Após pedido da PF, Moraes determina monitoramento permanente de Bolsonaro
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal comece a monitorar em tempo integral o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília também por decisão do ministro. Alexandre de Moraes afirmou que há risco de Bolsonaro tentar fugir nos dias que antecedem o início de seu julgamento na ação que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em seu despacho, o ministro destacou a atuação de Eduardo Bolsonaro na tentativa de influenciar o governo americano contra o Judiciário. Moraes também determinou que o monitoramento de Bolsonaro deve ser feito de “forma discreta, sem exposição indevida, inclusive midiática”, e sem adotar medidas que invadam a privacidade da família ou causem constrangimento aos vizinhos. (g1)
Apesar de a determinação de Moraes atender a um pedido da Polícia Federal, caberá à Polícia Penal do DF fazer o monitoramento de Jair Bolsonaro. O departamento é ligado à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal e hoje é responsável pelo acompanhamento da tornozeleira eletrônica que Bolsonaro foi obrigado a instalar em uma das medidas cautelares impostas por Moraes. Embora o ministro tenha determinado que não haja “exposição indevida”, deixou a critério da Polícia Penal a forma como será feito o monitoramento. Caberá às autoridades do DF definir se os agentes irão usar uniforme e quais tipos de armamento serão empregados na ação. A tornozeleira de Bolsonaro também passará a ser acompanhada 24 horas por dia, em tempo real. (CNN Brasil)
Após a decisão de Alexandre de Moraes, a Polícia Federal voltou a se pronunciar e pediu ao ministro do Supremo que autorize a presença de agentes dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro para garantir o cumprimento da prisão domiciliar. No pedido, a PF argumentou que as condições sugeridas pela Procuradoria-Geral da República — que recomendava um monitoramento não intrusivo e que não perturbasse a vizinhança — “tornam inviável essa abordagem operacional”. Segundo a corporação, fiscalizações detalhadas, como a checagem de todos os veículos que entram e saem do condomínio, provocariam “desconforto” e contrariariam as orientações da PGR. (Poder360)
Enquanto isso, as forças de segurança do Distrito Federal preparam uma operação especial durante o julgamento que pode condenar Bolsonaro a mais de 40 anos de prisão, marcado para começar na próxima terça-feira, 2 de setembro. Apesar de o planejamento ainda não estar concluído, as forças adiantaram que haverá aumento do número de policiais no patrulhamento da capital, além de esquemas especiais de segurança para o entorno do Supremo Tribunal Federal, onde ocorrerá o julgamento. Parte da Praça dos Três Poderes e da Esplanada será interditada em pontos estratégicos. O esquema deve ganhar reforço especial para o dia 7 de setembro, quando manifestações pró e contra o ex-presidente estão marcadas. (Metrópoles)
Em paralelo, o Supremo Tribunal Federal vai montar seu próprio esquema de segurança dentro do tribunal para os dias de julgamento. Cerca de 30 policiais que atuam em tribunais espalhados pelo país já chegaram a Brasília e estão instalados dentro da sede do STF, onde dormirão ao longo de todo o julgamento, previsto para terminar no dia 12 de setembro. Os agentes também farão varreduras nas casas dos ministros do STF nos dias que antecedem o início do julgamento. A previsão do próprio Supremo é que esses policiais permaneçam em Brasília por até dois meses, em razão do aumento de ameaças que o tribunal e seus ministros têm recebido. (Folha)
Meio em vídeo. Está na hora de o ex-presidente e seus cúmplices golpistas enfrentarem as consequências do que fizeram, da tentativa de golpe que tramaram e buscaram executar. É nas palavras do próprio Bolsonaro que a gente encontra o vocabulário do que ele é capaz e do que ele merece. E tem um episódio específico que revela isso. A opinião de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)