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As notícias mais importantes do dia, de graça

Mariliz Pereira Jorge

Colunista do Meio. Jornalista, roteirista, colunista na Folha de S.Paulo e comentarista no UOL. Passou pela Editora Abril, TV Globo, Rádio Globo, MyNews, além de trabalhos no GNT, Canal Viva e Globoplay. Escreve sobre atualidades, feminismo, comportamento, sexo e política, mas gosta mesmo é de viajar, tomar cerveja e bater papo.

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É sempre culpa da mulher

O que a ação policial nos Complexos da Penha e do Alemão tem a ver com a ofensiva contra o aborto legal em casos de estupro? O mesmo Estado que falha com políticas públicas de planejamento familiar, contraceptivos, acolhimento aparece no fim com fuzil e moralismo, culpando mães e meninas.

Só fascistas apoiam a ação no Rio?

A Operação que resultou em 121 mortos no Rio de Janeiro foi chacina. O vídeo questiona a ideia de que todo apoio à operação vem de “fascistas” e contextualiza o aplauso pelo ângulo do desespero: medo diário, “lei” do fuzil, Estado ausente. Em vez de vingança com uniforme, a proposta é segurança pública com direitos e resultado: investigação independente, controle das polícias, inteligência contra milícia e ocupação social de território. Menos pose, mais política que salva vidas — e a pergunta final: o que faria segurança virar rotina no seu bairro amanhã?

Manuela & Cíntia: ninguém nasce feminista

Parto de Simone de Beauvoir — “ninguém nasce mulher; torna-se” — para mostrar que não se nasce feminista; torna-se: é processo, não rótulo. A conversa entre Manuela D’Ávila e Cíntia Chagas no Diálogos (Julia Duailibi) ilustra isso: discordâncias reais, mas prioridades que se encontram, prova de que dá para pactuar sem apagar diferenças. Tornar-se feminista é aprender a ler as assimetrias do cotidiano (salário, cuidado, violência, acesso) e transformar essa leitura em política pública: salário igual, licença parental compartilhada, creches integrais, acolhimento a vítimas, educação sexual e regras contra assédio.

O machismo de Lula e de petistas

Com a aposentadoria de Barroso, Lula teve a terceira chance de corrigir um STF historicamente masculino (172 ministros, só três mulheres). Se fosse Bolsonaro, teríamos piquete; com Lula, reina o “pianinho” e, pior, parte da esquerda prefere atacar o mensageiro, distorcer falas antigas e foge do debate central. A conta é simples: sem uma mulher agora, corremos o risco de, em 2029, voltar a um Supremo sem voz feminina. Cobrar isso não é guerra cultural; é coerência com tudo o que se diz defender.

A febre é ser magro

As canetas emagrecedoras (Mounjaro, Ozempic, Wegovy) são, sim, um avanço médico importante — podem salvar pessoas e abrir caminhos onde antes só havia desespero — mas não são passe livre para uma correção estética em série. O problema não é o remédio; é o mercado, a pressa e a plateia: prateleiras vazias para quem precisa, influencers transformando tratamento em espetáculo e uma pressão estética que reaparece disfarçada de “autocuidado”. Em vez de abominar, convém regular: garantir acesso clínico a quem tem indicação, fiscalizar publicidade e evitar que solução médica vire vestido de festa — porque progresso sem equidade vira privilégio que aplaude a própria exclusão.

A roleta russa do metanol

36% das bebidas alcoólicas vendidas no Brasil são falsificadas (Fhoresp), e as mortes recentes por metanol em SP expõem uma cadeia de intermediários opacos, nota fria e fiscalização que só reage. O vídeo mostra como o metanol entra no copo, por que rótulo famoso não garante procedência e quais sinais de alerta pedem socorro imediato, além do que funciona de verdade: rastreabilidade por lote, blitz na origem e punição que desmonte o negócio. Beber não pode ser roleta russa.

Trump e a nova polêmica do Tylenol

Donald Trump resolveu transformar o paracetamol no novo vilão da vez. Ao associar o uso do Tylenol na gravidez ao aumento do autismo — sem provas científicas — espalhou pânico entre gestantes e alimentou grupos negacionistas. Antes a culpa era da vacina, agora é do analgésico mais seguro indicado por médicos no mundo todo. O resultado? Mulheres assombradas pela dor e pelo medo, enquanto políticos fazem da ciência um palanque.

Charlie Kirk: a esquerda é mais violenta?

Charlie Kirk foi assassinado nos Estados Unidos e a reação à morte do ativista de direita escancarou o que já virou rotina também no Brasil: a desumanização total do adversário político. Não importa se é da direita ou da esquerda, o que se vê é gente zombando, comemorando e transformando a tragédia em arma de ataque. A morte de Kirk, assim como a de Marielle Franco, deveria ter sido tratada com horror por todos, mas virou combustível de polarização e hipocrisia. Quando a política passa a torcer pela morte, o que está enterrado não é só um corpo, é também a chance de uma democracia madura.

Relacionamento tóxico, carência afetiva e feminismo: um papo com Mariliz Pereira Jorge

No Pedro+Cora do dia 16 de setembro de 2025, a jornalista Cora Rónai recebe Mariliz Pereira Jorge, colunista do Meio para falar sobre o livro “A contagem dos sonhos” de Chimamanda Ngozi Adichie. No papo, falam sobre as 4 novelas presentes no livro, o relacionamento tóxico dos homens com as mulheres, os relacionamentos representados dentro da novela Vale Tudo, os buracos emocionais que homens tóxicos causam, golpes virtuais em aplicativos de relacionamentos e a crise da masculinidade.

O mito Cármen Lúcia

O voto que condenou Jair Bolsonaro vem de uma mulher que representa tudo o que o bolsonarismo despreza. Cármen Lúcia é uma mulher de 70 anos, solteira, sem filhos, independente, bem-sucedida e respeitada.