As duas vitórias do Governo Lula
As tarifas anunciadas pelo presidente americano Donald Trump aos produtos brasileiros deram ao Governo Lula a segunda onda consecutiva de vitória nas redes sociais. Em um contexto em que o Executivo sofria com a queda da aprovação, o Governo, que já havia ganho a batalha contra o Congresso pela taxação dos mais ricos, - ao menos nas redes - agora ganhou a chance de defender a soberania brasileira, outra pauta positiva.
Em apoio a Bolsonaro, Trump taxa Brasil em 50%; Lula promete reciprocidade
O presidente americano Donald Trump decidiu sobretaxar produtos brasileiros em 50% em retaliação ao que chama de uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. Em uma carta pública endereçada ao presidente Lula, Trump diz que o Brasil não está sendo “bom” com os Estados Unidos e que a forma como Bolsonaro tem sido tratado no país é “uma vergonha internacional”. A diplomacia brasileira classificou a carta como ofensiva, determinou que ela fosse devolvida a Trump e convocou o encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar. Nas redes sociais, o presidente Lula afirmou que o Brasil vai responder à taxação de Trump por meio da lei brasileira da reciprocidade econômica. O Central Meio recebe o professor adjunto do Departamento de Ciência Política da UFRJ, Jorge Chaloub, e o advogado, especialista em Direito Internacional Frederico Favacho
Depois de reunião do BRICS, Trump defende Bolsonaro e Lula critica interferência
Às vésperas do julgamento sobre a trama golpista que pode condenar Jair Bolsonaro, Donald Trump saiu em defesa do ex-presidente brasileiro e criou uma nova rusga diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Por meio de sua rede social, o Truth Social, Trump acusou o Judiciário brasileiro de estar fazendo uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e seus apoiadores. O presidente americano afirmou que Bolsonaro “não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo brasileiro”. Em entrevista durante o encontro de cúpula dos Brics no Rio, o presidente Lula disse que o Brasil não aceitaria “interferência ou tutela de quem quer que seja”. Mais tarde, nas redes sociais, afirmou que as instituições brasileiras são sólidas e independentes. Segundo o presidente, “ninguém está acima da lei, sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito”. O Central Meio recebe a cientista política Ana Carolina Evangelista.
Moraes suspende decretos do IOF e convoca reunião; Lula no Mercosul; novo ataque à Marina
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou nesta sexta-feira a suspensão dos atos do governo federal e do Congresso Nacional sobre o IOF e convocou uma audiência de conciliação entre os Poderes para debater o tema. Enquanto isso, Lula viaja para a Argentina e não se encontra privadamente com Javier Milei. E a Marina Silva voltou ao Congresso e foi alvo de novos ataques. O deputado Evair Vieira Melo (PP-ES) chamou a ministra de 'adestrada', 'mal-educada' e afirmou que ela 'nunca trabalhou, nunca produziu'. Para comentar esses e outros assuntos, o Central Meio recebe Pablo Ibanez, professor de Geopolítica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, especialista em políticas públicas e mudança do clima. O jornalista Guilherme Werneck, editor da newsletter Ladrilho Hidráulico, dá as dicas culturais para o fim de semana no Rio e em São Paulo.
Discursos e alianças em ebulição: o tabuleiro político para as Eleições 2026
Embora ainda falte um ano e meio paro fim do mandato do presidente Lula, a campanha já começou - e para todo mundo. Enquanto a Direita tenta decidir o que fazer, quem lançar e com qual discurso, a Esquerda volta às raízes e aposta que a “a História do Sociedade é a História da luta de classes”. A comunicação do Governo, que vinha combalida, mudou o tom. Posts impulsionados por perfis governistas trazem agora propostas como a taxação dos super ricos e cortes em privilégios fiscais. Na outra ponta está isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais por mês, aumento real do salário mínimo e o fim da escala 6 por 1. É uma tentativa de responsabilizar o Congresso, que, de olho na baixa aprovação do Governo, também já está vivendo 2026. O Central de hoje recebe o mestre em Relações Internacionais, sócio fundador da Consultoria de Análise de Risco Político Dharma e professor da Fundação Dom Cabral, Creomar de Souza, que passa a integrar nosso time de colunistas do Meio.
Azedou a relação: Haddad fala em “Justiça pelo Brasil” e Motta em “nós contra eles”
Depois de várias derrotas no Congresso, o governo decidiu partir para o ataque. A ideia é comunicar que o Parlamento legisla pros mais ricos enquanto cobra sacrifícios dos mais pobres. O ministro Fernando Haddad disse que “chegou o momento de fazer justiça pelo Brasil”. O presidente da Câmara, Hugo Motta, reagiu. Publicou um vídeo dizendo que o discurso do Governo era “fake news”. Motta criticou o que chamou de discurso do “nós contra eles” e defendeu a derrubada do decreto presidencial que aumentava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras. E a questão segue pro Judiciário. O ministro Alexandre de Moraes será o relator de uma ação proposta pelo PSOL para retomar o decreto com as mudanças no IOF. O Central Meio de hoje recebe o cientista político e diretor do Livres, Magno Karl.
A rebelião do Congresso, a reação do Governo e o flop da anistia
O Governo só está esperando um sinal verde da Advocacia Geral da União pra recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a derrubada do aumento do IOF no Congresso. A medida pode sinalizar uma mudança de postura do Executivo, que em vez de abaixar a cabeça e buscar uma conciliação que não vem, iria na direção do embate com o Legislativo./ Enquanto isso, na avenida Paulista, Bolsonaro promoveu a manifestação mais flopada que já aconteceu em defesa da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de estado no Brasil. Cerca de 12 mil pessoas compareceram. Aliados atribuíram o esvaziamento ao fim do mês, férias escolares e ao jogo do Flamengo. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve lá, mas não agradou. Durante o discurso, atacou políticas do PT, mas poupou o ministro Alexandre de Moraes. A fala foi interpretada como um discurso de campanha e não como um apoio à anistia. Também no fim de semana. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, afirmou que os ataques dos Estados Unidos ao programa nuclear do Irã não causaram danos totais. A fala desmente o presidente americano Donald Trump, que disse ter “obliterado completamente” o programa iraniano. O Central Meio recebe o assessor do Instituto Brasil-Israel, João Miragaya e o cientista político Paulo Henrique Cassimiro.