Cá Entre Nós

Flávia Tavares aponta o rei que está nu, a sujeira embaixo do tapete, a gota d’água que faz transbordar, enfim, a hipocrisia. Mas só aqui, entre nós.

Toda terça às 17:15

A gente precisa da polícia. Mas de qual?

Policiais que estão sempre em estados de guerra, com cada vez menos preparo e orientação, incitados por governantes que querem mais ação e menos inteligência, não conseguem fazer bem seu honrado trabalho de proteger os cidadãos. E o preconceito com a polícia ou com os direitos humanos não ajuda a resolver essa equação.

Caso Marielle: quem são e quem deveriam ser os protagonistas?

O ministro da Justiça, Flávio Dino, é, sim, um protagonista no avanço da Polícia Federal na investigação sobre o assassinato da vereadora e seu motorista. Falta descobrir o protagonista mandante. E cabe a Lula, protagonista da esquerda, assegurar que mulheres, e mulheres negras, estejam em posição de poder, na Esplanada e no STF.

O intocável Arthur Lira

É com ele que Lula precisa negociar a governabilidade. Mas saber que seu poder é fruto, entre outras coisas, de uma cultura de impunidade de políticos poderosos remete ao sentimento antigo de querer ver autoridades presas a qualquer preço, tão bem manipulado pela Lava Jato. Quando o Brasil vai encontrar o equilíbrio entre punir políticos sem acabar com a política?

Cid, Aras e o preço do fim do lavajatismo

O tenente-coronel Mauro Cid foi à CPI dos Atos Golpistas e ficou em silêncio, mas as perguntas dos deputados são suficientes para nos lembrar do tanto de crime cometido por Bolsonaro que passou batido pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Então, como é que em nome da atuação de Aras para desmantelar o lavajatismo, tem gente no PT defendendo sua recondução?

Uma resenha da live do Lula

O presidente estreou suas transmissões ao vivo em redes sociais — única estratégia do governo anterior que deve ser mantida. Fez acenos à classe média, mandou recados ao MST e ao agro, convocou estudantes a prestar o Enem e sonhar. Mas passou longe das agruras da relação com Arthur Lira. Agora, diferentemente do ex-presidente, não foi negacionista nem golpista. É importante lembrar.

Junho de 2013 e o grito contra a “corrupção”

Quem estava nas ruas nas Jornadas de Junho, afinal? E com que pauta? Memórias de uma repórter que cobriu os protestos em Brasília e viu o discurso anticorrupção tomar forma para condensar todo tipo de moralismo, sem nenhum resultado produtivo.

Lula, e os direitos humanos na Venezuela?

A política externa do Brasil, guiada por Celso Amorim, é conduzida na linha do diálogo e do exemplo. Se Lula ignorar as violações de direitos humanos do governo de Nicolás Maduro e tachá-las de “narrativas”, está jogando fora o discurso que usou para se eleger e o ministério de notáveis que montou.

Vini Jr., Porchat e o racismo recreativo

Fazer piada racista, nos palcos ou nos estádios de futebol, normaliza o racismo cotidiano. E é crime. Isso não tem a ver com identitarismo radical. Tem a ver com o que nós, como sociedade, vamos definir como aceitável.

Sem anistia. Pra ninguém!

Não dá pra cobrar que o TSE puna os crimes absurdos de Jair Bolsonaro na campanha de 2022 e votar pela anistia aos partidos políticos por irregularidades em prestação de contas e por não cumprir as cotas de gênero e raça nas candidaturas. É irreconciliável.

Viva Rita Lee, padroeira da liberdade

A artista, que foi expoente de muitas lutas das mulheres, sempre conseguiu se manter independente e rebelde. Sem jamais perder a doçura. O Brasil fica mais pobre ao perder uma mulher como Rita.