Milhares vão às ruas contra PEC da Blindagem e PL da Anistia em todo o Brasil

Atos contrários à PEC da Blindagem e ao projeto que anistia envolvidos na tentativa de golpe de Estado no Brasil levaram dezenas de milhares de manifestantes às ruas em várias capitais do país ontem. O protesto reuniu 42,3 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, e 41,8 mil em Copacabana, no Rio de Janeiro, segundo cálculo do Monitor do Debate Político do Cebrap e da ONG More in Common. Os números são semelhantes ao da manifestação pró-anistia de 7 de setembro de 2025, convocada pelo pastor Silas Malafaia, que reuniu 42,2 mil manifestantes na capital paulista. O efeito, em relação à PEC da Blindagem, deve ser a rejeição da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado já essa semana. Já sobre a anistia, ainda não se sabe. O deputado Paulinho da Força, relator do projeto que pretende reduzir penas dos condenados pela tentativa de golpe, disse que os atos não o farão mudar a proposta.
Após conspiração e motim, bolsonaristas podem ter que aceitar “anistia light”

Apesar de todos os esforços dos bolsonaristas por uma anistia que livrasse da cadeia Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de estado, o resultado pode não contemplar o ex-presidente. O deputado Paulinho da Força, relator do Projeto de Lei na Câmara, descartou uma anistia ampla e irrestrita, como consta no texto original do deputado Marcelo Crivella. E disse que está aberto a conversar com o Supremo Tribunal Federal se houver “algum atrito no decorrer da elaboração do texto”. Até o nome do Projeto de Lei mudou: agora está sendo chamado de “PL da Dosimetria”. No Central Meio de hoje, Pedro Doria, Luiza Silvestrini e Flávia Tavares recebem a jornalista especializada em cobertura política Basília Rodrigues.
Um dia depois da PEC da blindagem, Câmara aprova urgência para anistia a golpistas

A população ainda estava estarrecida com a aprovação da PEC da blindagem quando a Câmara aprovou ontem também a urgência da votação da anistia. O texto base, do deputado Marcelo Crivella, prevê anistia a todos que tenham participado de manifestações de caráter político ou eleitoral entre 30 de outubro de 2022 e a entrada em vigor da lei, incluindo pessoas que apoiaram os atos por meio de contribuições financeiras, doações, apoio logístico, prestação de serviços ou publicações em redes sociais. Mas a expectativa é de que o texto seja modificado e apresente uma proposta mais próxima de uma redução das penas, com garantia de prisão domiciliar para Jair Bolsonaro. No Central Meio de hoje, Pedro Doria, Luiza Silvestrini e Flávia Tavares recebem o professor de Direito Penal da UERJ Davi Tangerino.
Câmara aprova PEC da blindagem, que impede prisão e investigação de parlamentares

A Câmara dos Deputados aprovou a PEC da blindagem, que dificulta - ou quase impossibilita - a abertura de processos judiciais contra parlamentares. Segundo o texto, congressistas continuam a ser julgados exclusivamente pelo STF, mas a prisão só poderá ocorrer em flagrante de crimes inafiançáveis, como racismo, tortura, terrorismo ou tráfico de drogas. Nesses casos, a casa legislativa é que vai decidir, por maioria absoluta, se mantém a prisão. Mas o projeto pode não ir longe. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Otto Alencar, garantiu que o texto “não passará no Senado de jeito nenhum”. No Central Meio de hoje, Pedro Doria, Luiza Silvestrini e Flávia Tavares recebem o jornalista e comentarista político João Bosco Rabello.
Quaest: 55% acham que houve tentativa de golpe; 54% creem que Bolsonaro participou
Diferentemente o que entendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, a maioria da população brasileira acredita que houve uma tentativa de golpe de Estado em entre 2022 e 23. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada na manhã de hoje (íntegra), essa é a opinião de 55% dos entrevistados, enquanto 38% discordam e 7% não souberam responder. Já 54% avaliam que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou da trama golpista, contra 34% que dizem não e 10% indecisos.
Com Bolsonaro condenado, direita e centrão articulam anistia e candidatura para 2026

A condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado mexeu com a direita e o centrão, que agora precisam definir um candidato para 2026 e os planos em relação à anistia. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, retorna essa semana a Brasília para fazer lobby no Congresso pela aprovação do projeto, que ainda divide a própria direita. No PL, no Republicanos, no PSD e no União Brasil, o impasse gira especialmente em torno de incluir ou não Bolsonaro no texto. Hoje no Central Meio, Luiza Silvestrini e Flávia Tavares recebem o cientista político e colunista do Meio Christian Lynch e o professor de Direito da USP Rafael Mafei.
STF condena Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal condenou, por 4 votos a 1, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus do núcleo crucial da trama golpista por crimes como tentativa de golpe e estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. No Central Meio de hoje, Luiza Silvestrini e Flávia Tavares conversam com o cientista político e colunista do Meio Magno Karl e com a professora de Direito da FGV Eloísa Machado.
Fux diverge de Moraes e vota para absolver Bolsonaro e condenar Cid e Braga Netto

Em uma sessão de quase 13 horas, o ministro do STF Luiz Fux divergiu além do esperado do de Alexandre de Moraes, relator do processo que julga a tentativa de golpe de estado no Brasil, e votou para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas para condenar Mauro Cid e Walter Braga Neto por abolição violenta do Estado Democrático de Direito. No Central Meio de hoje, o jurista e professor de Direito Processual e Penal Walter Fanganiello Maierovitch analisa o voto com Luiza Silvestrini, Flávia Tavares e Leonardo Pimentel.
Voto de Luiz Fux pode condenar Jair Bolsonaro e mais sete por tentativa de golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro está a um voto de ser condenado no julgamento da ação penal que investiga a trama golpista. Dois dos cinco ministros que integram a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, já votaram pela condenação do ex-presidente e dos outros sete réus que integram o núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado. Hoje o Central Meio acompanha o voto do ministro Luiz Fux, o mais inclinado a divergir de Moraes, relator da ação. O Central Meio recebe Ana Laura Barbosa, professora de Direito Constitucional da ESPM.