News do Meio

Por inflação alta, juro vai à maior taxa em cinco anos

Já era previsto, afinal a inflação está alta e os juros são a única ferramenta de combate, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou nesta quarta-feira em um ponto percentual a taxa básica da economia, a Selic, de 11,75% para 12,75%. É o maior patamar em cinco anos (13%). Além disso, este é o décimo aumento seguido da Selic e o período mais longo de aperto monetário ininterrupto da história do comitê, que iniciou o ciclo de aumentos em março de 2021. Entre as razões para a elevação da taxa, o BC destacou o ambiente externo, com os impactos inflacionários da pandemia, a nova onda de covid-19 na China e a guerra da Ucrânia. A inflação cresce pelo aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis. E o Copom não deve parar aí. Já indicou que tem planos de elevar novamente os juros, mas com reajuste de menor magnitude, ou seja, inferior a 1%. (g1)

Exército encampa ataques de Bolsonaro às urnas perante TSE

O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre supostas fragilidades no sistema eleitoral foi encampado em boa parte dos 88 questionamentos enviados nos últimos oito meses ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por militares. Foram cinco ofícios sigilosos assinados pelo general de Divisão do Exército Heber Garcia Portella, que participa da Comissão de Transparência do TSE, quatro dos quais já foram respondidos. Desde a adoção das urnas eletrônicas, em 1996, nem um caso de fraude na apuração foi comprovado. Portella foi indicado para a comissão pelo ex-ministro da Defesa Walter Braga Neto, hoje potencial candidato a vice na chapa de Bolsonaro. (Estadão)

Suprema Corte dos EUA deve liberar proibição do aborto

A guerra conservadora nos EUA contra do direito ao aborto atingiu um novo patamar ontem com o vazamento de um rascunho de acórdão (leia a íntegra em inglês) da Suprema Corte para tirar da prática sua proteção constitucional. O documento, elaborado pelo ministro ultraconservador Samuel Alito, reverte a histórica decisão do caso Roe x Wade, de 1973, que estabeleceu a interrupção da gravidez como um direito, depois confirmado em outra decisão de 1992. “Roe estava notoriamente errada desde o início”, escreve Alito. “É hora de devolver a questão do aborto aos representantes eleitos do povo”, conclui. A decisão é fruto de um voto preliminar dos oito juízes e pode ainda haver mudança de posição. Se não ocorrer, os estados passam a poder legislar sobre aborto. Poderiam proibir até em casos extremos como o de fetos anencéfalos ou gravidez fruto de estupro ou incesto. (Politico)

Nem Bolsonaro nem Lula empolgam massas no 1º de Maio

Assessores palacianos tentaram evitar, tentaram dissuadir, mas o presidente Jair Bolsonaro (PL) tirou o Dia do Trabalho para tomar parte, ontem, de atos contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Esteve presente em Brasília e falou com o público em São Paulo por vídeo. Na Praça dos Três Poderes um grupo reduzido de manifestantes recebeu o presidente com cartazes pedindo intervenção militar e o fechamento do Supremo. Bolsonaro ficou no local por dez minutos, acenou e foi embora sem discursar. Já o ato em São Paulo, um quê mais encorpado, era em desagravo ao deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF e indultado pelo presidente. Em vídeo, Bolsonaro afirmou que seu governo “acredita em Deus, respeita as autoridades, defende a família e deve lealdade a seu povo”. (g1)

Bolsonaro trabalha para desarticular 3a via

Por trás da prevista saída do União Brasil da aliança com MDB, PSDB e Cidadania há, em parte, a mão pesada do Palácio do Planalto, em particular do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. A ala governista no UB tem recebido recados de que vão perder os cargos que controlam se o presidente do partido, Luciano Bivar, não abandonar o grupo. O líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), pode perder o controle sobre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), por exemplo. Nascimento, por isso, é o principal articulador da pré-candidatura de Bivar. Ontem, um evento dos grupos Derrubando Muros e Roda Democrática reuniu líderes de MDB, PSDB e Cidadania, e mostrou os descompassos internos. Dentre o público presente em São Paulo, a emedebista Simone Tebet foi aplaudida e o tucano João Doria, criticado. (Estadão)

