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Mortes em ação policial no Rio já supera massacre do Carandiru

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O que parecia ser apenas mais um capítulo brutal da crescente violência do Rio de Janeiro se transformou em um momento histórico da brutalidade policial no Brasil. Quando o dia nasceu, mais corpos começaram a ser retirados das regiões de mata no entorno dos complexos do Alemão e da Penha, áreas da Zona Norte carioca controladas pelo Comando Vermelho. Ao final da manhã, dezenas de cadáveres aguardavam, enfileirados, para serem recolhidos ao Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. Quando a noite finalmente caiu sobre a Baía da Guanabara já se contavam 121 mortes, incluindo quatro agentes que participaram da mais violenta operação policial da história do Brasil. Até essa semana, policiais só haviam matado mais no Massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos em uma operação policial no antigo presídio da região Norte de São Paulo, em 1992. Os números, no entanto, não são definitivos e não há ainda dados concretos que comprovem que as vítimas eram, de fato, criminosos, de acordo com a defensoria pública do Rio. A estimativa é de que o número de vítimas pode passar de 130 pessoas. (UOL)

Independentemente do choque causado pela matança na Zona Norte carioca e das denúncias de abusos policiais desta terça-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro, comemorou o resultado obtido pela operação que deixou 119 pessoas mortas. “De vítimas lá só tivemos os policiais”, disse o governador, eleito na esteira da onda bolsonarista de 2018 que pregava uma ação mais violenta contra os criminosos das favelas cariocas. Castro deu a declaração em um encontro com governadores de direita por videoconferência. Entre eles estavam os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); e Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). (Globo)

Ainda sem saber exatamente como reagir, o governo federal enviou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para se encontrar com Castro. Depois de uma reunião no Palácio Guanabara, Lewandowski e Castro anunciaram a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado no estado. O núcleo será coordenado pelo secretário de Segurança, Victor Santos, e terá atuação conjunta entre forças estaduais e federais. O encontro discutiu ações contra o Comando Vermelho, além do uso do termo “narcoterrorismo” pelo governo fluminense e da possibilidade de solicitar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — algo que Castro disse não considerar necessário no momento. “O objetivo é tomar decisões rápidas, sem criar uma estrutura burocrática, até que a crise seja superada”, disse o ministro. Ele afirmou também que o escritório servirá como um embrião da PEC da Segurança Pública, que ainda será votada no Congresso. (g1)

O secretário de Polícia Militar, Marcelo Menezes, explicou que a megaoperação foi planejada com análise de informações de inteligência e de cenários por 60 dias. Os agentes utilizaram como estratégia a tática chamada de “muro do Bope”, no qual policiais entraram por outras áreas das favelas para cercar os traficantes e empurrá-los em direção à mata, uma conhecida rota de fuga. O objetivo, segundo ele, era levar o confronto para áreas desabitadas, evitando mortes de inocentes, ciente de que “a alta letalidade era previsível, mas não desejada”. (g1)

Mesmo assim, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, apresente informações detalhadas sobre a operação policial desta terça-feira nos complexos do Alemão e da Penha. Moraes assumiu a relatoria do caso de forma interina, já que o processo, anteriormente conduzido por Luís Roberto Barroso, está temporariamente sem relator. A ordem foi expedida no contexto da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que trata da letalidade policial no Rio de Janeiro. Embora o STF já tenha reconhecido parte do plano estadual de redução de mortes em ações policiais, a Corte impôs uma série de medidas estruturais e permanentes ao governo fluminense para controle da violência policial. (Estadão)

Já o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, admitiu nesta quarta-feira que a PM do Rio consultou a corporação sobre a possibilidade dos federais participarem da operação, mas a avaliação foi que não caberia a entrada da PF. “A partir da análise do planejamento operacional, nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse”, afirmou. O presidente Lula ficou irritado com a declaração de Rodrigues, mas decidiu não se pronunciar sobre a operação policial no Rio para evitar acirrar a disputa política e porque, como informa Vera Magalhães, pesquisas internas apontam apoio popular à ação da polícia. (Globo)

A Polícia Civil vai investigar os moradores que removeram os corpos da mata pelo crime de fraude processual. Além das mortes, dez menores foram apreendidos e 113 suspeitos foram presos, incluindo Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, apontado como o operador financeiro do Comando Vermelho no Complexo da Penha e braço direito de um dos chefes da facção. (CNN Brasil)

Em resposta às barricadas e interdições provocadas em diversas vias da cidade após a matança no Alemão e na Penha, dez integrantes da cúpula do Comando Vermelho, que estavam presos em Bangu 3, foram transferidos para um presídio de segurança máxima do estado, em Bangu 1. Eles são apontados como responsáveis por comandar, de dentro das cadeias, a retaliação sobre a operação policial. A transferência é provisória, até que os criminosos sejam levados para presídios federais. (g1)

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