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Eles controlam sua vida… e você ainda ri disso

Você vai votar para presidente amanhã, mas não se iluda. Seu eleito não vai governar de fato. Como nenhum dirigente em qualquer país. Quem governa mesmo é Pentavirato, uma sociedade secreta, só que benfazeja, comandada por cinco notáveis e que rege os destinos do planeta desde o século 14. Seus cientistas aceleraram a cura da Peste, inventaram a esfera de rolamento e hoje estão a um passo de resolver as mudanças climáticas. Mas uma dissidência interna e a investigação de um jornalista podem botar todo esse trabalho a perder e, quem sabe, levar ao fim do mundo como o conhecemos.

Desnecessário dizer que nada disso é verdade. O Pentavirato é uma minissérie cômica em seis capítulos da Netflix, fruto da mente louca de Mike Myers, que já havia nos brindado com Austin Powers e outras criações. Ela já está na plataforma há alguns meses, mas segue como uma das melhores opções de comédia no catálogo, especialmente por mostrar que humor pode ser explícito e até um tanto rude sem cair na incorreção política.

Não é um erro dizer que a série é Mike Myers. Além de escrever e produzir, ele interpreta nada menos que os oito personagens principais masculinos, do repórter canadense decadente Ken Scarborough a um teórico da conspiração americano, passando por quatro dos cinco líderes do Pentavirato – e cada um é diferente do outro. Não é a primeira vez que ele faz isso, claro. No primeiro Austin Powers, de 1997, ele vivia o personagem título e seu antagonista, o muito mais divertido Dr. Evil — e foi acrescentando um novo papel em cada continuação.  Nesse aspecto, Myers nos remete ao lendário ator britânico Peter Sellers (1925-1980), célebre por viver múltiplos personagens em clássicos como Dr. Fantástico (trailer) e O Rato que Ruge (trailer).

Myers não é o único a brincar com caracterizações. É difícil reconhecer a comediante inglesa Jennifer Saunders, criadora e estrela da série Ab Fab, sob a pesada maquiagem de dois personagens. O elenco feminino é completado pela veterana Demi Mazar, de Os Bons Companheiros, e a novata Lydia West. Ambas estão ótimas, especialmente nos sotaques — de Nova Jersey e do Canadá, respectivamente.

E, como também é comum nos filmes de Myers, não faltam participações especiais, a começar pelo tradicional parceiro Rob Lowe, brilhando com Jeremy Irons, fazendo uma das melhores coleções de aberturas já apresentadas em séries.

Livre das amarras que os estúdios cinematográficos muitas vezes impõem, Myers leva ao paroxismo elementos que usou em outros trabalhos e manda para o espaço a quarta parede. Diante da profusão de palavrões numa cena em Nova York, a personagem Reilly Clayton (West) olha para a câmera e indaga “Como a Netflix dá espaço pra uma coisa assim?”, o que é a deixa para uma das mais anárquicas sequências de metalinguagem da comédia recente.

O mesmo recurso é usado em outra cena, quando a plataforma tenta censurar o que é praticamente um catálogo de falos. O resultado é ainda mais divertido para quem se lembra de como a ditadura brasileira procurou ocultar os genitais do filme Laranja Mecânica (trailer) com bolinhas pretas.

E, claro, há o Canadá, terra natal de Myers, que é quase um personagem em si, em permanente contraste caricatural com a rudeza e a violência dos EUA.

Enfim, se você ainda não viu O Pentavirato, veja. Vai constatar que humor pode ser casca grossa sem ser racista ou machis… O que foi isso? Quem está mexendo na porta? Não!

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Esqueça este texto. O Pentavirato não deve ser revelado.

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