Trump vetou plano de Israel para matar líder supremo do Irã

O confronto entre Israel e Irã entra em seu quarto dia com novos ataques de lado a lado. Enquanto isso, aumenta a pressão sobre Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, para que ele defina seu papel no conflito. Trump mantém declarações públicas pedindo por um acordo entre os países. No domingo, fontes ligadas à Casa Branca revelaram que Trump vetou um plano israelense para assassinar o aiatolá Ali Khamenei, líder máximo do Irã. Informado por Tel Aviv do ataque, o americano insistiu para que a ação fosse direcionada exclusivamente ao programa nuclear iraniano e a forças militares — os dois principais líderes das Forças Armadas e o comandante da Guarda Revolucionária foram mortos na primeira onda de ataques a Teerã. O governo americano avaliou que a morte do aiatolá desestabilizaria de vez a região. Indagado sobre o plano, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não negou nem confirmou, dizendo apenas: “Vamos fazer o que tivermos que fazer”. (AP)
Os líderes europeus reunidos no encontro do G7 no Canadá planejam passar o dia de abertura pressionando Trump a justificar sua confiança de que Israel e Irã chegarão a um acordo que significará “paz em breve”. Eles querem obter uma resposta definitiva de Trump sobre se ele irá usar a sua influência sobre Netanyahu para pedir um cessar-fogo ou deixar a guerra seguir o seu curso. (Guardian)
Nesta manhã, oito israelenses foram mortos por ataques iranianos, e 92 pessoas ficaram feridas. A embaixada americana em Tel Aviv foi atingida, mas sofreu poucas avarias. Além disso, as forças armadas de Israel detectaram um míssil disparado do Iêmen. E o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, declarou que o Irã não pretende desenvolver armas nucleares, mas prosseguirá o seu direito à energia nuclear e à pesquisa, reiterando o decreto de Khamenei contra as armas de destruição maciça. Na mesma linha, Pezeshkian disse que o Irã não estava buscando uma guerra com Israel, nem a iniciou. (Haaretz)
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve convocar hoje uma sessão emergencial em sua sede para discutir as repercussões dos ataques militares nas instalações nucleares do Irã. A sessão foi solicitada pelo Irã e apoiada por Rússia, China e Venezuela. No domingo, bombardeios israelenses à capital iraniana mataram Mohammad Kazemi, chefe do serviço de inteligência da Guarda Revolucionária, e diversos auxiliares. De acordo com o Ministério da Saúde iraniano, 224 pessoas morreram no país desde o início dos bombardeios. (BBC)
Para ler com calma. Israel afirma ter bombardeado o Irã porque o regime dos aiatolás estaria próximo de ser capaz de fabricar uma bomba atômica. Embora o país venha ampliando e fortificando suas instalações para o enriquecimento de urânio, não há sinais conclusivos de que tenha de fato avançado na fabricação de armas nucleares. (Economist)
Steven Erlanger: “Netanyahu acredita que um acordo que permita ao Irã enriquecer urânio significaria um Irã com armas nucleares no futuro, e está empenhado em evitar esse resultado. Aparentemente, ele achou que um acordo entre os EUA e o Irã o teria afastado do seu objetivo de destruir o programa nuclear do Irã e, talvez, ele espera, de provocar a queda da República Islâmica. Mas é altamente improvável que Israel cumpra o objetivo de destruir o programa nuclear do Irã sem o envolvimento ativo dos EUA, ao qual Trump tem resistido até agora”. (NYTimes)
A polícia do estado americano de Minnesota capturou Vance Boelter, suspeito de assassinar a deputada estadual democrata Melissa Hortman e o marido dela e atirar contra o senador estadual democrata John Hoffman e a esposa. Boelter foi preso no condado de Hennepin depois de uma busca de quase dois dias. O governador Tim Waltz, também democrata, disse que os crimes tiveram motivação política. A polícia encontrou em um carro que pertenceria a Boelter uma lista com os nomes de 70 alvos, a maioria políticos democratas ou defensores do direito legal ao aborto. O suspeito, segundo vizinhos, é um evangélico ultraconservador e já publicou nas redes vídeos condenando o aborto e a “decadência moral” dos EUA. (CNN)
