Meio

A primeira vez que vi Rodrigo Carneiro foi no meio dos anos 1990, quando ele fazia umas performances incendiárias à frente do Mickey Junkies. Anos mais tarde, voltamos a nos cruzar no Trovadores do Miocárdio, com ele sempre elegante, lendo seus poemas de amor com uma leve influência beatnik, seguindo esse caminho da poesia falada.

Antes mesmo da estreia, prevista para janeiro, a série O Cavaleiro dos Sete Reinos foi renovada para sua segunda temporada. A HBO também alegrou os fãs de outra série do universo de Game of Thrones ao garantir a quarta temporada de A Casa do Dragão. A terceira temporada deve estrear na metade de 2026. Para além da fantasia, a emissora também encomendou novos episódios de The Chair Company, I Love LA, e a aclamada Task, estrelada por Mark Ruffalo. (The Verge)

O retrato Elisabeth Lederer, de Gustav Klimt, virou a obra moderna mais cara já vendida em leilão ao alcançar US$ 236,4 milhões na Sotheby’s, em Nova York. A pintura, produzida entre 1914 e 1916 e mantida fora do público por décadas, pertencia a Leonard Lauder, morto este ano, e superou o recorde anterior do próprio Klimt na obra Dama com Leque, vendida por US$ 108 milhões. A obra havia sido confiscada pelos nazistas da família Lederer em 1938 e voltou ao mercado apenas nos anos 1980. (BBC)

O Museu do Louvre vai instalar cem câmeras externas até o fim de 2026 e criar uma espécie de delegacia interna após o assalto cinematográfico de outubro, quando quatro ladrões fugiram com joias avaliadas em 102 milhões de dólares em plena luz do dia e expuseram falhas de vigilância nas áreas externas do prédio. Parte da varanda usada no arrombamento sequer tinha cobertura de segurança, o que levou o governo francês a anunciar novas barreiras nas vias do entorno ainda este ano. Em audiência no Parlamento, a diretora Laurence des Cars reconheceu as fragilidades, disse que reforçará os laços com a polícia de Paris e defendeu as compras recentes de obras de arte, alvo de críticas do órgão de auditoria pública. (Reuters)

O documentário brasileiro Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa, apareceu entre os destaques das indicações ao IDA Documentary Awards, prestigiada premiação de documentários dos Estados Unidos. O filme recebeu quatro nomeações, incluindo Melhor Documentário, Melhor Direção, Melhor Produção e Melhor Roteiro. No filme, a cineasta examina o peso da religião evangélica na política brasileira e traz entrevistas com o Pastor Silas Malafaia e com o presidente Lula. Petra já concorreu ao Oscar com Democracia em Vertigem, em 2020, e o novo longa é cotado para concorrer ao prêmio em 2026. A cerimônia do IDA está marcada para 6 de dezembro. (Globo)

O Museu Metropolitano de Arte devolveu à Coreia do Sul uma pintura budista de 227 anos, retirada do Templo Sinheungsa durante a Guerra da Coreia e mantida no acervo do Met desde 2007. A obra, chamada de O Décimo Rei do Inferno, voltou ao país após uma investigação conjunta entre o museu, o templo e um comitê local dedicado à recuperação de patrimônio cultural levado no conflito. A repatriação, celebrada em Seul, é a sétima de um conjunto de dez pergaminhos desaparecidos nos anos 1950, quando tropas americanas controlavam a região. Para especialistas, o gesto reconhece a vulnerabilidade de templos e acervos durante guerras e reforça o esforço recente do Met para revisar origens de peças com histórico problemático. (New York Times)

Thierry Frémaux, diretor artístico do Festival de Cannes e uma das vozes mais influentes do cinema mundial, veio ao Brasil para lançar Lumière, a aventura continua, novo capítulo do projeto de restauração dos filmes dos irmãos Lumière conduzido pelo Institut Lumière. Além disso, Frémaux participou de debate na Cinemateca Brasileira com Walter Salles e afirmou que o país vive “uma espécie de idade de ouro contemporânea”, citando o impacto de Ainda Estou Aqui e classificando Agente Secreto como um dos grandes filmes do ano. Para ele, a vitalidade da produção brasileira recoloca o país no centro das conversas globais sobre criação e futuro do cinema. (Estadão)

A música brasileira perdeu seu “anjo torto” com a morte, aos 82 anos, do cantor e compositor Jards Macalé (Spotify), um dos mais criativos nomes de sua geração. O artista estava internado no Rio tratando de problemas pulmonares e morreu em decorrência de choque séptico e insuficiência renal. O carioca Jards Macalé começou sua carreira nos anos 1960, mas só estreou em disco em 1972, com um álbum homônimo no qual, na melhor tradição da Tropicália, fundia de maneira própria ritmos brasileiros e internacionais. Clássicos como Vapor Barato e Anjo Exterminado pontuaram uma carreira marcada pela vanguarda e pela defesa da liberdade criativa, o que lhe criava problemas com gravadoras e rádios. (g1)

O ator Tom Cruise foi homenageado com um Oscar honorário da Academia durante a cerimônia do Governors Awards, realizada em Los Angeles. A estatueta foi entregue por Alejandro G. Iñárritu, diretor do próximo filme do ator, previsto para 2026. Em discurso emocionado, Cruise falou sobre a infância nas salas de cinema e o impacto da arte em sua vida. “Fazer filmes não é o que eu faço, é quem eu sou”, disse. Como de costume, o evento reuniu astros cotados para a temporada de premiações, em busca de holofotes e votos. (Variety)