Cotidiano Digital

Órgão regulador dos EUA restabelece a neutralidade de rede

Em votação realizada na semana passada, a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), agência reguladora do setor de telecomunicações dos Estados Unidos, restabeleceu as regras de neutralidade de rede sobre a internet de banda larga no país. As regulamentações foram implementadas pela primeira vez em 2015 durante o governo Barack Obama, mas revogadas em 2017 por Donald Trump. A neutralidade de rede inclui um conjunto de princípios que visam supervisionar a internet de banda larga e proteger o acesso do consumidor, além de impedir que os provedores bloqueiem ou prejudiquem a prestação de serviços de concorrentes. Agora, com as regras instituídas após a votação, a neutralidade volta a vigorar em até 60 dias. Em nota, a agência ressaltou que os Estados Unidos voltam a ter “um padrão nacional para garantir que a internet seja rápida, aberta e justa”. Além disso, destacou que a proposta aprovada “permite que a FCC proteja consumidores, defenda a segurança nacional e avance em segurança pública”. (O Globo e Telesíntese)

OpenAI pode ser investigada após ChatGPT dar informações falsas

A OpenAI se tornou alvo de queixas na Europa por não corrigir informações incorretas fornecidas pelo ChatGPT. A reclamação foi feita pelo None Of Your Business (NOYB), grupo ativista austríaco que luta contra abusos das redes sociais, que alega que a startup está violando regras de privacidade da União Europeia (UE). Segundo a organização, o chatbot de IA teria revelado informações incorretas sobre a data de aniversário de uma figura pública, em vez de dizer aos usuários que não possui os dados necessários. O grupo disse ainda que a OpenAI se recusou a retificar ou apagar os dados, afirmando que não era possível corrigir as informações. O NOYB apresentou a queixa às autoridades de proteção de dados da Áustria e pediu uma investigação sobre o processamento de dados da startup. (Reuters)

Corrida de big techs por IA aquece e companhias gastam bilhões em infraestrutura

Para ler com calma. Se 2023 foi o ano do chatbot de inteligência artificial (ia) para a indústria de tecnologia, 2024 será o ano da grande expansão física dessa tecnologia, com grandes companhias investindo milhões de dólares em IA. Big techs como a Amazon anunciaram recentemente a criação de novos data centers, e países como a Arábia Saudita estão investindo em novos supercomputadores com o objetivo de se tornarem potências em IA. Enquanto isso, Microsoft, Meta e o Google divulgaram nesta semana que gastaram mais de US$ 32 bilhões em novos centros de armazenamento de dados só nos primeiros meses do ano. Para analistas, este é o sinal mais claro de que a inteligência artificial será responsável pelo surgimento de uma enorme infraestrutura tecnológica, e que esse movimento deve durar anos. (NYT)

Apple retoma negociação com OpenAI para recursos de IA generativa no iPhone

A Apple retomou as negociações com a OpenAI, dona do ChatGPT, para usar a tecnologia de inteligência artificial (IA) generativa desenvolvida pela startup em novos recursos para o iPhone ainda este ano. Segundo a Bloomberg News, as duas empresas começaram a discutir termos de um possível acordo e como os recursos da OpenAI seriam integrados ao iOS 18, o próximo sistema operacional do iPhone. A Apple também continua em discussões com o Google sobre o licenciamento do chatbot Gemini. Embora a companhia venha mantendo segredo em relação ao uso de IA nos iPhones, iPads e outros dispositivos da empresa, os recursos incorporados envolveriam componentes de busca e chatbots integrados ao sistema móvel, segundo a imprensa. (Bloomberg Línea)

