Após condenação, Centrão pressiona Bolsonaro

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A condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado desencadeou uma movimentação intensa no Centrão, que agora pressiona por uma definição clara de candidato de direita para 2026 e busca aprovar anistia para reduzir os impactos políticos da decisão. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assume papel central nessa articulação: ele retorna a Brasília para lobby no Congresso pela votação do projeto de anistia a Bolsonaro e é visto por alguns aliados como possível sucessor do ex-presidente. Por outro lado, há resistência significativa: no próprio PL, no Republicanos, no PSD e no União Brasil. O impasse gira especialmente em torno de incluir ou não Bolsonaro no texto da anistia, sem ferir decisões judiciais que o tornaram inelegível. O governo Lula também articula contra a medida. (Globo)
Mas o apoio a Tarcísio pode estar mudando. A condenação no STF estendeu a inelegibilidade de Bolsonaro de 2030 para 2034. Setores da direita creem que, em vez de enfrentar o presidente Lula no ano que vem, o governador deve buscar a reeleição e se cacifar mais para o pleito presidencial de 2030, que não terá o líder petista na disputa. (Metrópoles)
Novo levantamento do Datafolha mostrou que 54% dos brasileiros são contra o Congresso aprovar anistia a Bolsonaro. A favor, são 39%. A pesquisa foi feita antes da sentença no STF, nos dias 8 e 9 de setembro, com 2.005 eleitores em 113 cidades. Além disso, 61% rejeitam qualquer perdão aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O apoio à anistia é maior entre os mais ricos, evangélicos e moradores das regiões Sul, Norte e Centro-Oeste. O Datafolha também mostrou que 50% defendem a prisão de Bolsonaro, enquanto 43% são contra. (Folha)
Bolsonaro saiu neste sábado da prisão domiciliar pela primeira vez desde a condenação para retirar manchas na pele em um hospital de Brasília. Segundo o médico Cláudio Birolini, o procedimento foi simples e sem incidentes. O boletim divulgado após a alta, entretanto, apontou quadro de anemia, e a tomografia mostrou imagem residual de uma pneumonia recente. (UOL)
Meio em vídeo. No programa Diálogos com a Inteligência, Christian Lynch recebe o cientista político e professor da UERJ, Paulo Henrique Cassimiro para falar sobre crescimento e consolidação da extrema direita, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Assista aqui. (YouTube)
Em um artigo no The New York Times (leia a íntegra em inglês) deste domingo, o presidente Lula afirmou que o Brasil está aberto ao diálogo com os EUA, mas que democracia e soberania são “inegociáveis”. A publicação é resposta às tarifas de 50% impostas por Donald Trump a produtos brasileiros e às críticas do ex-presidente norte-americano ao STF e ao julgamento de Jair Bolsonaro. Lula defendeu o Supremo, citou planos golpistas revelados após as eleições de 2022 e criticou medidas unilaterais dos EUA, como a investigação sobre o Pix, que, segundo ele, promove inclusão financeira. Também rebateu acusações sobre desmatamento e regulação de big techs. (g1)
O vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, anunciou no sábado a revogação do visto — ou a proibição de emissão — para o neurocirurgião brasileiro Ricardo Barbosa, que comemorou em rede social o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk. Em um post no Instagram, Barbosa elogiou o autor do crime com a frase: “Um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical.” Landau classificou o comentário como “assustador” e pediu que autoridades brasileiras investigassem o caso. Após a repercussão, o médico foi desligado da clínica onde trabalhava, no Recife, que afirmou que a fala não representa seus valores. (CNN Brasil)
A PUCRS cancelou um evento que teria neste domingo com o historiador Eduardo Bueno, o Peninha, após ele comemorar em vídeo a morte de Charlie Kirk. Bueno apresentaria o espetáculo Brasil: Pecado Capital no campus da universidade em Porto Alegre. Em nota, a instituição disse repudiar “qualquer manifestação contrária à vida e à dignidade humana”. A fala também levou ao cancelamento de palestra na inauguração da Livraria da Travessa na capital gaúcha. (Folha)
