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Meio Político

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A direita radical não se resume a Bolsonaro

Foto: Evaristo Sa/AFP

As instituições brasileiras — incluindo dois dos três comandantes das Forças Armadas — resistiram a uma tentativa de golpe de Estado na virada de 2022 para 2023. Seus orquestradores, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram julgados e condenados, e a expectativa é que comecem a cumprir as penas até o fim deste ano. Mas, mesmo com esta dura e inédita resposta ao golpismo e a prisão de seu principal líder, o populismo de extrema direita não vai sair de cena. Até por não ser um fenômeno circunscrito ao Brasil.

O que o Rio nos ensina?

Mauro Pìmentel/AFP

O Rio de Janeiro certamente é uma das capitais culturais do Brasil. Ao lado de cidades como Salvador, São Luís e Ouro Preto, possivelmente, forma aquilo que poderíamos chamar de um quadrilátero de construção da brasilidade. Este, remontando historicamente à chegada dos portugueses, ao contato com os indígenas, aos embates de conquista e à incorporação forçada de corpos escravizados provenientes do continente africano.

Bancada Cristã, a base de fiéis e a pauta climática

Falar de meio ambiente no Brasil é, cada vez mais, falar também de religião. O debate sobre as mudanças climáticas, frequentemente enquadrado como um tema técnico ou científico, tem encontrado ressonância — e, em muitos casos, novas formas de engajamento — entre fiéis de diferentes crenças e espiritualidades. Mas, como a religião vem sendo utilizada e mobilizada também para a radicalização política, é especialmente entre católicos e evangélicos que se tenta polarizar uma pauta ainda não polarizada na base de fiéis. Como mostram os dados.

A lógica da escolha de Lula para o Supremo

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O processo secular de mundialização parece ter entrado num daqueles momentos de retração. O ciclo liberal e globalista que marcou o início do século 21 chegou ao fim. A promessa de uma economia sem fronteiras, de valores universais e identidades móveis entrou em crise. Há mais de dez anos observa-se um processo de desglobalização: retração das cadeias produtivas, revalorização das fronteiras e reemergência das soberanias nacionais.

Minorias que berram e maiorias silenciosas

A direita brasileira é bem maior do que o bolsonarismo, mas o bolsonarismo continua se comportando como se fosse a única e verdadeira direita — e, acima de tudo, como se fosse a voz autêntica do nosso povo. De fato, uma pesquisa recente do Instituto Ideia, feita a pedido do Meio, ajuda a distinguir com precisão as coisas quando se trata do perfil da direita no país: apenas 12% dos brasileiros são efetivamente de direita e bolsonaristas, enquanto 26% se encaixam na direita, mas não são bolsonaristas — uma proporção de um terço para dois terços.

É Supremo, mas pode melhorar

Foto: Evaristo Sá/AFP

Do julgamento de acusados de tramar um golpe de Estado à legalidade da Marcha da Maconha. Da pesquisa com células-tronco embrionárias à união de pessoas do mesmo gênero. Das terras indígenas às emendas ao Orçamento. Contam-se nos dedos os assuntos relevantes da vida nacional nas últimas décadas que não passaram ou foram diretamente decididos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), cujo protagonismo atraiu hostilidade de vários setores, a ponto de sua sede ter sido vandalizada na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.

Eduardo Bolsonaro: ação revolucionária ou devaneio político

Foto: Miguel Schincariol / AFP

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é uma figura política controversa. Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, desde algum tempo assume um perfil distinto dos seus irmãos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), cujas características de ação e fala lhe permitem transitar e dialogar nos bastidores com atores de diversas correntes ideológicas; e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), artífice das estratégias digitais do pai.

A direita na defensiva: uma nova era

Fotos: Nelson Almeida/AFP

Nos dois últimos meses, a política brasileira passou por uma reconfiguração que parecia impensável há pouco tempo. Pela primeira vez em uma década, a correlação de forças entre esquerda e direita, democracia e autoritarismo, alterou-se de modo visível. Desde 2015, a direita vinha dando as cartas sozinha: empunhava a bandeira anticorrupção, dominava o Congresso, ocupava as ruas e ditava o tom do debate político. A esquerda parecia reduzida a um papel defensivo. Agora, porém, a cena se inverteu. A direita encontra-se na defensiva, dividida e desmoralizada, enquanto a esquerda recupera bandeiras históricas que haviam escapado de suas mãos há muito tempo.

Notas sobre a história de um dia histórico

Foto: Antonio Augusto/STF

Em Feitiço do Tempo (Harold Ramis, 1993), um meteorologista da TV resolve cobrir a principal festa de uma cidade do interior da Pensilvânia. Todo dia 2 de fevereiro seus habitantes comemoram o Dia da Marmota, quando esse simpático roedor teria uma suposta capacidade de prever o fim do inverno. Chegando lá, porém, o protagonista se vê condenado a viver, todos os dias, as mesmas 24 horas — excepcionais para os demais, mas tediosamente iguais para ele. O paradoxo é que, como ele é o único que tem consciência da repetição, pode fazer coisas diferentes para alterar o curso de uma história previsível.

Do ‘socorro, Forças Armadas’ ao ‘América, salve o Brasil’

Foto: Nelson Almeida / AFP

Entre os muitos modos pelos quais o autoritarismo se manifesta, há um que permanece insuficientemente nomeado e que tem reaparecido de forma insistente na política brasileira contemporânea.