Povo na rua complica anistia

Na melhor das hipóteses, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, a relação Trump-Lula tem que permanecer inalterada, porque se Trump melhorar um pouquinho que seja a relação com o Brasil, Bolsonaro tem o risco de perder um de seus - senão o único - aliado real. No Ponto de Partida React, desta sexta-feira (26), Yasmim Restum e Pedro Doria conversam sobre o preço do PL da Anistia e da PEC da Blindagem e da repercussão da louvável celebração da nossa democracia nas manifestações do último domingo, dia 21, com Caetano, Gil, Chico e Marina Sena, Os Garotin e tantos outros artistas chamando o povo pras ruas. Yasmim Restum e Pedro Doria te guiam nessa jornada com uma seleção dos comentários que vocês enviam nas redes sociais e canais do Meio. Para participar, comente nos vídeos do Ponto de Partida de segunda ou quarta. Assista em vídeo no Youtube, e acompanhe em áudio no seu tocador de podcasts preferido.
Trump ferrou muito Bolsonaro

Olha, Bolsonaro se ferrou muito com Donald Trump. Muito. Eu sei, eu sei, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo estão desesperados, nas redes sociais deles, dizendo que é tática de negociação, que Trump quer humilhar Lula e tudo o mais. E, olha, eles podem estar certos. O problema é o seguinte: eles não sabem. E, nesta toada, eu tenho aqui uma pesquisa nova, uma pesquisa inédita do Instituto Ideia feita a pedido da gente, aqui no Meio. Uma pesquisa que tenta responder à seguinte pergunta: o que diferencia a direita bolsonarista da direita não-bolsonarista, no Brasil. Porque entender isso é chave para qualquer político de direita se posicionar, pragmaticamente, hoje.
O preço da anistia

O Brasil deve um bocado a Caetano, Gil, Chico, Djavan, Marina e os muitos outros grandes artistas que se dispuseram a estar, domingo, embaixo do Sol, celebrando nossa democracia. Porque esse pessoal ajudou a acordar o país, tá?
PEC da Blindagem une o Brasil?

Enquanto todo mundo fala de Charlie Kirk e anistia na internet brasileira, no Ponto de Partida desta sexta-feira (19), Yasmim Restum e Pedro Doria conversam sobre a presepada da PEC da Blindagem da Câmara dos Deputados - que é o bote armado para eles ficarem no poder e não enfrentarem a justiça. Seja você de direita, esquerda ou de onde for, esse Projeto de Emenda à Constituição recém-aprovado na Câmara e que agora segue para o Senado, mexe com os seus direitos e tá colocando o PL da anistia como moeda de troca e faz parte de um jogo político mais complexo do que imaginamos. Yasmim Restum e Pedro Doria te guiam nessa jornada com uma seleção dos comentários que vocês enviam nas redes sociais e canais do Meio. Participe! Assista em vídeo no Youtube, e acompanhe em áudio no seu tocador de podcasts preferido.
Os deputados querem te enganar

Eles, os deputados federais, estão enganando vocês. Todos vocês. É um jogo de prestidigitação. Puro ilusionismo, o truque dos mágicos. Enquanto você presta atenção no que essa mão está fazendo, a outra põe o coelho na cartola, separa a carta do baralho, esconde a moeda que vai desaparecer como por encanto. Não tem nada de mágica. É truque de ilusão. A nossa divisão, o nosso tribalismo, o amarelos contra vermelhos, é a ferramenta que eles usam para desmontar a democracia de um outro jeito.
A sacada do voto de Alexandre

O ministro Alexandre de Moraes escolheu não se concentrar tanto no 8 de Janeiro ou na emboscada que kids pretos fizeram contra ele. Mas foi didático e pormenorizou diversos episódios que, juntos, mostram como a trama golpista se deu. E, numa estratégia inteligente, relacionou a live que a denúncia apresenta como momento inaugural do golpe com o discurso dos detidos no 8 de janeiro para mostrar como a trama teve começo, meio e fim — e como seu líder era Jair Bolsonaro.
Anistia e a crise na direita

Tem um jogo muito importante acontecendo em Brasília que é opaco, pouco claro. É o jogo da direita. É o jogo de Tarcísio de Freitas e dos outros governadores que querem o Planalto, é o jogo do Centrão e da bancada bolsonarista. É o jogo da família Bolsonaro. Do desembarque do União Progressista do governo. Da anistia, da PEC da Blindagem, da revolta na Câmara, da tentativa de avançar contra o Banco Central, da fragilidade do presidente da Câmara Hugo Motta. Do julgamento de Bolsonaro à movimentação de Tarcisio pela anistia à eleição de 2026, tudo tem a ver com esse jogo. É um jogo no qual os próprios envolvidos estão fazendo apostas sem muita certeza do que é melhor para eles no médio e longo prazo. Mas não tem jeito, porque chegamos num ponto em que apostas precisam ser feitas.
Anistia é traição da pátria

Tarcisio de Freitas quer dar anistia a Jair Bolsonaro. Está prometendo para quem quiser ouvir. Isto é traição à democracia. Não por um princípio de esquerda, tá? Por um princípio liberal.
Escolha difícil pra quem?
No Ponto de Partida desta sexta-feira (29), com curadoria e apresentação de Yasmim Restum, Pedro Doria responde aos questionamentos de vocês acerca de uma das grandes dificuldades do contexto político atual: para onde vai o eleitorado que nunca se sentiu totalmente representado.
Uma escolha muito difícil

Em 2018, talvez um dos principais ícones da revolta na esquerda com a eleição de Jair Bolsonaro tenha sido um editorial, no Estadão, cujo título era “Uma escolha muito difícil”. Deixa eu, de saída, dizer uma coisa aqui: não vejo qualquer dificuldade de escolher quem tem caráter entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Haddad é um camarada de quem posso discordar em vários pontos políticos mas é inteligente e é íntegro, que é exatamente o que esperamos de homens públicos. Jair Bolsonaro não é inteligente, não é íntegro, é dado à violência, à irracionalidade, não tem qualquer método para tomada de decisão, sequer entende que governantes deveriam ter métodos para tomar decisão. É um sujeito que elogiava a ditadura. Que homenageava torturadores e milicianos. Pior do que isso, queria muito ser ditador. A gente escapou.