Com uma base volátil no Congresso e a popularidade em baixa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já sabe que dificilmente conseguirá atrair os partidos do Centrão para sua eventual candidatura à reeleição. Sua prioridade agora, segundo fontes do Planalto, é evitar que União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos embarquem em uma candidatura ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), buscando assim uma espécie de “neutralidade”. Ao todo, essas legendas controlam 11 ministérios. (Folha)
Falta, claro, combinar com eles. Gilberto Kassab, principal cacique do PSD, vem reforçando a aliança de seu partido com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do qual é secretário de Governo e Relações Institucionais. O PSD vai inserir a partir de hoje cinco vídeos de 30 segundos mostrando o governador em eventos e ressaltando a participação do partido em sua administração. Tarcísio é visto como principal nome da direita para 2026, uma vez que Bolsonaro, de quem foi ministro, está inelegível. (Poder360)
Bernardo Mello Franco: “Dois anos e meio depois de voltar ao poder, Lula ainda não teria despertado para as mudanças na sociedade e na política. O descompasso ajudaria a explicar seu mau desempenho nas pesquisas. Candidato ao quarto mandato em 2026, ele tem pouco tempo se quiser atualizar o repertório e se reconectar com o eleitor”. (Globo)
No início deste mês, o presidente Lula cobrou da esquerda uma “revolução na rede digital”, até o momento dominada em grande parte pela direita e a extrema direita. Um dos entraves a essa revolução, porém, é seu próprio partido. A Meta (dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp) e a Alphabet (Google e YouTube) ofereceram à direção do PT oficinas sobre boas práticas no mundo digital, mas a iniciativa foi abortada devido ao protesto de setores mais à esquerda na legenda. Enquanto isso, o PL já realizou pelo menos dois seminários com influenciadores e funcionários das mesmas big techs rejeitadas pelos petistas. (Estadão)
A viagem da família de Mauro Cid aos Estados Unidos, no fim de maio, virou novo foco de tensão entre a defesa do tenente-coronel e a Procuradoria-Geral da República. Após o Ministério Público apontar a ida como indício de um suposto plano de fuga, o advogado Cezar Bitencourt reagiu, afirmando que os familiares de Cid não têm obrigação de dar explicações. “Dane-se o PGR. A vida do Cid segue indiferente à existência do processo”. Depois, se desculpou pela expressão e disse que a ida da família ao exterior foi motivada pela festa de 15 anos de uma sobrinha e que “ninguém morre por não poder viajar”. (Folha)
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Viver
O leilão de 47 blocos de petróleo e gás na Foz do Amazonas, previsto para amanhã, virou alvo de uma ação do Ministério Público Federal. O MPF foi à Justiça pedir a suspensão imediata da oferta, alegando que a União e a Agência Nacional do Petróleo precisam cumprir uma série de requisitos da legislação socioambiental. A Procuradoria afirma que falta estudo de impacto, que o processo ignora os compromissos climáticos do país e que leiloar a região sem medir os danos é “cientificamente insustentável, legalmente indefensável e moralmente injustificável”. (O Eco)
A taxa de analfabetismo entre brasileiros a partir de 15 anos recuou de 5,4% em 2023 para 5,3% em 2024, segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira. O índice aponta para a continuidade na trajetória de queda do indicador, que renovou a mínima da série histórica iniciada em 2016. Apesar da queda contínua, o Brasil ainda tem 9,1 milhões de analfabetos. O levantamento também apontou um aumento no percentual de crianças entre 0 e 3 anos matriculadas em creches, de 38,7% em 2023 para 39,8% no ano passado, um novo recorde para a série histórica, mas abaixo da meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que era de 50% para o período. (Folha)
O uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes no Brasil é cinco vezes maior do que o de consumo do tabaco convencional e está acima da média nacional e do uso entre adultos. É o que revela o terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo a pesquisa, 5,6% da população com 14 anos ou mais utiliza os vapes, sendo 3,7% de forma exclusiva. Entre aqueles de 14 a 17 anos, o índice chega a 8,7%, contra 5,4% dos adultos. O relatório mostra ainda que 76,3% dos adolescentes que experimentaram cigarro eletrônico passaram a fazer consumo regular, além de os aparelhos não terem auxiliado na redução do tabaco convencional. (Globo)
