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Prezadas leitoras, caros leitores —

Estamos nos sentindo mais sós. Desde o isolamento pela covid-19, a solidão ganhou ares de pandemia. E muitos têm buscado companhia, conforto e até tratamento em ferramentas de IA. É sobre esse fenômeno que a Edição de Sábado se debruça.

Vamos falar ainda do ataque de Donald Trump às instituições culturais americanas. E entrevistamos o secretário de Cultura de São Paulo sobre os 20 anos da Virada Cultural, que acontece neste fim de semana.

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Os editores.

Governo congela R$ 31,3 bi do Orçamento, mas recua no aumento do IOF

Foto: Diogo Zacarias/MF

A equipe econômica bem que tentou. No início da tarde desta quinta-feira, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, anunciaram o congelamento de R$ 31,3 bilhões em despesas do Orçamento de 2025 e a elevação, que ainda seria detalhada, do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cumprir as regras do arcabouço fiscal e a meta de déficit zero. A elevação do tributo, porém, caiu como uma bomba e provocou reações negativas de todos os lados. Ao contrário do que afirmou o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não foi previamente informado e, segundo pessoas próximas, não gostou da medida. As críticas foram ainda mais duras no meio empresarial. Diante da péssima repercussão, no fim da noite o presidente Lula convocou uma reunião de emergência com ministros da área política – Haddad, que viajara para São Paulo, participou remotamente –, e, no fim da noite, anunciou que seria mantida a alíquota zero de IOF sobre aplicações de fundos de investimentos do Brasil em ativos no exterior. Em nota, a Fazenda disse que a mudança foi “feita com equilíbrio, ouvindo o país”. (Folha)

Mas o IOF vai subir em outras áreas. A Fazenda aumentou a contribuição sobre operações de crédito para empresas, compras internacionais e investimentos altos em previdência privada. A nova alíquota para empréstimos empresariais sobe para 0,95% na contratação e 0,0082% ao dia, com teto de 3,95% ao ano. Para empresas do Simples, os percentuais são menores, mas também sobem. No cartão internacional, a alíquota passa de 3,38% para 3,5%. A medida entra em vigor já hoje e deve gerar uma arrecadação extra de R$ 20,5 bilhões em 2024 e R$ 41 bilhões no ano seguinte. Para quem compra moeda estrangeira em espécie, a alíquota sobe de 1,1% para o mesmo patamar. A medida contraria a promessa feita na gestão de Paulo Guedes, que previa zerar gradualmente essa cobrança até 2029 como parte do processo de adesão do Brasil à OCDE. (g1 e Globo)

Além dos cortes de gastos, a equipe econômica anunciou um corte de R$ 81,5 bilhões nas estimativas de arrecadação previstas pela Receita Federal no Orçamento. A revisão se deu em medidas como o voto de qualidade do Carf, o controle de benefícios tributários via DIRB e o aumento da CSLL, todas com previsão de receita agora zerada. No total, quase metade das receitas extras previstas no PLOA de 2025 foi descartada. (Estadão)

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O ex-comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, negou em depoimento ao STF que tenha impedido a Polícia Militar do Distrito Federal de prender os manifestantes acampados em frente ao QG do Exército na noite de 8 de janeiro de 2022. Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) ele disse que a decisão de não realizar a prisão dos acampados e daqueles que participaram dos ataques às sedes dos poderes foi tomada em conjunto com ministros do governo Lula. Arruda foi acusado pelo ex-comandante da PM do DF de ter impedido a entrada da polícia no acampamento para prender os manifestantes. (Globo)

Já o atual comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, pediu ao STF para não depor no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Sampaio Olsen foi arrolado como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha no governo Bolsonaro, almirante Almir Garnier Santos. No pedido, afirmou não ter conhecimento dos fatos investigados no processo. (Folha)

Enquanto isso... O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, deu a entender, em troca de mensagens, que recebeu informação privilegiada do ex-procurador-geral da República Augusto Aras e da vice-procuradora Lindora Araújo. Em conversa no WhatsApp com o hoje general Santana Netto, Cid afirma que Aras e Lindora lhe informaram, de maneira reservada, em quais processos ele estava citado. (UOL)

Que golpe?

