Pobre que vota na direita
Vocês devem ter visto a pesquisa DataFolha que saiu sobre a eleição municipal em São Paulo, na semana passada. No final de junho teve uma parecida, da Quaest. Nada de surpreendente para quem está acompanhando a corrida. O prefeito Ricardo Nunes, do MDB, em primeiro, Guilherme Boulos do PSOL em segundo, o apresentador de tevê José Luiz Datena e o coach bolsonarista Pablo Marçal ameaçando chegar no segundo turno. Mas deixa eu chamar atenção para um ponto. Quem quer votar em Boulos? Eleitores de renda mais alta, eleitores sem religião, eleitores com maior índice de escolaridade. Quem tende a votar em Nunes? Menor renda, católicos e evangélicos, menos anos de escola.
Quem realmente ganhou na França e Reino Unido
Duas eleições muito surpreendentes aconteceram nesses últimos dias, no Reino Unido e na França. Estamos num ano eleitoral importante no mundo todo e poucas eleições têm a importância destas duas. O que aconteceu ali? Porque entender essas duas eleições também ajuda a entender essa ideia de grupos políticos democráticos e grupos políticos extremistas disputando o espaço político no Ocidente.
Censura! Censura!
Agora, explica isso melhor: por que quando é de direita é intolerável, mas a esquerda pode tudo? O que faz a direita atual tão diferente assim? E, por falar nisso, por que não defender a esquerda sempre?
Dólar e Roberto, Galípolo e Lula
Gabriel Galípolo, se for ele mesmo o próximo presidente do Banco Central, e tudo indica que será, vai ter um trabalho gigante pela frente. O trabalho maior não vai ser o de cuidar de política monetária, garantir que a inflação esteja na meta, produzir sistemas como o PIX e DREX ou ter certeza de que os bancos estão funcionando direito. Essas coisas todas são muito importantes, deveriam ser o foco essencial de todo banqueiro central, só que no caso do Brasil não basta. É preciso institucionalizar o Banco Central. Criar algo que Roberto Campos Neto não deu conta de criar: o jeito de se conduzir no cargo. E isso abre um flanco de críticas que vai muito além do trabalho técnico muito competente que o BC vem executado.
Trump, Le Pen e o risco do Brasil
Se você é brasileiro, devia estar preocupado com a política do mundo. Muito preocupado.
O STF está certo sobre maconha
O presidente Lula, na entrevista que deu ao UOL hoje, disse o seguinte. Abre aspas:
O buraco em que o Brasil está
Quais são as grandes pautas políticas desses últimos dias? Teve o PL do Aborto, evidentemente. Houve o presidente Lula reclamando do tamanho da renúncia fiscal à qual o governo se submete. E, claro, vamos jogar na colcha de retalhos o fim da greve das universidades federais. Vamos amarrar as três numa só?
O que a Bíblia fala de aborto
Qual a participação de brasileiros conservadores em frustrar os planos da extrema direita de prender vítimas de estupro que abortam após 22 semanas? O que, afinal, pensavam os escritores do Velho Testamento sobre aborto? E ainda: o Banco Central é mesmo técnico?
PL do Aborto: há conversa com a direita
Ninguém esperava o que aconteceu ontem. De repente, sem anúncio prévio, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira convocou os líderes de partido para se enfileirarem atrás dele e fez um anúncio à nação. Disse que o projeto de lei que equipara aborto após a vigésima segunda semana a homicídio não vai ser votado em urgência, que sua intenção sempre foi de que os debates na Câmara fossem tocados com toda a transparência perante a sociedade. Disse, ainda, que em agosto, com muita calma, vai organizar uma comissão na Casa para fazer o debate. Foi além, tá? Afirmou que nada, nesse projeto, vai “retroagir direitos já garantidos e nada vai avançar que traga qualquer dano às mulheres”.
Os reacionários erraram no aborto
O projeto de lei que manda prender quem faz aborto após a vigésima segunda semana não é um projeto de lei contra mulheres. Eu sei que parece, mas não é.