Fed corta juros e Ibovespa quebra recorde histórico
Depois de muita pressão do presidente americano Donald Trump e impactado pelos números cada vez piores na criação de empregos, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, reduziu a taxa de juros básica do país em 0,25 ponto percentual. Agora, a taxa de juros dos EUA está em uma faixa de 4% a 4,25%. Este é o primeiro corte que o Fed realiza desde que Trump tomou posse em janeiro deste ano. Ao longo de seus oito meses de mandato, Donald Trump pressionou de todas as maneiras o banco central para que fizesse um corte nos juros, que, para ele, são injustificáveis. Trump ameaçou diversas vezes demitir o presidente do Fed, Jerome Powell, e chegou a destituir uma das diretoras do banco, que se mantém no cargo por decisão da Justiça. Ao final, o Fed considerou que a desaceleração no mercado de trabalho americano é mais importante para a saúde da economia do que a persistente inflação, que corre o risco de aumentar com o tarifaço global imposto por Trump. Na entrevista coletiva após a decisão, Powell afirmou que o baixo número na criação de novos empregos impactou a decisão dos diretores, que projetam ainda mais duas reduções nos juros até o final deste ano. A decisão desta quarta-feira foi quase unânime. O único a votar por um corte de 0,5 ponto percentual foi Stephen Miran, o único entre os 12 diretores do Fed indicado por Donald Trump. (CNN)
Por aqui, os diretores do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) optaram por uma decisão mais conservadora e mantiveram a Selic, a taxa básica de juros, em 15%, o patamar mais alto em 19 anos. Cá, como lá, as altas taxas de juros foram motivo de críticas do presidente da República, ao menos quando o presidente do BC não era um aliado político do Planalto. Com a saída de Roberto Campos Neto e a entrada de Gabriel Galípolo, as críticas de Lula arrefeceram, mesmo sem que a taxa sofresse qualquer alteração. A decisão do Copom foi unânime, e a justificativa foi baseada nas instabilidades externas e na taxa de inflação, que segue acima da meta. A expectativa é de que a taxa de juros permaneça no mesmo patamar pelo menos até o início de 2026. (g1)