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Pela primeira vez desde sábado, o nível do lago Guaíba ficou abaixo dos cinco metros de altura, em Porto Alegre, baixando para 4,93 metros nesta quinta-feira, de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). No domingo, o Guaíba registrou sua máxima histórica, de 5,33 metros. Mesmo com a melhora, a elevação segue bem acima dos três metros da cota de inundação. Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS alertam para a possibilidade de um repique no nível do Guaíba, fazendo com que o lago retorne à marca dos cinco metros por conta das chuvas previstas para este final de semana, subindo 20 centímetros, caso a previsão de vento se confirme.(g1)

O bilionário Elon Musk anunciou nesta quinta-feira a doação de mil terminais de internet via satélite da Starlink para equipes de emergência do Rio Grande do Sul. Em uma postagem no X, Musk incluiu um vídeo compartilhado pela modelo gaúcha Gisele Bündchen em que ela pede doações para seu estado. O bilionário afirmou que o acesso à internet provido pelos terminais da Starlink será gratuito até que a situação na região esteja completamente estabilizada. “Espero o melhor para o povo do Brasil”, concluiu. As fortes chuvas que atingem o estado afetaram os serviços de telecomunicação, dificultando o trabalho das equipes de resgates de sobreviventes. De acordo com a Defesa Civil, até órgãos públicos chegaram a ficar sem acesso à telefonia e internet em consequência dos temporais. (Estadão)

O governo federal anunciou nesta quinta-feira um pacote de medidas econômicas para mitigar o estrago provocado pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Entre outros pontos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, listou a antecipação dos pagamentos do Bolsa Família e do vale gás e da restituição do Imposto de Renda para os moradores do estado. Há também medidas para o estado e os municípios, como aval da União para operações de crédito e aporte da fundos de bancos públicos; empresas, como aumento do prazo para recolhimento de impostos e descontos em juros em empréstimos via Pronape; e produtores rurais. De acordo com Haddad, Segundo Haddad, as medidas devem injetar R$ 50 bilhões no estado. “Esse é um valor de alavancagem inicial, até que se tenha maior clareza do que isso vai implicar”, disse o ministro. (g1)

O Rio Grande do Sul vai precisar de pelo menos R$ 19 bilhões para reconstruir tudo o que foi destruído pelas tempestades e enchentes da última semana, em avaliação feita nesta quinta-feira pelo governador Eduardo Leite (PSDB) em seu perfil no X. “Insisto: o efeito das enchentes e a extensão da tragédia são devastadores. Nas próximas horas, vamos detalhar as ações projetadas que contemplariam as nossas necessidades”, completou. Além de deixar 107 mortos, o desastre ambiental afetou a distribuição de combustíveis, água potável, energia e telecomunicações. (Globo)

O desastre que se abateu sobre o Rio Grande do Sul poderia ter sido evitado – ou ao menos ter a gravidade reduzida. Essa á opinião de 70% dos entrevistados nas pesquisa Genial/Quaest (íntegra) divulgada nesta quinta-feira. Já para 30%, a tragédia, que já deixou mais de cem mortos, era inevitável. E todos os níveis de governo tem, na avaliação da população, responsabilidade. A maior (68%) recai sobre o governo estadual, seguido pelas prefeituras (64%) e pelo governo federal (59%). Estado e municípios são isentos de responsabilidade por 20% dos entrevistados, a União é inocentada por 24%.

Diante dos estragos nas colheitas e estoques dos produtores gaúchos, que abastecem 70% do país, o governo federal liberou a compra de 1 milhão de toneladas de arroz. De acordo com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o alimento deve ser comprado de produtores do Mercosul. Será publicada uma medida provisória autorizando a aquisição pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública brasileira. (g1)

A volta das chuvas ao Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira, causou novos alertas em regiões já devastadas por enchentes e deslizamentos, atrapalhando a retomada dos resgates. Ainda pela manhã, a Defesa Civil emitiu um aviso de chuva forte e ventos acima dos 90 km/h para grande parte do estado, em razão de uma frente fria que deve derrubar as temperaturas. À tarde, o tempo virou em Porto Alegre, fazendo com que a prefeitura recomendasse a suspensão do uso de barcos que faziam o resgate de moradores ilhados, devido às rajadas de vento que provocavam ondas, colocando as equipes em risco. (g1)

Uma pesquisa do Guardian mostra que centenas de cientistas climáticos do mundo todo esperam que as temperaturas globais subam pelo menos 2,5°C acima dos níveis pré-industriais neste século, ultrapassando a meta de 1,5°C firmada pelos países no Acordo de Paris. Quase 80% dos entrevistados, todos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), preveem ao menos 2,5°C de aquecimento, enquanto apenas 6% dos consultados consideram que o teto de 1,5°C será cumprido. Muitos dos especialistas avaliam que o planeta passará por um agravamento da fome, conflitos e migrações em massa, impulsionados por ondas de calor, incêndios florestais, inundações e tempestades com mais força e frequência do que já ocorreu até agora. Mas, muitos disseram que a luta climática deve continuar, porque cada fracção de grau evitada pode reduzir o sofrimento humano. (Guardian)

A tragédia que atinge o Rio Grande do Sul já deixou 100 mortos e outros dois em investigação, segundo levantamento da Defesa Civil divulgado na tarde desta quarta-feira. Ainda há 130 pessoas desaparecidas e 374 feridas. As chuvas que assolam o estado afetaram 1.476.170 pessoas em 425 dos 497 municípios, deixando 163.786 desalojadas e 67.428 em abrigos temporários. O nível do lago Guaíba começou a baixar na manhã de hoje, chegando a 5,08 metros, ante os 5,33 metros registrados entre domingo e segunda-feira, mas o patamar ainda é muito alto, já que a cota de alerta é de 2,5 metros. (CNN Brasil)

A reconstrução do Rio Grande do Sul precisará ser planejada considerando as áreas mais seguras e resistentes às variações climáticas extremas, que vieram para ficar. A afirmação é do eco?logo Marcelo Dutra da Silva, doutor em ciências e professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que em junho de 2022 já alertava sobre as mudanças no comportamento das chuvas desde 2013. “Não adianta querer reconstruir tudo o que foi destruído nesse evento de agora tentando fazer como era antes. Isso já não dá mais”, diz. “Cidades inteiras vão ter que mudar de lugar. É preciso afastar as infraestruturas urbanas desses ambientes de maior risco, que são as áreas mais baixas, planas e úmidas, as áreas de encostas, as margens de rios e as cidades que estão dentro de vales.” (BBC Brasil)