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Bolsonaro chama embaixadores para atacar urnas eletrônicas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu vender para o público externo suas teses, nunca comprovadas, de fraudes eleitorais e fragilidades nas urnas eletrônicas. Ele convocou para hoje um encontro com embaixadores e tentará convencê-los (e a seus governos) das supostas irregularidades. Embora dissesse na noite de ontem que já havia 40 representantes diplomáticos confirmados, Bolsonaro não divulgou uma lista. Mais cedo, sabia-se que embaixadores de países de peso, como EUA, Rússia, Reino Unido e Japão, não haviam respondido ao convite. Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Fux e Edison Fachin, também foram convidados, mas recusaram. (Estadão)

Bolsonaro transforma promulgação da PEC Kamikaze em comício

Embora a promulgação de uma Emenda à Constituição seja atribuição do Legislativo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez questão de ir ao Congresso ontem participar da cerimônia que oficializou a chamada PEC Kamikaze. Não foi sem motivo: a medida cria um Estado de Emergência e lhe entrega cerca de R$ 41 bilhões para gastar em programas sociais a menos de três meses das eleições, driblando a Lei Eleitoral e o teto de gastos. A emenda eleva de R$ 400 para R$ 600 o Auxílio Brasil, aumenta o vale-gás e cria vouchers para caminhoneiros e taxistas. O governo quer começar a pagar ao menos o Auxílio Brasil e o vale-gás turbinados já em agosto. Mais cedo, Bolsonaro negou que a medida seja eleitoreira, mas omitiu que ela vale somente até dezembro. (UOL)

Com adesão da esquerda, Lira aprova PEC Kamikaze

A Câmara aprovou ontem, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que injeta R$ 41,25 bilhões em programas sociais e cria outros benefícios a menos de três meses das eleições. Apelidada de PEC Kamikaze, a proposta teve 469 votos a favor e somente 17 contra. Ela eleva o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, aumenta o vale-gás e cria vouchers para caminhoneiros e taxistas, mas somente até o fim deste ano. A oposição apresentou um destaque que tornava permanente o valor de R$ 600 e outro que tirava o texto o estado de emergência, artifício que permitia o gasto à revelia da Lei Eleitoral, mas ambos foram rejeitados. (UOL)

Câmara aprova PEC… E aí o sistema caiu

A Câmara aprovou ontem, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dribla a Lei Eleitoral e o teto de gastos para aumentar e criar programas sociais a menos de três meses das eleições. Eram necessários 308 votos, e a proposta recebeu 393, com apenas 14 deputados votando contra. A votação só não foi concluída ontem porque o sistema de internet da Câmara apresentou instabilidade. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai acionar a Polícia Federal para apurar se houve um problema técnico ou ataque hacker. A expectativa dos governistas é que a votação em segundo turno aconteça hoje. Apelidada de “PEC kamikaze” e “PEC de Bondades”, a proposta, válida somente até o fim do ano, aumenta o Auxílio Brasil e o vale-gás e oferece voucher a caminhoneiros e taxistas, decretando estado de emergência para escapar da restrições da legislação eleitoral. (UOL)

Bolsonaro se irrita ao ser ligado a assassinato em Foz

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu com irritação ontem ao ser questionado sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), pelo agente penal Jorge José da Rocha Guaranho. Inconformado pela festa de aniversário de Arruda ter como tema o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o criminoso entrou no local atirando e gritando “Aqui é Bolsonaro” e “mito”, antes de ser baleado pela vítima. “O que eu tenho a ver com a com esse episódio de Foz do Iguaçu? Nada! Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri disso na pele. Agora, o histórico de violência, não é do meu lado. É do lado de lá”, afirmou o presidente. (Metrópoles)

Gritou ‘Aqui é Bolsonaro!’ enquanto matava

Aos gritos de “Aqui é Bolsonaro!”, o agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho invadiu na noite de sábado uma festa em Foz do Iguaçu (PR) e assassinou a tiros o aniversariante, o guarda municipal Marcelo Arruda. A festa tinha como tema o PT, do qual Arruda era tesoureiro municipal, enfeitada com fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Guaranho, um dos diretores da associação onde o evento acontecia, não era convidado e, aparentemente, não conhecia a vítima. Ele esteve no local, iniciou uma confusão e, ao sair, disse que voltaria e “mataria todo mundo”. Preocupado, Arruda foi até o carro e pegou sua arma. Foi quando o agressor voltou atirando. Mesmo baleada, a vítima atirou de volta e, segundo seu filho, impediu que o agressor ferisse outras pessoas. O agente penitenciário está sob custódia em um hospital da cidade e seu estado é estável. (UOL)

