A força feminina por trás da beleza brasileira
Em 2022, o setor de beleza no Brasil contabilizou mais de 2,5 milhões de profissionais ocupados, dos quais cerca de 80% eram mulheres, segundo o Senac. Elas movimentam um mercado que faz do país o terceiro maior consumidor de produtos de beleza no mundo.
Quem vive da beleza move o país
No Brasil, a beleza possui várias facetas. Ao mesmo tempo que é afeto, encontro e expressão de identidade, é também negócio e um pilar da economia que muda a vida de milhões de pessoas. Não é por acaso que o país ocupa o posto de quarto maior mercado deste segmento do mundo. Mas o protagonismo brasileiro vai além dos números, pois a indústria incorpora diversidade, inovação e um senso de pertencimento que transforma cada salão, barbearia ou estúdio de maquiagem em pequenos motores da economia, além de pontos de encontro da vida social e autocuidado.
O Brasil é potência da beleza
O Brasil vem se firmando cada vez mais como um protagonista global no setor de beleza. Em 2023, o país retomou o posto de terceiro maior mercado do mundo em higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. O avanço não é apenas em volume de consumo, mas também em representatividade, inovação e diversidade, o que nos posiciona no centro das decisões estratégicas da indústria.
O que a beleza movimenta na economia?
A indústria da beleza não perde o fôlego mesmo quando a economia desacelera. O setor cresceu 12% em 2024 na América Latina e o Brasil respondeu por 40% desse volume, sendo a quarta força no mercado global. Mas o impacto não é só no consumo. São mais de 7 milhões de empregos diretos e indiretos ligados ao setor no país e exportação para mais de 170 países. Esse volume influencia desde o PIB até a renda de profissionais autônomos. Com isso, a área virou também um polo estratégico para multinacionais como o Grupo L’Oréal.
Como a beleza transforma realidades através da inovação
Segundo uma pesquisa do Datafolha, em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L'Oréal no Brasil, mais da metade da população nunca se consultou com um médico dermatologista. A causa disso, entre outros fatores, está associada ao desconhecimento da dermatologia como uma porta de entrada para prevenir doenças, detectar desequilíbrios e se reconectar com o próprio corpo. O estudo também revela que 41% notaram algum sinal na pele, cabelo ou unhas nos últimos doze meses.
Beleza também é pertencimento
Há quem diga que a beleza é apenas um capricho, algo fútil. Mas, para milhões de pessoas, ela é um gesto de afirmação, um escudo contra a exclusão, um passo em direção ao bem-estar. A forma como nos enxergamos e como nos mostramos ao mundo embarca não apenas a estética, mas também aspectos emocionais, sociais e até políticos. Isso porque vestir-se, maquiar-se, cuidar do cabelo ou da pele é um modo de dizer quem se é, de reivindicar espaço e, muitas vezes, de resistir.
Beleza como bem-estar em tempos difíceis
Vivemos um tempo estranho. Se de um lado, a rotina acelerada, as telas, a cobrança constante por produtividade pressionam, do outro, há um movimento silencioso, mas insistente, de retorno ao essencial. A necessidade de parar, respirar, e se reconectar com o corpo, com o tempo e com o espelho. E então o autocuidado ganhou novo sentido. Mais do que só estética, virou estratégia de bem-estar, um gesto de saúde emocional feito a partir da ritualização de pequenos atos.
Por que o setor da beleza nunca para?
Mesmo em períodos de crise ou incerteza econômica, o setor de beleza mostra força. Essa resiliência tem até um nome próprio, o chamado “efeito batom”. Isso porque, historicamente, há uma relação entre grandes crises, como a do subprime em 2008, com a disparada nas vendas de batons. Não por vaidade, mas como resposta emocional, uma forma de pessoas reafirmarem autoestima e controle.
Beleza não é futilidade — é identidade
A beleza é muito mais do que estética. Ainda que seja importante, esse aspecto não é suficiente para explicar a complexidade da questão. Isso porque beleza também é identidade, saúde emocional e, no Brasil, também é importante aliada econômica e social.