Desde o fim de semana, o presidente Michel Temer vem recebendo deputados para negociar a reforma da Previdência. Segundo apuração da Folha, ele tem repetido a cada um os mesmos argumentos. Não abre mão da idade mínima proposta para aposentadoria (65 anos), da regra de transição para quem está perto de se aposentar, e de reduzir o valor da pensão por morte. Pode concordar, porém, com aceitar o fim da isenção tributária a entidades filantrópicas e manter tratamento especial que policiais já têm. Ontem à noite, o presidente jantou no Alvorada com integrantes da base para sentir a tendência dos parlamentares. A Folha também consultou os membros da comissão especial que analisa a proposta do governo. Metade deles se opõe à idade mínima de 65 anos. Os deputados governistas estão sendo monitorados pelo Planalto para que focos de insatisfação sejam rapidamente identificados.
Durante o jantar de ontem, o presidente afirmou à base que espera ver a reforma aprovada até 15 de julho. E ouviu o que não queria: por exemplo, o desejo expressado por líderes de partidos aliados de abrandar as regras de transição para quem está próximo de se aposentar. (Globo)
A resistência ficará por aí. O Solidariedade, partido que em tese faz parte da base, usará sua campanha na TV em abril para atacar a idade mínima de 65 e a exigência de 49 anos de contribuição. (Folha)
Também ontem, foi ao ar na TV um filme publicitário com Temer explicando o processo para sacar das contas inativas do FGTS. Assista.
Aliás… De Claudio Melo Filho, o executivo da Odebrecht responsável pela relação com o governo federal, em depoimento ao TSE: “Michel Temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo (Odebrecht), apoio financeiro para as campanhas do PMDB no ano de 2014.” (Estadão)
E o ministro Gilmar Mendes defendeu a manutenção do foro privilegiado para autoridades. É o primeiro do Supremo a fazê-lo. Seus companheiros de bancada Luís Roberto Barroso, Celso de Mello e Edson Fachin já haviam se manifestado contra. (Globo)
O PIB brasileiro de 2016 deve fechar em -3,60% de acordo com a média das avaliações de 48 instituições ouvidas pela Broadcast do Estadão. Em se confirmando a retração pelo segundo ano consecutivo, terá sido a pior recessão brasileira desde que o mesmo ocorreu no biênio 1930-31. Quando o mundo mergulhava na Grande Depressão.
O governo anuncia hoje um pacote de 55 concessões postas à venda. Inclui a privatização de 15 companhias de saneamento estaduais, que precisarão ser aprovadas pelas respectivas assembleias, 35 linhas de transmissão elétrica e quatro portos. O fim antecipado da concessão da Dutra, Rio-Teresópolis e Rio-Juiz de Fora também deve estar na lista. Nestes casos, haverá indenização para quem gerencia as estradas atualmente, além de facilidades para que vençam o novo leilão. (Estadão)
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