Temendo derrota, Lira não vota PEC kamicaze

Entre a pressa em aprovar a PEC que viola leis para ajudar na reeleição de Jair Bolsonaro (PL) e o risco do quórum baixo no Plenário, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), optou pela prudência e adiou a votação para a semana que vem. A proposta eleva o benefício do Auxílio Brasil até o fim do ano de R$ 400 para R$ 600, zera a fila de espera e cria vouchers, também só até dezembro, de mil reais para caminhoneiros e taxistas. Para driblar as leis eleitoral e de responsabilidade fiscal e o teto de gastos, decreta estado de emergência. Lira vinha colecionando vitórias. Convenceu o relator Danilo Forte (UB-CE) a não mexer no texto, o que mandaria a PEC de volta para o Senado, e conseguiu aprová-la na comissão especial quase por unanimidade — somente o deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP) votou contra. A ideia era votá-la em dois turnos no Plenário ainda ontem, mas a oposição pretendia apresentar um destaque retirando do texto o estado de emergência, o que, na prática, tornaria ilegais os benefícios. Lira viu que havia 427 deputados presentes, quando são necessários 308 para aprovar uma PEC ou derrubar um destaque. Achou que a margem era estreita e não quis arriscar. A votação está marcada para a próxima terça. (UOL e Globo)

Johnson renuncia à liderança conservadora mas tenta seguir premiê até outubro

Alvo de intensa pressão de correligionários, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson deve renunciar hoje à liderança do Partido Conservador. É este cargo que faz dele primeiro-ministro, já que a legenda tem maioria na Câmara dos Comuns. Até o fechamento desta edição, Johnson tentava ainda permanecer no comando do governo até outubro, quando o partido escolherá oficialmente quem o sucederá. A maioria dos conservadores, porém, não aceita a solução e defende que ele deixe o governo imediatamente, substituído interinamente pelo vice-premiê Dominic Raab. “Seu comportamento tem sido errático”, se queixou ao Guardian um parlamentar. A situação de Johnson ficou insustentável nos últimos dias, com renúncias em massa dentro do governo. Ontem, uma comissão de ministros de primeiro escalão esteve com ele pedindo que deixasse o cargo. A pressão veio até do recém-nomeado ministro das Finanças Nadhim Zahawi. (Guardian)

Dia bolsonarista no Congresso: CPI adiada, PEC eleitoreira acelerada

O presidente Jair Bolsonaro (PL) não pode reclamar do dia de ontem. Ele obteve duas vitórias importantes no Congresso, com perspectiva de reflexos na corrida eleitoral. Na primeira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou que a temida CPI para investigar a corrupção durante a gestão de Milton Ribeiro no MEC será instalada, mas só começará a trabalhar após as eleições. Ao mesmo tempo, Pacheco vai instalar uma CPI pedida por governistas para apurar obras inacabadas em escolas, creches e universidades durante governos petistas. (UOL)

MP enfrenta ataque bolsonarista à responsabilidade fiscal

Aprovada com apoio quase unânime no Senado – só José Serra (PSDB-SP) votou contra —, a PEC que aumenta o Auxílio Brasil e institui ajuda a caminhoneiros e taxistas pode parar no Tribunal de Contas da União (TCU), como conta Guilherme Amado. O Ministério Público pediu que a Corte impeça o governo de furar o teto de gastos, condição necessária para que gaste R$ 41,25 bilhões a três meses das eleições. Apelidada de “PEC das bondades”, o projeto torna letra morta ainda as leis eleitoral e de responsabilidade fiscal. E não é só o MP que é contra. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) promete levar hoje mais de mil prefeitos ao Congresso para protestar contra a PEC e contra medidas do governo que reduzem receitas e aumentam despesas municipais. (Metrópoles)