Economia
A equipe econômica do governo divulgou um estudo em que aponta que os 0,01% mais ricos do país, com renda mensal acima de R$ 5,3 milhões, pagam hoje, em média, uma alíquota efetiva de apenas 5,67% de Imposto de Renda, menos do que boa parte da classe média. O levantamento mostra que a progressividade do IR praticamente se inverte no topo, pois ela cresce até 12% para rendas de R$ 23 mil e, a partir daí, começa a cair. (CNN Brasil)
Enquanto isso, o relatório Prisma Fiscal, também divulgado pela Fazenda sexta, mostra que os economistas projetam um déficit primário em 2025 pior do que anteriormente, para R$ 74,7 bilhões, valor distante da meta de déficit zero do governo. Para 2026, a estimativa foi de um déficit de R$ 81,5 bilhões. Já a dívida bruta teve ligeira revisão para baixo, ficando em 80,1% do PIB no próximo ano. (InfoMoney)
Falando em gastos públicos, um levantamento da Receita Federal mostrou que apenas 47 empresas foram responsáveis por quase um terço dos R$ 396,9 bilhões concedidos em benefícios tributários no Brasil entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025. No total, essas companhias receberam R$ 120,7 bilhões em renúncia fiscal. Enquanto isso, os chamados gastos extraordinários do governo federal devem ultrapassar R$ 324 bilhões entre 2023 e 2025, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI). Só em 2023, foram R$ 241 bilhões, puxados por precatórios e medidas da PEC da Transição. Neste ano, as despesas extras devem chegar a R$ 49 bilhões. (CNN Brasil)
Após um começo de ano aquecido, o setor de serviços arrefeceu em abril, com um crescimento de 0,2% frente a março, com apenas transportes (0,5%) se mantendo em terreno positivo. Os demais segmentos encolheram, com destaque negativo para “outros serviços”, que caiu 2,3%. Apesar disso, o setor continua 17,3% acima do nível pré-pandemia. Em relação a abril de 2024, o avanço foi de 1,8%, puxado por tecnologia da informação (5,8%) e serviços às famílias (4,8%), sobretudo restaurantes e hotéis. O turismo cresceu 3,2% no mês e 9,3% em 12 meses, com São Paulo e Rio de Janeiro na dianteira. (Meio)
Com os Estados Unidos impondo tarifas de até 55% sobre produtos chineses, a Apple acelerou o plano de escapar da taxação e entre março e maio, 97% dos iPhones produzidos pela Foxconn na Índia foram enviados direto para o mercado americano, segundo dados alfandegários. No período, as exportações somaram US$ 3,2 bilhões, com direito a um recorde em março. Até maio, os envios já somavam US$ 4,4 bilhões, superando todo o volume exportado ao longo de 2024. (Reuters)
A Alpargatas anunciou um acordo com a norte-americana Eastman para distribuir os produtos da Havaianas nos Estados Unidos e Canadá. O contrato terá duração inicial de quatro anos e possibilidade de prorrogação. Segundo a companhia brasileira, a mudança, prevista para 2026, permitirá reforçar a construção da marca em dois mercados estratégicos para a internacionalização, ganhos em portfólio, canais de venda e eficiência operacional. (CNN Brasil)
A Eve Air Mobility, braço da Embraer para mobilidade aérea urbana, anunciou a venda de até 50 aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOLs), ou “carro voador”, para a Revo, operadora paulista. O contrato é de US$ 250 milhões e pelo acordo, a Revo será a primeira a colocar os eVTOLs da Eve em operação comercial, com estreia prevista para o último trimestre de 2027. O pacote inclui, além das aeronaves, uma plataforma de serviços integrados que cobre desde a preparação para a operação até o suporte técnico contínuo. (Estadão)
O Ibovespa até ensaiou uma alta com a disparada do petróleo e a força das ações da Petrobras, mas a sexta terminou com o mercado pressionado pela tensão no Oriente Médio. O índice recuou 0,43%, aos 137.212 pontos. Mesmo assim, a semana terminou no azul, com alta de 0,82%. O dólar fechou praticamente de lado, em leve queda de 0,04%, a R$ 5,54, na semana, acumulou baixa de 0,52%. Em Wall Street, os índices desabaram depois que Israel bombardeou o Irã. Dow Jones caiu 1,79%, S&P 500 perdeu 1,13% e o Nasdaq recuou 1,30%. Na Ásia, os bons números econômicos da China fizeram o continente fechar em alta. Xangai avançou 0,35%, enquanto Hong Kong teve 0,70% de ganhos. Já os mercados europeus sobem em recuperação às quedas de sexta: DAX (Alemanha) valoriza 0,19% e o CAC 40 (França) registra alta de 0,52%. (InfoMoney)
