Anistia e a crise na direita

Tem um jogo muito importante acontecendo em Brasília que é opaco, pouco claro. É o jogo da direita. É o jogo de Tarcísio de Freitas e dos outros governadores que querem o Planalto, é o jogo do Centrão e da bancada bolsonarista. É o jogo da família Bolsonaro. Do desembarque do União Progressista do governo. Da anistia, da PEC da Blindagem, da revolta na Câmara, da tentativa de avançar contra o Banco Central, da fragilidade do presidente da Câmara Hugo Motta. Do julgamento de Bolsonaro à movimentação de Tarcisio pela anistia à eleição de 2026, tudo tem a ver com esse jogo. É um jogo no qual os próprios envolvidos estão fazendo apostas sem muita certeza do que é melhor para eles no médio e longo prazo. Mas não tem jeito, porque chegamos num ponto em que apostas precisam ser feitas.
Anistia é traição da pátria

Tarcisio de Freitas quer dar anistia a Jair Bolsonaro. Está prometendo para quem quiser ouvir. Isto é traição à democracia. Não por um princípio de esquerda, tá? Por um princípio liberal.
Escolha difícil pra quem?
No Ponto de Partida desta sexta-feira (29), com curadoria e apresentação de Yasmim Restum, Pedro Doria responde aos questionamentos de vocês acerca de uma das grandes dificuldades do contexto político atual: para onde vai o eleitorado que nunca se sentiu totalmente representado.
Uma escolha muito difícil

Em 2018, talvez um dos principais ícones da revolta na esquerda com a eleição de Jair Bolsonaro tenha sido um editorial, no Estadão, cujo título era “Uma escolha muito difícil”. Deixa eu, de saída, dizer uma coisa aqui: não vejo qualquer dificuldade de escolher quem tem caráter entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Haddad é um camarada de quem posso discordar em vários pontos políticos mas é inteligente e é íntegro, que é exatamente o que esperamos de homens públicos. Jair Bolsonaro não é inteligente, não é íntegro, é dado à violência, à irracionalidade, não tem qualquer método para tomada de decisão, sequer entende que governantes deveriam ter métodos para tomar decisão. É um sujeito que elogiava a ditadura. Que homenageava torturadores e milicianos. Pior do que isso, queria muito ser ditador. A gente escapou.
Está pintando Lula x Tarcísio

É interessante demais a pesquisa Quaest que saiu hoje cedo: 55% acham que a prisão de Bolsonaro é justa, 38% acham que não é. Entre o final de julho e o princípio de agosto, uma linha importante foi cruzada. Segundo Ideia, Quaest, Datafolha, Ipsos-Ipec e Atlas, Jair Bolsonaro não é mais o candidato mais forte da direita no segundo turno.
Tipos de democracias & cenários para 2026

No Ponto de Partida desta sexta-feira (22), Yasmim Restum e Pedro Doria revisitam as regras do jogo liberal democrático. Entre comparações dos tipos de democracia, Pedro conta sobre o surgimento desse regime e explica suas afinidades com o liberalismo.
Lula está no jogo. Por pouco

A um ano de campanha eleitoral, o que a história da Nova República nos ensina sobre essa relação entre a aprovação de um presidente e suas chances de se reeleger? Porque, gente, deixa eu contar uma coisa pra vocês: em Brasília e em cada capital com governador pré-candidato, é só nisso que todo mundo está pensando. No Palácio do Planalto.
O que Trump e Putin querem

Esta nossa conversa de hoje é sobre Donald Trump, é sobre Vladimir Putin e é sobre Volodomyr Zelensky. É também, claro, sobre o premiê alemão Friedrich Merz, o britânico Keir Starmer, a italiana Giorgia Meloni, o presidente francês Emmanuel Macron, a presidente da Comunidade Europeia Ursula von der Leyen e o secretário geral da OTAN, Mark Rutte. Todo mundo em Washington, hoje. De um lado, Trump e Putin. Não porque necessariamente chegarão a um acordo, mas porque estão tentando construir um novo mundo. Do outro, a Europa. Que tenta, essencialmente, manter vivo o ideal liberal.
Respondendo ao hate

No Ponto de Partida desta sexta-feira (15), Yasmim Restum e Pedro Doria conversam sobre a tragédia humanitária em Gaza, onde a fome atinge níveis catastróficos. A urgência de um cessar-fogo é um apelo que ecoa internacionalmente, enquanto Israel é acusado de inúmeros crimes de guerra.
É hora de Israel parar

Acho que vale voltarmos a falar sobre Israel. Pelo seguinte: eu queria reagir à carta aberta do Bono Fox, vocalista do U2. É uma carta clara, com um argumento bem estruturado, muito informada e principalmente corajosa. A esquerda anti-Israel odiou e a turma que defende o governo Netanyahu odiou. No ambiente atual das redes, em que poucas vozes fora destes dois campos conseguem aparecer, é uma bênção. Mas eu queria reagir, também, a uma carta aberta escrita para mim pela turma do Hasbará Brasil no último dia 31 de julho.