Depois de reunião do BRICS, Trump defende Bolsonaro e Lula critica interferência
Às vésperas do julgamento sobre a trama golpista que pode condenar Jair Bolsonaro, Donald Trump saiu em defesa do ex-presidente brasileiro e criou uma nova rusga diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Por meio de sua rede social, o Truth Social, Trump acusou o Judiciário brasileiro de estar fazendo uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e seus apoiadores. O presidente americano afirmou que Bolsonaro “não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo brasileiro”. Em entrevista durante o encontro de cúpula dos Brics no Rio, o presidente Lula disse que o Brasil não aceitaria “interferência ou tutela de quem quer que seja”. Mais tarde, nas redes sociais, afirmou que as instituições brasileiras são sólidas e independentes. Segundo o presidente, “ninguém está acima da lei, sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito”. O Central Meio recebe a cientista política Ana Carolina Evangelista.
Moraes suspende decretos do IOF e convoca reunião; Lula no Mercosul; novo ataque à Marina
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou nesta sexta-feira a suspensão dos atos do governo federal e do Congresso Nacional sobre o IOF e convocou uma audiência de conciliação entre os Poderes para debater o tema. Enquanto isso, Lula viaja para a Argentina e não se encontra privadamente com Javier Milei. E a Marina Silva voltou ao Congresso e foi alvo de novos ataques. O deputado Evair Vieira Melo (PP-ES) chamou a ministra de 'adestrada', 'mal-educada' e afirmou que ela 'nunca trabalhou, nunca produziu'. Para comentar esses e outros assuntos, o Central Meio recebe Pablo Ibanez, professor de Geopolítica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, especialista em políticas públicas e mudança do clima. O jornalista Guilherme Werneck, editor da newsletter Ladrilho Hidráulico, dá as dicas culturais para o fim de semana no Rio e em São Paulo.
Discursos e alianças em ebulição: o tabuleiro político para as Eleições 2026
Embora ainda falte um ano e meio paro fim do mandato do presidente Lula, a campanha já começou - e para todo mundo. Enquanto a Direita tenta decidir o que fazer, quem lançar e com qual discurso, a Esquerda volta às raízes e aposta que a “a História do Sociedade é a História da luta de classes”. A comunicação do Governo, que vinha combalida, mudou o tom. Posts impulsionados por perfis governistas trazem agora propostas como a taxação dos super ricos e cortes em privilégios fiscais. Na outra ponta está isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais por mês, aumento real do salário mínimo e o fim da escala 6 por 1. É uma tentativa de responsabilizar o Congresso, que, de olho na baixa aprovação do Governo, também já está vivendo 2026. O Central de hoje recebe o mestre em Relações Internacionais, sócio fundador da Consultoria de Análise de Risco Político Dharma e professor da Fundação Dom Cabral, Creomar de Souza, que passa a integrar nosso time de colunistas do Meio.
Azedou a relação: Haddad fala em “Justiça pelo Brasil” e Motta em “nós contra eles”
Depois de várias derrotas no Congresso, o governo decidiu partir para o ataque. A ideia é comunicar que o Parlamento legisla pros mais ricos enquanto cobra sacrifícios dos mais pobres. O ministro Fernando Haddad disse que “chegou o momento de fazer justiça pelo Brasil”. O presidente da Câmara, Hugo Motta, reagiu. Publicou um vídeo dizendo que o discurso do Governo era “fake news”. Motta criticou o que chamou de discurso do “nós contra eles” e defendeu a derrubada do decreto presidencial que aumentava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras. E a questão segue pro Judiciário. O ministro Alexandre de Moraes será o relator de uma ação proposta pelo PSOL para retomar o decreto com as mudanças no IOF. O Central Meio de hoje recebe o cientista político e diretor do Livres, Magno Karl.
A rebelião do Congresso, a reação do Governo e o flop da anistia
O Governo só está esperando um sinal verde da Advocacia Geral da União pra recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a derrubada do aumento do IOF no Congresso. A medida pode sinalizar uma mudança de postura do Executivo, que em vez de abaixar a cabeça e buscar uma conciliação que não vem, iria na direção do embate com o Legislativo./ Enquanto isso, na avenida Paulista, Bolsonaro promoveu a manifestação mais flopada que já aconteceu em defesa da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de estado no Brasil. Cerca de 12 mil pessoas compareceram. Aliados atribuíram o esvaziamento ao fim do mês, férias escolares e ao jogo do Flamengo. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve lá, mas não agradou. Durante o discurso, atacou políticas do PT, mas poupou o ministro Alexandre de Moraes. A fala foi interpretada como um discurso de campanha e não como um apoio à anistia. Também no fim de semana. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, afirmou que os ataques dos Estados Unidos ao programa nuclear do Irã não causaram danos totais. A fala desmente o presidente americano Donald Trump, que disse ter “obliterado completamente” o programa iraniano. O Central Meio recebe o assessor do Instituto Brasil-Israel, João Miragaya e o cientista político Paulo Henrique Cassimiro.
Novela sobre o aumento do IOF termina em tragédia para o governo Lula
Tanto a Câmara quanto o Senado aprovaram ontem o decreto que anula o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras, ampliando ainda mais a crise fiscal pela qual passa o país. Na Câmara, o governo viu partidos de sua base aliada, muitos com ministérios na Esplanada, rebelarem-se e apoiarem a oposição. A votação foi humilhante para o Planalto: 383 votos a favor e apenas 98 contra. O Senado seguiu a Câmara e confirmou a derrota. O governo estima que já neste ano a derrubada das medidas vai impactar a arrecadação em ao menos R$ 10 bilhões. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que vai ser preciso ampliar o contingenciamento de gastos para fechar as contas no azul. Desde a gestão Fernando Collor de Mello o Congresso não derrubava um decreto presidencial como fez na noite de ontem. O Central Meio recebe o jornalista Breno Pires, repórter da revista piauí. Ele também fala sobre a estratégia traçada pela Polícia Federal desde o início das investigações no INSS, que consistiu em dividir a apuração em vários inquéritos, em vários estados. Entenda quais foram os objetivos da PF.
Israel x Irã: a guerra que todos ‘venceram’, mesmo sem saber onde está o urânio
O primeiro dia do cessar-fogo entre Irã e Israel produziu uma situação inusitada: todos os envolvidos no conflito se declararam vitoriosos. No lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que os combates trouxeram uma “vitória histórica” para o país contra seu maior inimigo na região. Já em Teerã, protestos organizados pelo governo contra os EUA e Israel celebravam o que o regime também chamou de uma vitória no conflito. Mas isso não significa que a guerra acabou de vez. Ontem veio a confirmação de que o programa nuclear iraniano não foi destruído, como afirmaram Trump e Netanyahu no final de semana. Um relatório sigiloso preparado pela inteligência americana diz que o programa foi apenas atrasado em alguns meses.
Israel acusa Irã de violar cessar-fogo de Trump, que diz que Israel também violou
Poucas horas depois de anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a trégua entre Irã e Israel foi logo interrompida. O governo israelense acusou o Irã de violar o acordo e ordenou novos bombardeios a Teerã, que nega a violação. Já Donald Trump disse hoje que os dois países desrespeitaram o cessar-fogo. Independente de quem violou o acordo, já se fala sobre uma mudança de regime no Irã, provavelmente diferente da imaginada por Trump ao falar do assunto. Uma reportagem da revista The Economist associa o ataque iraniano a uma base americana no Catar a uma repentina mudança no equilíbrio de poder em Teerã. Militares de linha dura estariam substituindo os clérigos xiitas no comando do país.