Dirceu estava na lista para ser morto no golpe
O ex-ministro José Dirceu estava na lista de políticos e autoridades que deveriam ser assassinadas da deflagração do golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, no chamado Plano Punhal Verde, elaborado pelo general Mario Fernandes. A conspiração tinha quatro alvos: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes; o presidente eleito Lula (PT), identificado como “Jeca”; seu vice Geraldo Alckmin (PSB), o “Joca”; e um “Juca”, apontado agora por pessoas ligadas ao inquérito como sendo Dirceu. De acordo com essas fontes, o núcleo militar do golpe imaginava que o ex-ministro teria forte influência sobre Lula. No texto detalhando o plano, o general previa que não haveria “grande comoção nacional” pela morte de “Juca”. José Dirceu preferiu não comentar a informação. (Folha)
Por falar em trama golpista, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) ainda está avaliando como reagir à decisão da Primeira Turma do STF que, por unanimidade, manteve o processo contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin. Na semana passada, a Câmara aprovou por ampla maioria uma resolução trancando a ação, mas a Primeira Turma considerou a decisão inconstitucional, pois somente duas das cinco acusações seriam cobertas pela imunidade parlamentar. Segundo Bela Megale, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), quer que Motta recorra para levar o caso ao plenário do Supremo, mas o presidente da Câmara deve esperar o fim do prazo da votação eletrônica na Primeira Turma, previsto para hoje. Diante do potencial de crise entre os poderes, os ministros estão registrando seus votos por escrito, mesmo no plenário virtual. O objetivo é demonstrar a fundamentação legal da decisão e rebater previamente eventuais críticas. (Globo)