Ponto de Partida

Esteja você na direita ou na esquerda, comece por aqui. Pedro Doria explica didaticamente o início, o fim e o meio da política nacional.

Segundas, quartas e sextas, sempre ao final do dia.

O tamanho do Bolsonarismo

Muita gente nas redes de esquerda está fazendo pouco da grande manifestação que o bolsonarismo promoveu no domingo. Isso é um erro que pode ser muito grave.

Paz entre Israel e Palestina

Hoje é sexta-feira, dia de responder os comentários de vocês. No programa de hoje, Pedro Doria faz um importante retrospecto histórico sobre o conflito Israel-Palestina.

Bolsonarismo em semana de alta

Ontem, quando já era tarde da noite, o Senado aprovou um projeto de lei que limita muito as saídas temporárias de presos no Brasil. Projeto relatado por Flávio Bolsonaro, tá? E é importante a gente entender o que aconteceu ali por um motivo que vai muito além do debate sobre segurança pública. O que o Senado mostrou, ontem, é o tamanho do peso do voto de direita, do voto conservador, no cenário político do Brasil. Porque, dos 81 senadores, 62 votaram a favor, dois votaram contra, e o resto preferiu não dar as caras.

Lula não entendeu quem foi Hitler

Existe um motivo pelo qual nunca nenhum político responsável, nenhum diplomata, jamais compara qualquer ato que esteja ocorrendo com o Holocausto. É porque nada se compara com o Holocausto. Nem genocídios unanimamente considerados genocídios por todos os lados, como o do Camboja durante o governo Pol Pot, nem estes são comparados com o Holocausto.

A imprensa é socialista?

De onde vem a ideia de que socialismo só existe em ditaduras? Ainda: Trump nos EUA afeta o Brasil? Você é ateu? E quem ganhou o Brasileiro de 1987?

Os generais cometeram algum crime?

Há um debate no mundo jurídico: planejar um golpe está tipificado como crime? O que quer dizer ‘tentar’ um golpe como estabelece a lei?

Como se faz um golpe

Foi golpe. Até ontem, a quarta-feira sete de fevereiro de 2024, poderíamos discutir semântica. Se as pessoas sabiam o que estavam fazendo, o quanto a depredação dos palácios dos três poderes são violência contra o patrimônio ou tentativa de derrubar o Estado Democrático de Direito. Poderíamos pegar a minuta do golpe, encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, e dizer que aquilo foi um desmiolado qualquer do terceiro escalão que fez. Poderíamos dar toda sorte de desculpas para quando os generais Augusto Heleno e Braga Netto deixavam o Palácio do Alvorada dizendo pras pessoas aguentarem firme, que coisa boa vinha aí.

Com amor, Toffoli e Lira

A Lava Jato foi um problema, não só em Curitiba, mas principalmente em Curitiba. Foi um problema porque, ali, o juiz Sérgio Moro e os procuradores liderados por Deltan Dallagnol escolheram que teriam um alvo político específico para além da investigação criminal. O PowerPoint virou meme da internet por não ser possível sustentar com provas aquele bando de círculos apontando pra Lula como líder de uma quadrilha. A condenação do presidente é questionada por um sem número de advogados do ramo. E aí tem os detalhes mais sórdidos, né? A delação que não fica de pé do ex-ministro Antonio Palocci divulgada sem motivo aparente às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018. Com cara, com jeito, com cheiro de jogada política para influir nas urnas. E tudo ficou muito mais feio quando dias após a vitória de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro aceitou de bom grado deixar a carreira na magistratura para assumir como seu ministro da Justiça.

Bolsonaro, candidato em 26

A extrema direita tem um problema. Jair Bolsonaro é imensamente popular, no nível se as eleições fossem hoje, batia de frente com Lula tendo chances de ganhar. Só que Bolsonaro foi tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral. A turma do PL, do seu partido, já começou a testar nomes com pesquisas. Já andou circulando o nome do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas. Da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Mas nenhum desses nomes realmente decola. Ninguém tem o carisma de Bolsonaro.
Se você acha estranha a ideia de atribuir carisma a Bolsonaro, deve ser porque andou por Marte nos últimos anos. Só dois líderes políticos no Brasil são capazes de atrair multidões para as ruas. Nos últimos anos, o que leva multidões maiores é Bolsonaro. O fato é que vivemos aquilo que o jornalista Thomas Traumann e o cientista político Felipe Nunes chamam de calcificação política. As pessoas estão congeladas onde estavam e tem um pedacinho pequeno que pode ir prum lado ou pro outro. É uma polarização afetiva. Não há qualquer indício de que isso vá mudar até 2026.

Liberal não é isso aí, não

Hoje Pedro estava de bom humor ao responder os haters — e teve de tudo. Gente que o considera comunista, gente que acha que a ditadura não perseguiu artistas, gente que o considera canhoto. (É destro. Bem incapaz com a mão esquerda.)