Segurança reforçada e protestos marcam terceiro dia da COP30 em Belém
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A segurança precisou ser reforçada no terceiro dia da Cúpula do Clima da ONU (COP30), em Belém, após uma noite de protestos no Parque da Cidade, onde ocorre o evento. Soldados, bombeiros e policiais militares patrulhavam a área próxima à entrada na manhã desta quarta-feira, em meio a reparos na estrutura local. Manifestantes tentaram invadir a Zona Azul na noite anterior, onde acontecem as negociações, uma área restrita a delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada. Portando cassetetes e faixas, o grupo tentou forçar a entrada, enfrentando a segurança e deixando dois agentes feridos. O ato começou em área controlada pelo governo do estado do Pará, passando por um trecho sob gestão federal e terminando na Zona Azul, espaço gerenciado exclusivamente pela ONU, o que gerou uma troca de acusações entre os poderes e as Nações Unidas quanto à responsabilidade de ação. O episódio está sendo investigado pelas autoridades. (CNN Brasil)
Mesmo não sendo o principal responsável pela invasão na COP30, a confusão gerou uma situação delicada para o governo Lula. O Planalto se vê em uma encruzilhada, já que não quer condenar os manifestantes pelo ato, ao passo que membros influentes avaliam ser necessário um posicionamento oficial, para evitar que o episódio se repita e cause problemas maiores. Interlocutores próximos a Lula afirmam que o presidente ficou irritado com o ocorrido, demonstrando insatisfação e preocupação com a imagem do evento mundo afora. (UOL)
De maneira mais pacífica e simbólica, mais de 200 embarcações participaram de uma barqueata na manhã desta quarta-feira na Baía do Guajará, em Belém. O ato, que durou duas horas, fazia parte da Cúpula dos Povos, um evento paralelo à COP30, que reuniu cerca de 5 mil pessoas de 60 países em um manifesto pela Amazônia e pela justiça climática. Em defesa dos ribeirinhos, indígenas e quilombolas, os participantes seguravam cartazes com críticas ao avanço de grandes obras e projetos do agronegócio sobre os territórios desses povos, enquanto exigiam modos de vidas mais sustentáveis na região. (g1)
Apesar dos conflitos, a COP30 recebeu boas notícias nesta quarta-feira, com o BNDES anunciando o fechamento de acordos que somam R$ 20,86 bilhões com bancos de desenvolvimento da Europa, Japão e América Latina. Os recursos vão financiar projetos sustentáveis no Brasil em setores de energia renovável, mobilidade urbana, crédito a pequenas empresas e ações de combate às mudanças climáticas. O maior aporte foi do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que assinou um pacote de US$ 2,25 bilhões (R$ 11,93 bilhões) em três frentes: R$ 2,674 bilhões serão feitos via aporte no Fundo Clima, R$ 5,348 bilhões para projetos ambientais e outros R$ 4,011 bilhões destinados ao fomento da produtividade, geração de empregos e redução das desigualdades. (Valor)
Aliás, um estudo realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que mais de 90 países não sabem quanto investem em mitigação e adaptação às mudanças climáticas, e sete em cada dez nações não têm mecanismos adequados para monitorar o progresso em relação às metas climáticas. No Brasil, 17 das 24 capitais analisadas não estão se preparando para se recuperar de desastres causados pelas mudanças do clima. (UOL)
A Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou um relatório apontando crescimento contínuo da demanda por petróleo e riscos de elevação da temperatura média global bem acima do estabelecido pelo Acordo de Paris. Segundo o estudo, a demanda por petróleo atingirá 113 milhões de barris por dia em 2050, alta de 13% em relação a 2024. O governo brasileiro pretende debater na COP30 os critérios para implementar a transição energética deliberada na COP28, em Dubai. Mas enfrenta alguns obstáculos, como a ausência dos Estados Unidos, maiores produtores de petróleo do mundo, e a resistência de países africanos, que receiam sofrer prejuízos sociais com uma baixa produção. (Folha)
Para ler com calma. Além da ausência da delegação e do próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na COP30, muitos executivos de empresas americanas decidiram aderir ao boicote à conferência da ONU. Apesar de não se juntarem publicamente ao negacionismo climático, alguns deles sugeriram recentemente que o tema talvez não mereça tanta atenção quanto tem recebido. Os líderes das maiores companhias prometeram reduzir emissões de gases do efeito estufa na atmosfera e formaram coalizões para financiar a transição energética, mas nenhum dos maiores nomes compareceram ao evento em Belém. (New York Times)
Em homenagem à COP30, o IBGE divulgou nas redes uma nova versão do mapa-múndi com Belém e o estado do Pará no centro. (CNN Brasil)

























