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Motta cria bloco parlamentar para isolar PT e PL

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

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Rompido com o governo e o PL, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reorganizou um bloco parlamentar de 275 deputados, a maioria da Casa, para sustentar sua gestão e reforçar sua autonomia diante do governo Lula e do bolsonarismo. Nesta semana, Motta rompeu com os líderes do PT, Lindberg Farias, e do PL, Sóstenes Cavalcanti. O novo grupo organizado por Motta reúne União Brasil, PP, PSD, Republicanos, MDB, a federação PSDB/Cidadania e o Podemos, permitindo aprovar requerimentos sem depender da esquerda ou da extrema direita. A articulação recompõe o bloco que o elegeu em fevereiro, mas que havia sido esvaziado ao longo do ano. (Folha)

O distanciamento do governo não é só com a Câmara, como mostrou a cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil nesta quarta-feira. Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não deram as caras no Palácio do Planalto. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que já esperava as ausências e disse que o governo seguirá apostando no “distensionamento e no diálogo” com os chefes do Legislativo. Mesmo ausente, Motta publicou mensagem nas redes celebrando a sanção e exaltando a “união dos Poderes”. Já Alcolumbre, em atrito com o Planalto após a indicação de Jorge Messias ao STF, também divulgou nota apoiando a medida, mas manteve o distanciamento político. (g1)

E a crise com o Legislativo pode complicar obtenção pelo governo de R$ 30 bilhões em receitas extras para fechar as contas de 2026. Parte das propostas do Ministério da Fazenda já foi barrada no Congresso, e o Senado ainda aprovou “pautas-bomba”, como a alteração na previdência dos agentes comunitários de saúde. (Globo)

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Sabendo das dificuldades que vai enfrentar no Senado para aprovar a ida do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o STF, o governo Lula está buscando meios de protelar a sabatina, marcada de surpresa por Alcolumbre para o dia 10 de dezembro. Uma das estratégias foi ainda não enviar ao Senado a documentação necessária para a sabatina, como histórico profissional e certidões negativas. Mesmo assim Davi Alcolumbre pressiona para realizar o processo rapidamente. Ele quer reduzir o tempo de articulação do governo e aumentar as chances de derrubar a indicação. (Folha)

Com os entraves no Senado, Jorge Messias agora pretende acelerar contatos individuais com os 81 senadores — por telefone ou presencialmente — deixando de lado as reuniões com bancadas. Ele também planeja intensificar a articulação nos dois finais de semana anteriores à sabatina e dar entrevistas reservadas para ampliar sua mensagem. O principal desafio será desfazer a percepção, difundida entre senadores, de que Messias repetirá no STF a atuação de Flávio Dino, que vem travando uma ofensiva contra as emendas parlamentares. A tarefa é dificultada pelo fato de Messias defender, em sua tese de doutorado na UnB, o ativismo judicial como componente da institucionalidade brasileira. (CNN Brasil)

Messias conseguiu aliados inesperados no próprio STF. André Mendonça e Kássio Nunes Marques, indicados por Jair Bolsonaro, têm procurado senadores para defender a aprovação do indicado. Segundo relatos, Mendonça, evangélico como Messias, ligou nos últimos dias para ao menos cinco parlamentares, afirmando que o postulante “não é militante” e destacando seu perfil técnico, religioso e com trajetória capaz de assegurar independência na Corte. (Globo)

Preso na terça-feira para cumprir a pena de 21 anos por tentativa de golpe de Estado, o general Augusto Heleno declarou durante o exame obrigatória de corpo de delito que convive desde 2018 com a doença de Alzheimer. O militar e ex-ministro, de 78, não comunicou essa condição nem durante seu julgamento pelo STF. (CNN Brasil)

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não escondem a frustração com a baixa mobilização popular conta a prisão dele. Influenciadores e parlamentares de extrema direita atribuem o desânimo ao cansaço da militância e ao fato de a prisão ter ocorrido “em doses homeopáticas”. Nesta quarta-feira, após audiência de custódia, o STF manteve a prisão de todos os condenados. (Estadão)