Marcelo Martinez

Apesar das críticas de integrantes do próprio governo, o PT decidiu que não irá criar resistência ao PL do Licenciamento na Câmara dos Deputados. O projeto, já aprovado pelo Senado, altera profundamente toda a legislação sobre licenciamento ambiental, afrouxando exigências que hoje estão em vigor. Parlamentares ligados ao governo afirmam, no entanto, que o projeto deve ter trechos vetados pelo presidente Lula quando chegar ao Planalto. (g1)

A ministra do Meio Ambiente
, Marina Silva, reagiu de forma inflamada ao comentar a aprovação do PL no Senado. Marina afirmou que o projeto “fere de morte” todo o arcabouço legal que define as normas para o licenciamento ambiental no país. “A gente não pode retroceder um centímetro nas agendas que o Brasil avançou.” (Estadão)

Meio errou. Caso a reforma eleitoral seja aprovada tal como saiu da CCJ do Senado, as eleições gerais acontecerão a cada cinco anos, não a cada quatro, como foi publicado na edição de quinta-feira. Pedimos desculpas.

O governo Trump decidiu impedir que a Universidade de Harvard tenha estudantes internacionais em seus cursos de graduação e pós-graduação. A medida foi anunciada pelo Departamento de Segurança Interna, que afirmou que a universidade permitiu que “agitadores antiamericanos e pró-terroristas” atacassem estudantes judeus no campus. O governo também acusou Harvard de estar coordenando ações com o Partido Comunista Chinês. A decisão determina que os estudantes estrangeiros atualmente matriculados em Harvard terão que se transferir para outras universidades ou correm o risco de perder o visto de estudante. Harvard tem mais de 6,5 mil alunos estrangeiros de 140 países. (AP)

Em um processo separado, o juiz distrital Jeffrey S. White, de Oakland, bloqueou a tentativa do governo Trump de cancelar o status legal de estudantes internacionais em todo o país, enquanto segue em tramitação uma ação que contesta medidas anteriores de cancelamento. A decisão impede o governo de prender, deter ou deportar estudantes com base em seu status migratório até que o caso seja julgado. (Washington Post)

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Viver

A pesquisa Nexus, divulgada em parceria com o Movimento União BR, nesta quinta-feira, mostra que um em cada quatro brasileiros, cerca de 42 milhões de pessoas, já viveu ou conhece alguém impactado por tragédias ambientais. Enchentes e alagamentos foram os casos mais citados por aqueles diretamente atingidos, com 68%, seguidos por tempestade ou chuva forte (7%), deslizamento de terra (6%) e queimadas ou incêndios (5%). A população da região Sul é a mais afetada pelos desastres, com 40% dos entrevistados impactados ou conhecendo alguém atingido. (Globo)

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A jornalista Rosane de Oliveira e o jornal Zero Hora foram condenados a pagar uma indenização por danos morais no valor de R$ 600 mil à desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira. A ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul processou a empresa e a profissional por se sentir ofendida com a publicação de informações e comentários a respeito do recebimento de R$ 662 mil em abril de 2023, extraídas do próprio site do TJ-RS. Rosane e o jornal disseram que vão recorrer da decisão. (Zero Hora)

Uma selfie feita pelo rover Perseverance da Nasa capturou um redemoinho de poeira durante sua expedição em Marte. O redemoinho se assemelha a uma pequena nuvem pálida e apareceu a cinco quilômetros de distância da câmera. A imagem também revela a última amostra perfurada pelo rover na superfície. Lançado em 2020, o Perseverance está coletando amostras da Cratera de Jezero, um antigo leito de lago, que pode conter pistas de vida microbiana no passado. (AP)

Uma fazenda em Piratininga, no interior de São Paulo, se tornou um exemplo de pecuária sustentável ao aplicar uma técnica que reduz emissões de metano. Desde 2012, a propriedade utiliza um sistema de integração lavoura-pecuária (ILP), promovendo uma rotatividade nos trabalhos agrícolas e pecuários em uma mesma área para aumentar a produtividade e reduzir o impacto ambiental. O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste Alexandre Berndt afirma que as novas tecnologias adotadas no Brasil reduziram em 25% as emissões produzindo a mesma quantidade de carne. (UOL)

