Em encontro fechado, Lula pede luta por vitória no 1º turno e discurso mais emocional

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De Brasília

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Faltando menos de três semanas para a eleição, a equipe de comunicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou nesta terça-feira (13/9) um encontro com 6.300 comunicadores, para mobilizar a militância “na reta final” da campanha.

Participaram da reunião jornalistas ligados a gabinetes de políticos que integram a frente da campanha de Lula, formada por 10 partidos: PT, PSB, PCdoB, PV, SD, PSOL, Rede, Avante, PROS, Agir. Lula discursou no encontro virtual, que foi fechado para a imprensa, mas ao qual o Meio teve acesso. Entre vários pontos tocados pelo candidato petista, houve a orientação para que os comunicadores percam a vergonha de falar em vitória no 1º turno.

“Entrem nas redes do PT e vocês vão ver que elas têm todas as informações de que é possível ganhar no primeiro turno. Edinho, tem gente que tem vergonha de dizer que vamos ganhar no 1º turno porque parece soberba. Não, gente! Eu nunca fiz eleição para ganhar no 2º turno. Toda eleição que eu participo eu quero ganhar no 1º. Não ganhei porque não deu, o povo não votou no primeiro”, disse Lula, citando o coordenador de comunicação da campanha, Edinho Silva, prefeito de Araraquara.

“Se você tem candidato que tem 1% e está acreditando que vai ganhar, eu, que tenho 46 pontos, tenho que acreditar que é possível nesses próximos 15 dias a gente conquistar os 4% ou 5% de votos que a gente precisa para ganhar as eleições”, argumentou o petista.

“Sem desprezo a ninguém. Mas eu acho que agora é necessário a gente ganhar no 1º turno para dar uma lição de moral nessa gente que não acredita na democracia, no ser humano, que não gosta de sindicalistas, que não gosta de negros, que não gosta de mulher, que não gosta de solidariedade, que não sabe estender a mão para o próximo de forma fraterna”, disse Lula durante a reunião.

Outra orientação de Lula foi no sentido de buscar uma forma mais emocional de se comunicar com as pessoas por meio de mensagens de aplicativos, para poder fazer frente às campanhas que utilizam robôs para disparos em massa de mensagens.

“O ser humano é 80% emoção e 20% razão. Temos que ter uma comunicação mais leve”, disse Lula. “Nós não somos algoritmos, somos seres humanos. O cara que trabalha com robô não tem sentimento, não tem humanismo, não tem solidariedade, não tem fraternidade. Nós precisamos colocar em cada mensagem nossa aquilo que toca mais profundamente a espécie humana, que é o coração. Por isso que falar de amor, de família, de esperança e de futuro é tão importante nesses últimos dias que faltam para a gente mobilizar”, ponderou o petista.

O petista ainda falou de cenas que precisam ser exploradas pelo “exército de comunicadores da campanha” e citou o bolsonarista de Itapeva que ameaçou não dar mais cesta básica para uma mulher que declarou voto no petista.

“Eu fiquei estarrecido com duas cenas. A primeira é aquele troglodita que vai dar uma cesta básica para uma mulher em Itapeva e, quando descobre que ela vai votar no Lula, ele começa a dizer que não vai ter mais cesta básica. Ele começa a humilhar aquela mulher. Ontem eu o vi na televisão outra vez. Trata-se de um fazendeiro, que recebeu R$ 5 mil da ajuda emergencial e que tem 8 processos aqui em São Paulo, inclusive processos de cheque sem fundo”, relatou Lula.

Na mesma reunião, o deputado André Janones (Avante-MG), fenômeno das redes sociais, orientou para práticas definidas por ele mesmo como “bolsonarismo inverso” e apontou a necessidade de domínio nas redes para impedir reação de bolsonaristas. “É preciso fechar na retranca na reta final para não deixar eles ganharem as redes e poder levar as eleições para o 2º turno”. “Se a gente não comunicar a mesma mensagem, não adianta”.

“Em alguns momentos, estrategicamente, eu tenho uma fala um tanto agressiva nas redes sociais. Mas a gente precisa ter o cuidado de, naquela fala agressiva, eu não incluir o nome do presidente Lula. Não posso ter em um post meu agressivo com uma foto com o Lula”, orientou. “Se eu fizesse o contrário, eu estaria atrapalhando a campanha. Então, nós somos um time e cada um tem a sua função dentro de campo”, destacou.

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