Quem vive da beleza move o país
No Brasil, a beleza possui várias facetas. Ao mesmo tempo que é afeto, encontro e expressão de identidade, é também negócio e um pilar da economia que muda a vida de milhões de pessoas. Não é por acaso que o país ocupa o posto de quarto maior mercado deste segmento do mundo. Mas o protagonismo brasileiro vai além dos números, pois a indústria incorpora diversidade, inovação e um senso de pertencimento que transforma cada salão, barbearia ou estúdio de maquiagem em pequenos motores da economia, além de pontos de encontro da vida social e autocuidado.
Por trás desse mercado bilionário estão milhões de profissionais, cabeleireiros, manicures, esteticistas, maquiadores, barbeiros que sustentam a engrenagem financeira do setor e uma rede de relações humanas. Segundo o IBGE, 1,3 milhão de microempreendedores individuais atuam na beleza, tornando essa a maior categoria entre os MEIs do país. Quantos pequenos negócios, chamados “de bairro”, não são frequentados por muitas pessoas e fazem parte da rotina? Além do sustento e da criação de empregos diretos e indiretos, isso mantém viva uma tradição de cuidado que atravessa gerações.
Essa força não é imune às crises, mas mostra resiliência, já que em tempos de aperto, o consumo de pequenos itens de beleza tende a crescer, como uma resposta emocional à adversidade, o que ajuda a sustentar um setor que emprega mais de 7 milhões de pessoas e exporta para mais de 170 países.
Claro que existem desafios. A alta rotatividade de profissionais, a concorrência acirrada e a pressão de custos exigem gestão afinada e diferenciais claros para fidelizar clientes. Mas também há oportunidades crescentes, por exemplo, serviços para o público sênior, estética avançada não invasiva e o uso de produtos responsáveis, muito procurados por uma cultura que busca ser cada vez mais ética e sustentável. A valorização de marcas com propósito e inclusivas também já é um critério importante de escolha para as novas gerações.
No fim, quem vive da beleza no Brasil não são apenas profissionais responsáveis por um importante setor da economia, pois acabam sendo responsáveis pela autoestima e a confiança de milhões de pessoas e, principalmente, cultivam uma cultura viva, que se reinventa ajudando o bolso e o psicológico da população.