Cotidiano Digital

Jony Ive, o designer por trás do iPhone, e Sam Altman, CEO da OpenAI, estão desenvolvendo um novo tipo de dispositivo pessoal com inteligência artificial. A proposta é uma nova interface, que deve funcionar como um “companheiro” de IA, ao ser um aparelho compacto com câmera e fones integrados, sem tela, pensado para agir como assistente pessoal por voz e contexto, substituindo smartphones em interações com IA. O projeto ganhou tração após a OpenAI anunciar a compra da io, startup fundada por Ive, por US$ 6,5 bilhões. A equipe da io será incorporada à OpenAI. A empresa promete lançar a “família de dispositivos” até o fim de 2026, com integração profunda entre hardware e software, no estilo Apple. (Wall Street Journal)

Meio em vídeo. Falando nisso, no programa Pedro+Cora, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre essa grande transação que está movimentando o Vale do Silício e o futuro da tecnologia no mundo, incluindo o produto secreto que quer “enterrar” de vez a era das telas. Entenda mais. (YouTube)

Reformulando sua estratégia de desenvolvimento de software, a Microsoft quer se tornar uma “fábrica de agentes de IA”. Liderado por Jay Parikh, ex-chefe de engenharia da Meta, o plano é transformar a plataforma da empresa, integrando GitHub, Copilot e Azure AI, em uma base para que clientes corporativos criem seus próprios agentes autônomos. Em entrevista, o executivo detalha a ideia de não apenas adicionar IA a produtos prontos. “O que queremos que a plataforma suporte é que você comece com o modelo e, em seguida, aproveite a estrutura que já existe na plataforma.” Essa mudança no planejamento vem em um momento em que Google, OpenAI e Anthropic fazem o mesmo com seus produtos e serviços. (The Verge)

Cultura


O fim de semana promete dias agitados para quem estiver em São Paulo e no Rio. Na curadoria da newsletter Ladrilho Hidráulico, os destaques paulistas são dois grandes eventos. No C6 Fest, Pretenders, Air e Perfume Genius são boas pedidas no sábado, enquanto o lendário Nile Rodgers e a banda Wilco sobem ao palco no domingo. Já a tradicional Virada tem como novidades uma jornada literária na Biblioteca Mário de Andrade e a adesão de museus como o Masp. No Rio, a música toma conta da programação, com show de João Bosco no Vivo Rio. Uma das pioneiras do manguebit, a Banda Eddie comemora 35 anos de estrada no Galpão Ladeira das Artes. Leia todas as sugestões no site do Meio.

Com dez apresentações marcadas para o Brasil em novembro, o Coldplay resolveu dar uma pausa na carreira por tempo indeterminado e cancelou a passagem de sua turnê pela América Latina, conta Lauro Jardim. Ainda não há informações se um show que a banda faria para a edição inédita do Global Citizen Festival, em Belém, será mantido, mas o governo do Pará garantiu que haverá pelo menos a performance do vocalista Chris Martin. (Globo)

Morreu nesta quinta-feira o professor, gramático e filólogo Evanildo Bechara, por falência múltipla dos órgãos, aos 97 anos. Uma das mais influentes figuras da gramática, ocupava desde 2001 a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras, além de receber diversos prêmios. Referência para gerações de pesquisadores e professores, ganhou, em janeiro, uma edição comemorativa dos 40 anos de A Moderna Gramática Portuguesa, uma de suas principais obras. (Globo)

Já o poeta Paulo Henriques Britto vai ocupar a cadeira de número 30 da Academia Brasileira de Letras, vaga pela morte da crítica literária Heloísa Teixeira, em 28 de março. Além de poeta, Britto é também tradutor e professor da PUC-Rio. (Folha)

Meio em vídeo. No programa De Tédio a Gente Não Morre, Mariliz Pereira Jorge faz uma análise afiada da personagem Maria de Fátima, de Vale Tudo, que segundo ela, não é só uma vilã rasa — é o retrato desconfortável de uma geração obcecada por fama instantânea, likes e frases prontas, mas que reflete nossa cultura digital. (YouTube)

Débora Bloch, por outro lado, comemora o sucesso de sua Odete Roitman, que passou de vilã a empoderada. “Conversei com a Marie (Salles, figurinista): ‘Vamos fazer uma mulher de 60 desejável’. Por que não?”, indaga. (Globo)

Faltam poucos dias para você enxergar a História da Arte de um novo jeito. Na próxima terça-feira (27), o curador da Pinacoteca de São Paulo, Yuri Quevedo, comanda a aula inaugural gratuita do curso O Tempo e o Agora: Histórias da Arte para Hoje. É uma oportunidade única para desenvolver um olhar crítico que faz você se destacar em qualquer conversa. Não perca tempo e inscreva-se no curso.

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