A guerra pode engolir o Brasil
A questão é a seguinte. Essa província de Essequibo, que o governo Nicolas Maduro quer anexar, como o exército venezuelano poderia chegar lá? Um caminho é pelo mar. Pelo Oceano Atlântico, a frota sai ali perto de Trinidade Tobago e invade por cima. O problema é que é um pedação de terra. Pouco habitado, mas um pedaço enorme, 160 mil quilômetros quadrados. É tipo anexar o estado do Rio de Janeiro, o Paraná e levar Sergipe de troco. E a maior parte das pessoas não mora no norte. A marinha venezuelana chega lá e faz o quê? Bombardeia árvores? A fronteira territorial da Venezuela com a Guiana é ou de mata fechada ou terras muito, muito altas. Tipo o monte Roraima, na tríplice fronteira. Quase três mil metros de altura. Aquilo é tudo uma cadeia de montanhas altas. Os tanques não vão. Marchando os soldados vão ralar muito. Então, bem, tem a possibilidade de ir de avião. Os venezuelanos enchem seus MIGs de gasolina, vão lá e, sei lá. Fazem o quê? Bombardeiam Marakanata, população 170 habitantes? Uma cidade maior, de repente. Lethem, por exemplo. Tem até aeroporto. Quase dois mil habitantes. Em todo esse pedação de terra vivem 128 mil habitantes. É menos do que moram em Copacabana.
Lula petroleiro, Lula sustentável.
Dois Lulas. Um, falando com rádios da região amazônica, apenas quatro meses atrás. O outro, agora, na semana passada, em seu discurso na abertura da Conferência das Partes, a COP 28, que aconteceu em Dubai. Vamos começar pelo fim.
A cara do liberalóide brasileiro
É deslumbre achar que o Brasil deveria se preocupar em entrar agora no barco da inteligência artificial? A burguesia brasileira é responsável por o país não progredir? O Brasil é corrupto por sua cultura? Perguntas, perguntas…
A rachadinha do Janones
Você entende por que rachadinha é corrupção? É seria a pergunta. Essa é uma questão importante porque rachadinhas são, possivelmente, a forma mais comum de corrupção praticada nos parlamentos brasileiros. Em cada Câmara Municipal, Assembleia Legislativa ou mesmo no Congresso, se bobear não tem um único parlamento neste país onde alguém não pratique a rachadinha. É tão generalizada que, para muitos parlamentares, honestamente não chega a ser corrupção.
O Brasil não tem plano para a revolução da IA
Na sexta-feira, aconteceu uma coisa extraordinária no Twitter. No X. Um bate-boca, bate-boca mesmo, entre Yann LeCun e Geofrrey Hinton. Pra vocês terem uma ideia, teve uma hora em que o Andrew Ng entrou no meio da discussão. E se vocês estão completamente perdidos, esses são os caras que inventaram a inteligência artificial que estamos usando no ChatGPT, no Midjourney, em cada vez que criamos um autorretrato num app, utilizamos o recurso de geração do novo Photoshop, produzimos um texto no Bard ou no GPT.
Como e quando criticar o jornalismo
No Ponto de Partida de sexta-feira, Pedro Doria reage aos comentários recebidos nos vídeos da semana. O que os espectadores acharam dos comentários do editor-chefe do Meio sobre o novo presidente argentino, Javier Milei? E sobre a perseguição à jornalista do Estadão por parte de políticos do governo federal do Brasil? Assista!
Todos contra a jornalista
Se você lê um jornalista e sempre concorda com o que escreve ou fala, essa jornalista, esse jornalista, não está fazendo seu trabalho.
O que uma parcela dos políticos governistas fizeram essa semana, e isso inclui gente que respeito muito, cruzou a linha feio. São pessoas que trabalharam para colocar a segurança pessoal da jornalista Andreza Matais, do Estado de S. Paulo, em risco. Porque ninguém tem o direito de se iludir. Quando se puxa uma onda de cancelamento desta virulência contra uma pessoa, nas redes sociais, esta pessoa é posta em risco. Tem um alvo nas costas dela. Um dia está andando na rua, alguém com desequilíbrio reconhece e a coisa pode ser feia. Ou então alguém distribui foto dos filhos nas redes, endereço, número de telefone — e aí vem uma onda de Zaps com ameaça. Todos nós jornalistas vivemos um pouco disso nos anos Dilma, vivemos a coisa intensamente nos anos Bolsonaro. Muito intensamente. Tem gente presa, hoje, por ameaças reais a jornalistas. Tem gente que precisou sair do país um tempo. Não aconteceu nada de pior aqui, como em outros países. Mas não se enganem. A turba dá medo.
Milei é mesmo de extrema direita?
Javier Milei é de extrema direita ou da direita radical? Quer compreender a diferença? Porque ainda não está claro. Milei pode ser Bolsonaro, mas pode ser só Jânio Quadros. Vem comigo.
A melhor república é a de hoje
Hoje a República brasileira faz 134 anos. Desde então, tivemos três repúblicas democráticas e três ditaduras. Nenhum dos outros cinco regimes, nem de perto, se aproxima do que a República atual, do que a Nova República, entregou desde que nasceu. Isso não quer dizer que as coisas estejam boas. Desde as jornadas de junho, uma década atrás, entramos em crise. As jornadas não foram causa, foram sintoma desta crise. Tem cara de que o pior já passou. A incompetência do governo Dilma, a truculência antidemocrática do governo Bolsonaro. Mas é importante revisitar o que o Brasil já foi, revisitar a história para entender o que nunca tivemos antes, temos hoje, e por isso mesmo vale cuidar.
O PDT periga derreter
O PDT enfrentou nas últimas semanas duas crises graves e muito diferentes. Uma foi a expulsão do grupo fascista Nova Resistência. É bizarro que eles estivessem lá no meio, a coisa foi muito criticada durante o período eleitoral, mas não parecia incomodar alguém até o dia em que o Departamento de Estado americano escreveu um relatório sobre o grupo no seu radar de ameaças globais. Pois é. A outra crise é abriga de foice dos irmãos Ciro e Cid Gomes pelo controle do partido, no Ceará.