Pedro Doria: “O julgamento dos golpistas não acabou. Bem antes de a eleição presidencial ocorrer, o Superior Tribunal Militar vai ter de decidir se um golpe é aceitável ou não. O que pode acontecer aí?” Confira no Ponto de Partida. (Meio)

Em um ano marcado por uma crescente onda de violência política, os Estados Unidos registraram ontem mais um ataque a tiros, desta vez nas proximidades da Casa Branca. Dois integrantes da Guarda Nacional ficaram em estado crítico após serem baleados em um ataque que a prefeita de Washington classificou como “tiroteio direcionado”. O suspeito foi detido e, segundo autoridades, agiu sozinho. O presidente Donald Trump, que estava na Flórida, ordenou o envio de mais 500 militares à capital, ampliando o contingente já superior a 2 mil membros da Guarda Nacional mobilizados desde agosto como parte da política de endurecimento contra o crime. A área onde ocorreu o tiroteio, próxima à estação Farragut West, é um ponto turístico onde guardas nacionais circulam diariamente. O caso reacende a polêmica sobre a presença de tropas federais na capital. Na semana passada, um juiz federal determinou a suspensão temporária da operação por indícios de ilegalidade. (New York Times)

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Viver

A Anvisa concluiu a avaliação técnica da Butantan-DV, primeira vacina de dose única contra a dengue no mundo, a última etapa antes da publicação do registro definitivo. Segundo a agência, o imunizante cumpriu todos os critérios de segurança, eficácia e qualidade, permitindo ao governo iniciar os preparativos para sua incorporação ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Ainda não há data para inclusão no calendário. O Butantan já produziu mais de 1 milhão de doses, prontas para entrega. Para ampliar a oferta, o instituto firmou parceria com a chinesa WuXi, prevendo capacidade de produzir cerca de 30 milhões de doses a partir do segundo semestre de 2026. Ensaios de fase 3, acompanhados por cinco anos, mostraram eficácia geral de 74,7% entre pessoas de 12 a 59 anos, além de 91,6% de proteção contra formas graves e 100% contra hospitalizações. Mais de 16 mil voluntários de 14 estados participaram da pesquisa. (g1)

O Ministério da Saúde anunciou a compra de 1,8 milhão de doses da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causa de bronquiolite e mortes entre recém-nascidos. O primeiro lote, com 673 mil doses, chega às centrais estaduais ainda nesta semana, com aplicação imediata após distribuição aos municípios. A imunização é destinada a gestantes entre 24 e 36 semanas, preferencialmente entre a 32ª e a 36ª semana. (Metrópoles)

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A proibição da venda de ultraprocessados e bebidas adoçadas em cantinas de escolas públicas e privadas poderia reduzir em cerca de 13% a prevalência de obesidade entre adolescentes de 10 a 19 anos, aponta pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec. No cenário simulado pelo estudo, a restrição total desses produtos levaria a uma queda de 25% no consumo de bebidas açucaradas e de 8% no consumo de ultraprocessados, com aumento de até 8% no consumo de água, sucos naturais e frutas. Mesmo com a oferta do Programa Nacional de Alimentação Escolar, escolas ainda têm acesso a ultraprocessados. Neste ano, o limite permitido pelo programa caiu de 20% para 15%. (Folha)

O Iphan aprovou o tombamento definitivo do antigo prédio do Dops, no Centro do Rio, reconhecido como marco da repressão durante a ditadura militar e exemplar da arquitetura eclética do início do século 20. Projetado por Heitor de Mello e inaugurado em 1910 como Palácio da Polícia, o prédio abrigou diferentes órgãos de segurança e se tornou símbolo de prisões, interrogatórios e torturas no Estado Novo de Getúlio Vargas e na ditadura iniciada com o golpe de 1964. O presidente do Iphan, Leandro Grass, afirmou que o tombamento preserva a memória das violações e homenageia as vítimas da repressão. A expectativa é transformar o espaço em um centro de memória dedicado à democracia, à justiça e aos direitos humanos. (Globo)

Panelinha no Meio. A Primavera anda meio esquisita, com mais chuvas do que flores, mas nem por isso deixamos de nos deliciar com a comida leve típica desta estação, como esta deliciosa salada de melão com folhas verdes.

