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Com juros altos, crédito privado ganha espaço

Rendimento turbinado e prazo flexível colocaram o crédito privado no radar de quem investe. Com a Selic em 15% ao ano, o Tesouro Direto segue atrativo, mas não é a única opção. Debêntures, Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs), cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e outros ativos alternativos ganham terreno na carteira dos brasileiros. É um movimento silencioso, mas robusto, pois apenas no primeiro semestre de 2025, o setor cresceu 25%, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP) e da B3.

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Observando a curva de juros, há sinais claros de que o mercado espera um ciclo de cortes de juros em 2026. Na renda fixa pública, os títulos prefixados e os atrelados à inflação voltaram a disputar atenção dos investidores, enquanto os pós-fixados ainda funcionam como proteção natural contra as incertezas. Já na renda fixa privada, surgem novas possibilidades. A busca por diversificação, aliás, tem ampliado o leque de produtos estruturados e isentos.

Os CRIs, os Fundos Imobiliários (FIIs) e as cotas de FIDCs vêm crescendo como alternativa de financiamento para setores como imobiliário, agrícola e consumo. Esse movimento tem ajudado a compensar a estagnação dos recursos da poupança e a retração no crédito bancário tradicional.

Enquanto isso, do lado das empresas, a tendência é de adaptação. Dados do Secovi-SP, que representa as empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis próprios ou de terceiros, mostram que as vendas de imóveis subiram quase 33% no primeiro trimestre, mesmo com queda nos lançamentos e dificuldade de acesso a financiamento. A resposta vem na forma de novas estruturas de captação, como uma nova letra de crédito imobiliário e o uso de recursos do pré-sal para obras.

No crédito privado, o que se vê é um ajuste de expectativa: 2025 é um ano mais de carrego do que de ganho de capital, e o investidor precisa calibrar risco e prazo com cuidado redobrado. Especialistas alertam que ainda há boas oportunidades, sobretudo em debêntures de empresas com boa saúde financeira, letras financeiras de curto prazo e fundos de crédito bem estruturados seguem atrativos.

Nas próximas semanas, a editoria Carteira Alternativa vai mergulhar no universo dos investimentos alternativos e no crédito privado. Em parceria com a PeerBR, vamos explorar a conjuntura, como proteger o patrimônio e quais movimentos e transformações de mercado podem ser analisados com mais ênfase.

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