Donald Trump é fascista?
Nesta noite começa a eleição presidencial americana. É isso que as primárias são, já. Em cada estado, um por um, os dois partidos, Republicano e Democrata, vão decidir quem é seu candidato para brigar pela Casa Branca na primeira terça-feira de novembro. O que as pesquisas dizem hoje é que o presidente Joe Biden vai novamente enfrentar o ex-presidente Donald Trump. Que ninguém se engane. Uma vitória de Trump não é apenas um problema para os Estados Unidos. Ele fortalece os movimentos de extrema direita em todo mundo.
Não precisa censurar as redes
Saiu um bom debate sobre a questão de como regular as plataformas digitais. Dentre as perguntas e provocações, algumas chamam atenção. É possível haver um algoritmo perfeito? Já houve um ambiente em que o debate sobre ideias foi realmente possível? É desejável controlar ideias radicais?
Como regular as redes
Com o primeiro aniversário do 8 de janeiro, voltamos a falar sobre regulação das grandes plataformas digitais. Se existe um consenso entre a maioria dos grupos políticos é de que há algumas pessoas com ideias muito erradas por aí. Alguns vão chamar de marxismo cultural. O que os professores ensinam aos nosso filhos precisa ser urgentemente controlado. Outros chamarão de fascismo. O discurso de ódio precisa ser urgentemente controlado. Como sociedade, parecemos estar dizendo que há ideias que precisam urgentemente ser controladas. O que não temos é um consenso a respeito de quais são essas ideias.
Quem não condena o golpismo?
Pois é. Há um ano houve uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Um golpe é um movimento que, usando a força, busca derrubar o regime constitucional para botar outra ordem institucional no lugar. Foi isto o 8 de Janeiro de 2023. Algumas milhares de pessoas se insurgiram contra o Estado brasileiro. Atacaram, especificamente, as sedes dos três poderes. QUeriam, daquele ato, um único resultado: que a eleição fosse revertida. Que o presidente mudasse. Golpe.
Se não houver Choquei, muda algo?
Não é preciso regulação para lidar com os estragos que o Choquei ou a Mynd8 criam — para estes casos, já temos todas as leis prontas. É preciso regulação para que o ambiente digital não estimule o surgimento de novos Choquei e Mynd8. Porque, hoje, saiu um, entra outra igual no lugar.
Choquei, Mynd8 e desinformação.
Vamos dissecar a história do Choquei? Do suicídio de Jéssica Canedo? Existem muitos vídeos por aqui, sendo distribuídos, que pretendem explicar como as peças da desinformação se encaixam. Muitos textos. A imprensa de extrema direita parece até em festa — descobriram um pedaço da máquina de desinformação de esquerda. O Choquei de fato era um veículo, até essa tragédia, que fazia parte da estratégia de comunicação do Palácio do Planalto. Alguns ligam o canal à Mynd8, uma agência de marketing digital, e sugerem assim que há uma grande máquina de desinformação, uma grande conspiração.
Viva o Povo Brasileiro
Hoje é quarta-feira, dia 20 de dezembro de 2023. Aí temos quinta, sexta, sábado e no domingo já é véspera de Natal. Mais uma semana, acaba. Eu vou tirar uns dias, então esse é o último Ponto de Partida de 2023. Fim de ano todos nós meio que olhamos pra trás, né? Olhamos pro todo. O que foi que deu certo, o que deu errado, quais as brigas que tivemos. Com quem a gente fez paz. E é disso que eu queria falar. Não sou uma pessoa religiosa. Não sou cristão. Mas estamos num país cristão e esta é uma época de comunhão. Eu sou brasileiro, então esse sentimento bate. De tudo que a gente perdeu nos últimos dez anos, a coisa mais preciosa foi a ideia de comunhão. Perdemos o sentido do todo.
O ano em que a democracia viveu
O ano está se aproximando de acabar. Temos mais duas semanas e pronto. Há um ano, exatamente um ano, o Brasil lidava com o silêncio de Jair Bolsonaro que não reconhecia sua derrota eleitoral. Vez por outra saíam do Palácio do Alvorada ou o general Augusto Heleno, ou o general Braga Netto, para dizerem para os aloprados ainda acampados à beira dos quartéis Brasil afora “aguenta aí”, “algo va acontecer”.
Em democracia, políticos não são inimigos
Muitos olham para políticos adversários se abraçando e percebem hipocrisia, jogo de cena ou o contrário — a ideia de que a rivalidade é que é fingida. Nem um, nem outro. A disputa de ideias, numa democracia, não deve se confundir com inimizade pessoal.
Aquele abraço do Moro em Dino
Uma série de fotografias mexeu com as redes, hoje de tarde. Foi o abraço caloroso que o senador Sérgio Moro deu no ministro da Justiça, Flávio Dino. Dino, claro, estava ali para ser sabatinado junto com Paulo Gonet. Gonet foi indicado pelo presidente Lula para assumir a procuradoria-geral da República e, Dino, para se tornar ministro do Supremo Tribunal Federal. Olha, podem ser adversários políticos mas o abraço e o sorriso são uma boa notícia. Quaisquer gestos de civilidade deste tipo são boa notícia. Quanto mais o Brasil assistir a cenas de adversários políticos conversando de forma amistosa, melhor.