Ação de Lira na votação PEC garante empenho do PT a sua reeleição

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De Brasília

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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mergulhou de cabeça na derrubada de um destaque proposto pelo Novo à PEC da Transição que dificultaria a vida do governo Lula. A legenda queria tirar da proposta o trecho que permitia o estabelecimento de uma nova âncora fiscal, como o teto de gastos, por meio de lei complementar, que exige maioria simples. Hoje, é necessário alterar a Constituição, o que demanda 308 votos em dois turnos.

Durante os 45 minutos em que o destaque esteve em votação, Lira não desgrudou do telefone celular. Ele ligou para cada um dos deputados do Republicanos, outro importante partido do Centrão, para garantir os votos necessários à derrubada de proposta do Novo. O esforço rendeu frutos: foram 366 contra o destaque.

Lira entregou o que o PT precisava e, em troca, recebeu o que queria. Ainda na Mesa Diretora da Câmara, ouviu do senador Wellington Dias (PT-PI), um dos principais articuladores presidente eleito Lula, o agradecimento e o compromisso do partido de apoiar sua reeleição à presidência da Casa.

Reservadamente, parlamentares do Republicanos dizem que Lira prometeu a liberação de emendas, os chamados “restos a pagar”, e ainda indicações para relatorias importantes no próximo ano.

A gratidão do PT a Lira não deve se estender a seu partido, um dos sustentáculos do governo Bolsonaro. O PP não está na lista de legendas do Centrão com chances de integrar o ministério de Lula. Até o momento, estão previstas duas pastas para o União Brasil, duas para o PSD, duas ou três para o MDB – a depender a situação de Simone Tebet –, uma para o Solidariedade e uma pasta para a federação PSDB/Cidadania/Podemos.

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