A família do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior recebeu com surpresa a confirmação oficial de sua morte pela ditadura argentina, após 50 anos de desaparecimento. A Equipe Argentina de Antropologia Forense afirmou ter identificado o corpo por meio de impressões digitais em arquivos. O músico desapareceu em 18 de março de 1976 em Buenos Aires, durante uma turnê com Vinícius de Moraes e Toquinho, confundido com um militante de esquerda. Apesar da identificação, o corpo não foi recuperado. Os filhos cobram nova investigação e dizem que, embora a dor permaneça, a justiça pode trazer consolo. (Globo)
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Energia da Evolução
O Brasil está à frente da média global na transição energética, com metade da oferta total de energia vinda de fontes renováveis e uma matriz elétrica majoritariamente limpa. Ainda assim, depender apenas de fontes renováveis não é adequado atualmente, seja pelo aspecto técnico, econômico ou social. A transição é gradual e envolve diferentes fontes convivendo juntas, como o gás natural, que dá segurança ao crescimento de eólicas e solares e ajuda a descarbonizar setores difíceis de eletrificar. Além disso, desde 1998, o setor de óleo e gás investiu mais de R$ 30 bilhões em pesquisa, com foco recente em tecnologias de baixo carbono. Também há um aspecto social: o setor gera empregos, movimenta a economia e financia políticas públicas. O Brasil pode liderar a agenda renovável combinando fontes limpas com uso responsável de fósseis, garantindo acesso à energia, tarifas moderadas, menos poluição e empregos. (Além da Superfície)
Meio em vídeo. Falando ainda nesse assunto: você já se perguntou por que, mesmo tendo sol, vento e rios em abundância, o Brasil não pode depender apenas de energias renováveis? À primeira vista parece simples: instalar painéis solares, turbinas eólicas e pronto. Mas a verdade é que essa história é bem mais complexa. E é sobre isso que Pedro Doria fala na série Energia em Movimento. Corre para conferir. (YouTube)
Segundo o novo caderno do Plano decenal de Energia, o Brasil deve atrair R$ 110 bilhões em investimentos para biocombustíveis até 2035. O plano projeta expansão em etanol, biodiesel, biometano e até combustível sustentável de aviação, com impactos tanto na matriz energética quanto na inclusão social. Parte dos recursos será usada na modernização de usinas, construção de biorrefinarias e diversificação de matérias-primas. Só a oferta de etanol deve crescer 30% na década, com o milho ganhando protagonismo. O estudo prevê ainda que os combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) devem alcançar quase 3 bilhões de litros anuais em 2035, o bastante para cobrir dois terços das metas de emissões da aviação. (Canal Energia)
Viver
O secretário-executivo da Convenção do Clima da ONU, Simon Stiell, recomendou que as agências ligadas à entidade e outras organizações reduzam o tamanho de suas delegações para a COP30, em Belém. Diante da falta de leitos para acomodação dos negociadores durante a conferência, que acontece em novembro, ele sugere limitar as credenciais extras, que costumam ser distribuídas para assessores, técnicos e convidados que não fazem parte do quadro oficial da agência. Como alternativa, a ONU promete ampliar a participação virtual, para permitir acompanhamento à distância. (g1)
Meio em vídeo. A final da Copa Intercontinental entre São Paulo e Barcelona, em 1992, foi precedida de um pacto inédito na história do futebol em alto nível. Os dois técnicos se comprometeram para que suas equipes não recorressem à violência ou à cera. Tratava-se de um encontro de gigantes, e o São Paulo foi superior. O Meio de Campo analisa a disposição tática do jogo que marca a coroação do maior time da história do tricolor paulista. (YouTube)
O Observatório Real de Greenwich anunciou os vencedores do Astronomy Photographer of The Year 2025, que premia as melhores fotografias astronômicas do ano, produzidas por astrofotógrafos de diversas partes do mundo. O vencedor geral foi um retrato espetacular do núcleo de Andrômeda feito por Weitang Liang, Qi Yang e Chuhong Yu. (Guardian)
Cultura