Bolsonaro acena com golpe, ameaçando suspender eleições

O evento tinha por objetivo exaltar a livre expressão — a pauta, porém, foi outra. O presidente Jair Bolsonaro (PL) levantou a possibilidade ontem, no Palácio do Planalto, de suspender as eleições. “Não pensam que seria só para presidente”, afirmou. “Isso seria para o Senado, para a Câmara, se tiver algo de anormal.” Descartando sua antiga bandeira do voto impresso, o presidente saiu-se com outro caminho — agora quer que os militares façam uma apuração paralela dos votos. A solenidade de ontem, transmitida ao vivo pela TV Brasil e inflada pelas bancadas Evangélica e da Segurança Pública, era um desagravo ao deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) por declarações antidemocráticas e incitação à violência contra ministros da Corte. Silveira esteve presente e exibiu, numa moldura o decreto com o indulto que recebeu de Bolsonaro. (UOL)

STF: Com ou sem indulto, Daniel Silveira é inelegível

A despeito de ter recebido um indulto do presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) está inelegível, disse ontem o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes, relator do processo que condenou o parlamentar a quase nove anos de prisão por pregar atos contra a democracia e violência contra ministros da Corte. Moraes justificou a avaliação citando jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) segundo a qual o indulto “não equivale a reabilitação” e incide somente sobre os efeitos primários da condenação, a pena, não sobre o secundário, a perda dos direitos políticos. O ministro deu 48 horas para que a defesa de Silveira inclua o decreto de Bolsonaro nos autos do processo. (CNN)

Conselho aceita oferta e Musk comprará o Twitter

Elon Musk, o homem mais rico do mundo de acordo com a revista Forbes, vai comprar o Twitter por US$ 44 bilhões (R$ 215 bilhões). O conselho de administração da empresa havia inicialmente rejeitado a proposta mas, sob pressão dos acionistas, capitulou. O negócio deve fechar o capital da rede social pela qual hoje transitam, diariamente, 217 milhões de pessoas. É pouco perante os bilhões que frequentam Facebook, Instagram ou TikTok, mas entre os usuários pessoalmente ativos no Twitter estão os mais influentes políticos, jornalistas, cientistas e artistas de boa parte das democracias. Os acionistas receberão US$ 54,20 por ação, segundo o Twitter. “Quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando os bots de spam e autenticando todos os humanos”, escreveu Musk em comunicado sobre a aquisição na própria plataforma. O Twitter foi lançado em 2006 e vale US$ 40 bilhões. Em novembro de 2021, o cofundador Jack Dorsey deixou o cargo de CEO, passando o comando da empresa para Parag Agrawal, ex-diretor de tecnologia. (New York Times)

Macron é reeleito na França, mas extrema-direita vira 2a força

Cinco anos depois, Emmanuel Macron e Marine Le Pen voltaram ontem a se enfrentar no segundo turno das eleições francesas, e, como em 2017, o centrista venceu a disputa contra a ultradireitista. Primeiro presidente reeleito desde 2002, ele obteve 58,55% dos votos. Le Pen reconheceu a derrota, mas comemorou o próprio desempenho: ela obteve 41,45%, cerca de 12 milhões de votos, o melhor resultado da extrema-direita na história da França. Mesmo assim, a reeleição de Macron foi recebida com alívio pela comunidade internacional, uma vez que Le Pen é eurocética, crítica da Otan e tem fortes laços com o russo Vladimir Putin. Líderes como os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, não esperaram o resultado oficial para cumprimentar o presidente reeleito. (CNN Brasil)

Bolsonaro perdoa Silveira e parte para a guerra contra STF

O presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu ontem sua mais grave crise com o Supremo Tribunal Federal (STF) ao anunciar a graça presidencial, um indulto individual, ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Na véspera, a Corte havia condenado o parlamentar a oito anos e nove meses de prisão por atentar contra a democracia, defendendo a volta do AI-5 e incitando agressões aos ministros do Supremo. Em sua live semanal, Bolsonaro justificou a decisão dizendo que “a liberdade de expressão é pilar essencial da sociedade em todas as suas manifestações” e que havia uma “legítima comoção” na sociedade com a sentença. Silveira foi condenado por 10 votos a 1. Somente o revisor, ministro Nunes Marques, indicado por Bolsonaro, votou pela absolvição. (CNN Brasil)