Google atinge US$ 2 trilhões em valor de mercado

A Alphabet, dona do Google, atingiu pela primeira vez a importante marca de US$ 2 trilhões em valor de mercado. As ações da empresa tiveram alta de 10,22% na sexta-feira, um dia após a big tech anunciar seus resultados do primeiro trimestre do ano, superando as expectativas dos analistas. Na esteira do balanço do primeiro período do ano, a Alphabet também anunciou o seu primeiro pagamento de dividendos, no valor de US$ 0,20 por ação. Com isso, o valor de mercado da companhia saltou para US$ 2,15 trilhões, atrás da Nvidia (US$ 2,19 trilhões). Microsoft e Apple seguem na liderança, valendo US$ 3,02 trilhões e US$ 2,61 trilhões, respectivamente. (Business Insider)

Shein deve enfrentar regras mais rígidas da DSA na União Europeia

A União Europeia anunciou nesta sexta-feira que a gigante chinesa de moda Shein estará sujeita a uma camada extra das regras de governança para plataformas online de grande porte (VLOPs) de acordo com a Lei de Serviços Digitais (DSA) do bloco. A companhia havia relatado ter uma média de 45 milhões de usuários mensais nos países europeus, o que a qualifica para o nível mais rigoroso de governança online da DSA. A Shein se junta a outras gigantes já designadas como VLOPs, como AliExpress e Amazon. A UE espera o primeiro relatório de avaliação de risco da empresa em até quatro meses. (TechCrunch)

EUA investigam recall da Tesla que afetou 2 milhões de veículos

Autoridades dos Estados Unidos abriram uma nova investigação sobre o recall de mais de 2 milhões de veículos da Tesla, realizado em dezembro do ano passado. O recall instalou atualizações no Autopilot. No entanto, novas preocupações surgiram devido a colisões após o recall e reclamações de condutores. A National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) questiona a eficácia das correções, já que as atualizações foram instaladas como opção e poderiam facilmente ser revertidas pelos motoristas. O recall foi motivado por uma investigação aberta pela NHTSA em 2021 que analisou centenas de acidentes e 13 mortes que supostamente envolvem o Autopilot. (The Verge)

Threads ganha recurso para ocultar palavras

A Meta anunciou um novo recurso para o Threads, rede social concorrente do X que atingiu 150 milhões de pessoas ativas na plataforma nesta semana. A opção Palavras Ocultas, já presente no Instagram, funciona como uma ferramenta de segurança de forma independente da rede social principal, permitindo filtrar palavras, frases e até emojis. O recurso será ativado por padrão e filtrará tudo o que considerar ofensivo, junto com conteúdo que possa ser irrelevante ou desinteressante. Além da chegada das Palavras Ocultas a plataforma também ganhou recentemente a possibilidade de arquivar posts. (Olhar Digital)

ByteDance prefere encerrar TikTok a vendê-lo nos EUA se recursos legais falharem

A ByteDance prefere encerrar o aplicativo do TikTok nos Estados Unidos do que vendê-lo, caso a companhia chinesa não consiga reverter legalmente a lei sancionada pelo presidente Joe Biden que obriga a rede social ser vendida para não ser banida do país. Fontes ouvidas pela Reuters afirmam que os algoritmos da plataforma são considerados essenciais para as operações gerais da empresa, o que tornaria improvável a venda do TikTok com acesso ao código-fonte. A rede social seria responsável por uma pequena parcela das receitas totais e dos usuários ativos da ByteDance, e o encerramento no território americano teria um impacto limitado nos negócios da gigante chinesa. (Reuters)

Congo acusa Apple de explorar minerais de forma ilegal no seu território

A República Democrática do Congo acusou a Apple de usar minerais extraídos de forma ilegal para a produção de dispositivos da big tech. A nação africana acredita que a empresa usa estanho, tungstênio e tântalo da região leste do seu território, que vem sofrendo há anos com a extração ilegal de recursos. De acordo com a denúncia, embora a companhia tenha afirmado que verifica as origens dos minerais que utiliza para fabricar seus produtos, não existem provas concretas de que os recursos sejam extraídos de forma legal. Representada por advogados baseados nas cidades de Amsterdã e Paris, o Congo enviou questionamentos para o CEO da Apple, Tim Cook, com um prazo de três semanas para que a companhia americana forneça uma resposta. (Mac Magazine e Reuters)