A comédia O Estúdio, da Apple TV+, foi a grande vencedora da 77ª edição do Emmy, principal prêmio da TV nos EUA, com 13 estatuetas. Noite de glória para Seth Rogen, premiado como ator, diretor, roteirista e criador da série. Vitória também para o drama Adolescência, da Netflix, com seis troféus, com destaque para Owen Cooper, que, aos 15 anos, se tornou o mais jovem vencedor do prêmio na categoria Melhor Ator Coadjuvante em Minissérie. Também no drama, The Pitt surpreendeu, desbancando o favorito Ruptura e garantindo a principal categoria, além de prêmios de Melhor Ator e Melhor Atriz Coadjuvante. A noite também foi marcada pelo breve discurso político da atriz judia Hannah Einbinder de Hacks em favor da Palestina. (Variety)
O multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal morreu no sábado, aos 89 anos, no Rio, em decorrência de falência múltipla de órgãos. Três vezes vencedor do Grammy Latino, Hermeto provou a viabilidade de se fazer música de alta elaboração rítmica, melódica e harmônica com panelas, chaleiras, regadores, brinquedos infantis, água e até animais. Foi autodidata, começou na música aos 10 anos, quando aprendeu a tocar acordeom com o irmão. Em 2023 recebeu, em Nova York, o título de Doutor Honoris Causa da Juilliard, prestigiosa escola de artes da qual suas músicas fazem parte do currículo. No ano passado, lançou seu último disco de inéditas, Pra você, Ilza, uma homenagem a Ilza Souza Silva, mãe de seus seis filhos, falecida em 2000. (g1)
A cerimônia de abertura do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro exibiu o filme O Agente Secreto, protagonizado por Wagner Moura e dirigido por Kleber Mendonça Filho. A comédia Morte e Vida Madalena, do diretor e roteirista Guto Parente, estrelado por Noá Bonoba, também foi exibida. O festival segue até o próximo sábado, dia 20. (Correio Braziliense)
O festival de música The Town se encerrou no domingo, levando 420 mil pessoas ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Green Day, Lionel Richie, Iggy Pop e Backstreet Boys garantiram a nostalgia de diferentes gerações. Já Travis Scott, Luísa Sonza, Matuê e MC Cabelinho levaram o público mais jovem para o evento. O cantor Junior Lima, filho de Xororó e irmão de Sandy, se manifestou contra a anistia durante sua apresentação no sábado. (Poder360)
Cotidiano Digital
A Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC), agência de defesa da concorrência e de proteção ao consumidor, está investigando se a Amazon e a Alphabet, controladora do Google, enganaram empresas e pessoas que publicaram anúncios em seus sites, segundo a Reuters. As investigações se concentram em saber se as empresas divulgaram de forma adequada os termos e preços dos anúncios. Além disso, investiga-se se a Amazon dificulta que seus consumidores encontrem o que procuram, o que forçaria os vendedores a comprarem anúncios para que os produtos apareçam nas buscas. (Reuters e Globo)
A pré-venda do iPhone 17 começa nesta terça-feira no Brasil. O smartphone da nova linha da Apple, lançado neste mês, traz melhorias significativas em relação ao modelo anterior, incluindo o chip A19, uma tela de 6,3 polegadas com ProMotion de 120 Hz e câmeras traseiras de 48 MP. Redes varejistas, operadoras de telecomunicações e bancos já estão na disputa por clientes. (Globo)
A Penske Media Corporation — que publica revistas como Rolling Stone, Billboard, Variety e The Hollywood Reporter — se tornou o primeiro grande grupo de mídia dos EUA a processar o Google por causa dos resumos gerados por IA (os chamados AI Overviews) exibidos no topo das buscas. Segundo a empresa, esses resumos reduzem drasticamente o número de cliques para os sites originais, prejudicando o tráfego e beneficiando ilegalmente o Google com o trabalho dos jornalistas. O Google defende os resumos dizendo que tornam a busca mais útil, mas a Penske afirma que isso levou a uma queda de mais de um terço na receita de links afiliados em 2024, diretamente ligada à perda de tráfego. (The Verge)
Não é todo dia que a História se descortina diante de nossos olhos. Na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, Giullia Checchia revela os bastidores, sutilezas e momentos que marcaram o julgamento dos responsáveis por tentar romper a ordem democrática. Um relato único para quem quer compreender de perto este momento decisivo da política brasileira. Leia agora e veja de perto o que o Meio acompanhou.