Cultura
O primeiro fim de semana da Bienal do Livro no Rio encheu de otimismo o mercado editorial, com ingressos esgotados no sábado e corredores e estandes lotados também no domingo. Segundo os lojistas, a estrela desta edição são os livros voltados para o público “jovem adulto”, entre 14 e 25 anos. Segundo Mauro Palermo, diretor da Globo Livros, a editora registrou um crescimento de 50% nas vendas em comparação com o início da Bienal de 2023, a primeira após a pandemia. A Bienal do Livro acontece até o próximo domingo no Riocentro. (Globo)
O samba perdeu neste domingo uma lenda com a morte de Ubirajara Félix do Nascimento, o Bira Presidente, fundador do Cacique de Ramos, um dos mais importantes blocos do Rio de Janeiro, e do grupo Fundo de Quintal. O músico tinha 88 anos, sofria da doença de Alzheimer e estava em tratamento contra um câncer na próstata. Nascido e criado no bairro carioca de Ramos, Bira cresceu entre sambistas e, em 1961, participou da fusão de dois blocos no Cacique de Ramos, do qual foi presidente vitalício, donde o apelido. Pandeirista talentoso, comandava as rodas de samba do bloco, fundando com amigos no fim dos anos 1970 o grupo Fundo de Quintal (Spotify). (g1)
A Pixar revelou seu novo longa de animação, Gatto, durante o Annecy International Animated Film Festival 2025, na França. Com direção de Enrico Casarosa, criador do animado Luca, e produzido por Andrea Warren, o filme tem lançamento previsto para meados de 2027. Ambientado nas ruas e canais de Veneza, Gatto acompanha a jornada de Nero, um simpático gato preto, que enfrenta o preconceito dos moradores da cidade por conta das superstições associadas à sua cor. (Rolling Stone)
Cotidiano Digital
Ferramentas desenvolvidas para identificar o uso de inteligência artificial em textos ainda não são plenamente confiáveis. Isso porque segundo apuração, detectores apontaram que a carta-testamento de Getúlio Vargas, poemas de Carlos Drummond de Andrade e Mário Quintana, e até a letra de “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, teriam sido gerados por IA, em alguns casos com até 94% de “certeza”. O problema, segundo especialistas, está na forma como esses detectores operam. Em vez de compreender o conteúdo, eles analisam padrões de linguagem como previsibilidade, fluidez e repetição, características comuns também a textos literários e acadêmicos bem escritos. (InfoMoney)
Mesmo com a Meta comprando quase metade da Scale AI por US$ 14,8 bilhões e levando o CEO Alexandr Wang para liderar sua nova divisão de superinteligência, a OpenAI não pretende romper laços com a fornecedora de dados. A CFO Sarah Friar garantiu que a Scale segue na rede de parceiros da empresa. A executiva reforçou que a inovação depende justamente da diversidade de fornecedores, algo essencial para treinar modelos como o ChatGPT. (Reuters)
Mas o Google deve encerrar os contratos com a Scale AI após a aquisição da Meta. Principal cliente da empresa, o Google previa gastar US$ 200 milhões neste ano com serviços de rotulagem de dados para IA, mas já busca fornecedores alternativos. Há o temor de que a nova sociedade dê à Meta acesso indireto a informações estratégicas. (Reuters)
Meio em vídeo. O Perplexity entregando buscas verificáveis, o Perplexity Labs ajudando a criar um aplicativo interativo e a modelagem 3D a partir de 2D são os assuntos do terceiro episódio do Revoluções por Segundo, o programa sobre IA mais animado que há. Apresentado pelo alienígena Grog, Nelson Porto e Marck AI. (YouTube)
Enquanto Israel e Irã escalam um conflito que pode redefinir o equilíbrio no Oriente Médio, militares brasileiros enfrentam a Justiça por tentativa de golpe. A Edição de Sábado explica esses movimentos: Yan Boechat analisa o ataque israelense a instalações nucleares iranianas; Leonardo Pimentel entrevista a cientista política Adriana Marques. Mergulhe no que não chega ao feed. Leia aqui.