Cultura

Yorgos Lanthimos adora Emma Stone, o que não significa que a trate com carinho nas telas. Nas mãos do cineasta ela já foi confidente/concubina de uma rainha, uma versão sexualizada do monstro de Frankenstein e seguidora de um culto doido. Agora, em Bugonia, ela vive uma executiva sequestrada por dois sujeitos que a tomam por uma alienígena. Mas há também uma boa safra de dramas brasileiros que valem a ida ao cinema. Confira todas as estreias e veja os trailers no site do Meio.

E começa hoje em 51 cidades o 16º Festival de Cinema Francês do Brasil. A mostra exibe 20 longas inéditos no país, que integraram festivais como Cannes e Veneza, e obras de diretores consagrados como François Ozon e Julie Delpy. Confira a programação completa, sinopses dos filmes e detalhes dos debates.

Após anunciar Elton John e Gilberto Gil para o mesmo dia, o Rock in Rio 2026 confirmou Stray Kids como headliner em 11 de setembro, marcando a estreia do k-pop no festival. Fenômeno global, o grupo sul-coreano acumulou sete álbuns consecutivos no topo da Billboard e figura entre os destaques do Global Music Report da IFPI. O evento também apresentou novidades, como o programa Viva o Rio, que dará benefícios a quem tiver ingresso, uma parceria com a CRM Bonus para giftback de até 100%. (Globo)

Cotidiano Digital

O relator do marco legal da inteligência artificial, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse em entrevista que pretende flexibilizar a lei de licitações para facilitar a compra de tecnologias nacionais e estimular uma indústria de IA no país, mas rejeita criar qualquer reserva de mercado. Ele também quer fortalecer o papel da Agência Nacional de Proteção de Dados na aplicação da lei, criando conselhos consultivos entre agências. Ribeiro defende a remuneração a autores de conteúdos usados no treinamento de modelos e vai retirar do texto pontos já cobertos pela legislação de direitos autorais. Seu parecer deve incorporar as Medidas Provisórias do Redata e das Zonas de Processamento de Exportação, que perdem validade, para incentivar data centers no Brasil. (Folha)

Em meio às investigações judiciais antitrustes, abertas há quatro anos, a Meta voltou a confrontar reguladores europeus ao chamar de “aberrantes” os pedidos de informação feitos pela Comissão Europeia. A empresa afirma que foi obrigada a entregar quase 1 milhão de documentos, incluindo dados sensíveis de terceiros, e questiona se os poderes do regulador têm limites de proporcionalidade e respeito à privacidade. A Comissão rebateu dizendo que usou, em grande parte, os mesmos termos de busca definidos pela própria Meta nas respostas iniciais. O Tribunal deve se pronunciar em 2025, enquanto a big tech ainda enfrenta a multa de 797,7 milhões de euros por integrar o Facebook Marketplace ao Facebook e impor condições desleais no mercado de anúncios. (Reuters)

O WhatsApp vai perder dois dos principais chatbots após a Meta ter decidido proibir o uso de sua API comercial para distribuir inteligências artificiais que concorram diretamente com a Meta AI. OpenAI e Microsoft já anunciaram que ChatGPT e Copilot deixarão a plataforma em janeiro de 2026, quando passam a valer os novos termos de serviço, mas até lá, seguem funcionando, com a opção de transferência de histórico apenas para usuários do ChatGPT. A mudança mantém permitido o uso de chatbots de atendimento, mas veta produtos cujo próprio serviço seja a IA, o que deve forçar outras empresas, como a Perplexity, a também abandonar o aplicativo. (The Verge)

A história está acontecendo diante dos nossos olhos. Pela primeira vez, militares brasileiros e um ex-presidente foram condenados por tentativa de golpe de Estado. Entender o peso desse momento exige saber o caminho que nos trouxe até aqui. No streaming do Meio, o documentário Democracia: Uma História Sem Fim - O Julgamento do Século reconstrói essa trajetória. Assista e aprofunde a sua compreensão desse capítulo decisivo da política brasileira.

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