesso”. (g1)