Fim de semana dos festivais: Atos de Fala no Rio e de música no cinema em SP
A boa desse fim de semana no Rio é a sétima edição do festival Atos de Fala, que acontece até o dia 23 no CCBB. Fazendo um recorte do que acontece até domingo, separei alguns destaques. Começo pela performance Tapajós, de Gabirela Carneiro da Cunha, encenada na abertura e com nova apresentação nesta sexta, que lida com imagem e desaparecimento, a partir de sua pesquisa fotográfica na região Norte. Também na sexta, vale participar do espetáculo Terra Nullius – Má Criação, da portuguesa Paula Diogo. Baseado na ideia de terra de ninguém, ela propõe ao público um percurso pelo entorno do CCBB, feito com fones de ouvido, mesclando a trilha ao som local. Já sábado rola a performance NIÑ(H)O – Ou uma Casa Provisória para o Nascimento do Invisível, da maranhense Tiyê Macau, que propõe transformar o que foi silenciado pela colonização em novas formas de expressão e escuta.
Um prefeito, um xerife e uma pandemia

O onipresente Pedro Pascal é antagonista de Joaquin Phoenix em Eddington, principal estreia desta quinta-feira nos cinemas. Apesar de dirigido por Ari Aster, famosos pelos filmes de terror Midsommar e Hereditário, o longa é uma comédia com toques de suspense sobre o conflito entre o prefeito e o xerife de uma cidadezinha nos EUA por conta das restrições impostas pela pandemia em 2020. Também chegam as telas, entre outros filmes, um drama sobre radicalismo religioso, um romance adolescente LGBTQIA+ e a mais um Truque de Mestre. Confira todas as estreias e veja os trailers.
Mostra no Poeirinha no Rio e Balaclava Fest em SP: as boas do fim de semana
O Teatro Poeirinha traz a Mostra Anônimas — Três solos autorais, que reúne três monólogos em torno do silenciamento das mulheres que já foram apresentados em São Paulo: Criatura, uma Autópsia, de Bruna Longo trata da vida e obra da autora de Frankenstein, Mary Shelley; Inventário, com Erica Montanheiro, esmiúça a vida da escultora Camille Claudel e, por último, Aquele Trem baseado na vida da atriz Denise Dietrich, sobrinha-neta de Marlene Dietrich.
‘O Agente Secreto’, nossa grande aposta para o Oscar, chega aos cinemas
Com dezenas de prêmios, incluindo dois em Cannes, e a responsabilidade de representar o Brasil no Oscar 2026, estreia finalmente O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho. Wagner Moura vive Marcelo, um professor que, em 1977, vai buscar em Recife o refúgio de seu passado turbulento. E as telas recebem ainda Honey, Não!, novo longa do premiado Ethan Cohen, mais um Predador e até uma corrida de ratinhos. Confira todas as estreias e veja os trailers.
O Brasil velado em ‘O Agente Secreto’

Um bom filme não precisa escancarar a realidade nua e crua, chocando e provocando fortes emoções no público. Pode fazê-lo, mas não é o único caminho. Com perspicácia e sensibilidade, é possível dizer tudo isso e muito mais, sem necessariamente ter de dizer. Kleber Mendonça Filho reconta um naco de nossa história sob o ponto de vista do Brasil velado em seu novo filme O Agente Secreto, premiado no Festival de Cannes, representante brasileiro no próximo Oscar, e que estreia no circuito nacional de cinemas em 6 de novembro. Com enredo se passando na Recife de 1977, em pleno regime militar, é fácil para o espectador pensar, à primeira vista, que a película trata da ditadura, que teve fim apenas em 1985. Mas observando com cuidado, desvela-se um Brasil tão atual que assusta. O diretor e roteirista diz muito sobre isso ao longo da obra, sem precisar falar escancaradamente. Aliás, o termo “ditadura” não é dito uma única vez ao longo das quase três horas de filme.
Manguezal no Rio e Lia Rodrigues em SP: as boas do fim de semana
No CCBB, acaba de abrir Manguezal, exposição que explora o bioma a partir de diferentes pontos de vistas artísticos com 50 trabalhos de 25 artistas que retratam o Brasil de diferentes gerações como Lasar Segall, Hélio Oiticica, Uýra Sodoma, Ayrson Heráclito, Celeida Tostes e Frans Post. A curadoria é de Marcelo Campos.
História de Bruce Springsteen supera os sustos nas telas

O Halloween que nos perdoe, mas quem brilha nos cinemas nesta semana não é alguma assombração, e sim Bruce Springsteen, vivido por Jeremy Allen White em Springsteen: Salve-me do Desconhecido. O longa retrata as gravações de Nebraska, de 1982, álbum no qual The Boss deu às costas às fórmulas e à vontade da gravadora e produziu sozinho uma obra prima. Mas claro que o terror está presente em quatro filmes sendo dois nacionais, mostrando o quanto o cinema brasileiro vem consolidando sua produção no gênero. Confira todas as estreias e veja os trailers .
Wagner Moura no palco no Rio, festival de teatro negro em SP; o melhor do fim de semana
Enquanto o badalado O Agente Secreto não estreia nos cinemas, dá para matar a saudades de Wagner Moura no Rio. O baiano volta aos palcos com a peça Um julgamento — Depois do Inimigo do Povo, adaptação do clássico de Ibsen que trata do julgamento de um médico que denuncia que as águas do balneário da cidade estão contaminadas. Com direção de Christiane Jatahy, a peça está em cartaz no CCBB e fica só até 3 de novembro. Ingressos: R$ 30.
‘Monstros’ à vontade nos cinemas

Hoje é dia de monstros chegando aos cinemas, do monstro sagrado no quadrinho brasileiro, Maurício de Sousa, ao tradicionalíssimo monstro de Frankenstein, em versões para adultos e crianças. Sem falar em uma interpretação sombria de Cinderela e duas produções nacionais que mergulham no suspense e no sobrenatural. Mas há também opções para quem quer ficar no escurinho sem sustos. Confira todas as estreias e veja os trailers.
Vinícius de Moraes no MAR e Mostra Internacional de Cinema em SP: o melhor do fim de semana
Depois de passar por São Paulo e Porto Alegre, chega ao MAR (Museu de Arte do Rio) Vinicius de Moraes — Por Toda a Minha Vida, exposição com mais de 300 itens, incluindo manuscritos raros de poemas e letras de música, quadros, objetos, o jornal O Mexerico, criado pelo poeta aos 8 anos, documentos originais e uma série de fotografias icônicas com a nata da MPB. Dividida em cinco núcleos, a exposição abrange toda a vida do poetinha, com destaque obviamente para a sua produção literária e musical, mas abordando também a sua carreira diplomática.