Transição estima que prejuízo com vacinas e medicamentos vencidos chegue a R$ 2 bilhões

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De Brasília

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A equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva está tentando confirmar um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões em vacinas e medicamentos que estão nos estoques do Ministério da Saúde, com datas de vencimento superadas ou prestes a vencer. A pista foi levantada por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) e, por enquanto, trata-se de uma estimativa, visto que não houve, por parte do Ministério da Saúde, a prestação de informações sobre a situação dos estoques.

No início da semana, o grupo de trabalho da Saúde recebeu um relatório das mãos do presidente do TCU, Bruno Dantas, com informações sobre o setor. Depois, houve uma reunião com o ministro da pasta, Marcelo Queiroga. No entanto, ainda não houve repasse ao grupo sobre a real situação dos estoques.

“Quando a gente pergunta, eles alegam que a informação é sigilosa porque existe o risco de laboratórios e empresas usarem esses dados para extorquir o ministério, explorar o governo”, disse um membro do grupo ao Meio.

A equipe defende que esses dados sejam públicos, visto que qualquer ação de vacinação e de distribuição de medicamentos é feita em parceria com estados e municípios e que, portanto, essas esferas também precisam se preparar estrategicamente para campanhas de imunização e para outros fins.

Nessa situação de vencimento, segundo membros do grupo, estariam, inclusive, doses da vacina bivalente, aprovada nesta semana pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que oferece proteção contra mais uma cepa da Covid-19.

Em nota enviada à reportagem, o Ministério da Saúde informou que “é falsa a informação de falta de transparência dos dados relacionados à Covid-19”. A resposta, no entanto, não trata das condições do estoque de vacinas da pasta. Apenas acrescenta que “para reforçar ainda mais o enfrentamento à Covid-19 no país, o Ministério da Saúde vai disponibilizar aos brasileiros a versão bivalente da vacina Covid-19, garantindo a continuidade da campanha de vacinação. A previsão é de que as doses estejam disponíveis no início de dezembro”.

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