Governo quer Eletrobrás pulverizada — e reforma política empaca

As ações da Eletrobrás chegaram a subir mais de 50%, aumentando em R$ 9 bilhões seu valor de mercado, após o anúncio de privatização. O governo pretende impor limites aos futuros acionistas, com a intenção de pulverizar o controle. (Folha)

Vinicius Torres Freire: “A propriedade estatal de usinas e distribuidoras de eletricidade não tem resultado em benefícios para o público faz mais de três décadas. Privatização também pode dar em besteira, em apropriação de bens públicos e rendas, entre outros. O dinheiro que investidores vão gastar na compra das estatais vai faltar para o investimento em expansão da capacidade? Parece uma pergunta colegial, mas nos anos 1990 ocorreu assim. Eventuais ganhos de eficiência serão repassados ao público? A regulação e o planejamento vão funcionar? Serão repensados ou a venda das imensas estatais elétricas será feita à matroca, no desespero, um quebra-galho para a dívida pública e problemas mais imediatos de governo?” (Folha)

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Os deputados continuam sem se entender a respeito da reforma política — e, mais uma vez, o dia terminou na Câmara sem qualquer voto. Rodrigo Maia tentou dividir o pacote para votar tema a tema, mas PT e oposição se puseram contra. Não há acordo sobre o conjunto, mas o presidente da Casa tem esperança de conseguir consenso dividindo. Deseja votar primeiro o sistema do Distritão para 2018, depois o fundo de financiamento de campanha e, por fim, a implantação do sistema Distrital Misto a partir de 2022. O PT é contra o distritão, mas quer o financiamento público. (Globo)

Para ler com calma: Fernando Rodrigues, diretor do Poder360, mergulha numa análise de fácil leitura, embora profunda, sobre a reforma política. No caminho, constrói alguns argumentos. O mais importante é o de que não há sistema eleitoral perfeito. Mas os que melhor funcionam são aqueles que mudam muito pouco. Após algumas décadas, o eleitor se habitua com o modelo e aprende a usá-lo a seu favor na hora do voto. O jornalista questiona, também, a ideia de que o brasileiro não tem tradição de doar para políticos. Tradição, afirma, se cria. Os políticos brasileiros é que são preguiçosos. Ele aponta ainda o grande debate ausente nas conversas sobre reforma política: é que, na eleição da Câmara, o conceito de para cada pessoa, um voto. Se o número de deputados fosse dividido pelo de eleitores, São Paulo deveria ter 115 representantes, e o Acre, dois. Mas SP tem 70, e o Acre, oito. Ou seja, voto de um eleitor nuns estados tem maior peso do que noutros.

Foi assinada ontem a delação premiada do doleiro Lucio Funaro. A expectativa é de que os novos depoimentos e provas devem envolver mais ainda o presidente Michel Temer — além de outros políticos, quase todos do PMDB. Segundo fonte ouvida por Matheus Leitão, o acordo se mostrará um dos mais importantes negociados pelo MPF desde o início da Lava Jato.

Aliás... O ex-presidente Fernando Collor se tornou réu da Lava Jato por votação unânime da Segunda Turma do Supremo. Ele responderá pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Teria recebido mais de R$ 29 milhões em propina. (Estadão)

Diga-se... Raquel Dodge, sucessora de Janot, anunciou sua equipe. O grupo que comanda a Lava Jato será substituído. Assumirão o caso Raquel Branquinho, que tocará o flanco jurídico, e a dupla José Alfredo de Paula Silva e Alexandre Espinosa, responsáveis pelo lado operacional. Alfredo e Branquinho trabalharam no Mensalão; ele ocupou-se também da Operação Zelotes. Todos têm experiência em combate à corrupção. (Globo)

A ministra Cármen Lúcia poderia enviar para o arquivo o pedido de suspeição elaborado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Gilmar Mendes. Dificilmente o fará. Pode, então, submeter a questão ao plenário do Supremo. Nunca aconteceu. E, segundo o regimento interno, este tipo de sessão é secreta.

E... Gilmar soltou mais três ligados à corrupção dos ônibus cariocas. (Globo)

Foram mais de dez horas de julgamento e, esta madrugada, o Tribunal de Justiça mineiro confirmou a condenação do ex-governador tucano Eduardo Azeredo, acusado de desviar dinheiro de estatais. A pena foi reduzida em nove meses para 20 anos e um mês. Azeredo ainda tem direito a recursos no próprio TJ — quando estes terminarem, em mantida a decisão, o político será preso. (Estadão)

Na Folha de ontem, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles especulava sobre política. “Acredito que uma mensagem reformista deve ganhar”, disse, referindo-se à eleição presidencial. “A posição populista deu resultado negativo.” Na sequência, o repórter Bruno Filippo cravou na Piauí: filiado ao PSD, Meirelles é candidato ao cargo. Ou ao menos está tentando ser. Em julho, pediu apoio ao prefeito carioca Marcelo Crivella. “Comigo será mais fácil negociar as dívidas de estados e municípios”, prometeu.

Cultura

O disco novo de Chico Buarque, Caravanas, é comentado faixa a faixa pelo repórter de música Leonardo Lichote, no Globo. O álbum será lançado na sexta-feira, e até agora apenas uma música, Tua Cantiga, foi liberada ao público. Causou polêmica pelos versos “largo mulher e filhos” que fizeram Chico ser apontado como machista. Para além do causo, sobre a música em si, escreve o jornalista: “Sob aparente simplicidade, se esconde uma canção sofisticada poeticamente”.

Ainda Caravanas: na Folha, o disco ganhou cotação máxima da crítica. Trecho da resenha: “A reclamação que o disco pode gerar é ser curto, com apenas nove faixas. Chico costumava lançar álbuns com 12 canções. Mas a força do pacote vem para confirmar aos adoradores e alertar aos detratores que Chico está muito vivo e atento”.

Antes que Game of Thrones acabe (o último episódio da sétima temporada vai ao ar no domingo), o El País explora o relatório de buscas sobre a série no Google, para saber o que as pesquisas revelam sobre os fãs da produção. A julgar pelos dados, pode-se afirmar que, sobretudo, eles são seres ansiosos. A busca mais realizada é: “Quando GoT volta?”, feita, obviamente, quando a série não está no ar.

Falando nisso… o diretor da produção da HBO explicou o que chamou de ‘timing confuso’ do último episódio, algo que rendeu críticas negativas à atração.

Enquanto isso, na Netflix… uma terceira temporada de Stranger Things foi confirmada.

Aliás... A empresa divulgou pesquisa, digamos, em causa própria. Defende que suas produções originais levam espectadores a buscar gêneros que pouco exploravam ou até desconheciam. Exemplo: diz o estudo que oito entre dez assinantes que assistem às séries da Marvel na plataforma "não eram familiarizados" com produções criadas a partir de HQ's até conhecerem os produtos da Netflix. 

Dos mais prestigiados curadores de arte do mundo, Hans Ulrich Obrist vem ao Brasil na próxima semana, antecipa Silas Martí, na Folha. O suíço, nome frequente nas listas dos mais influentes do mundo da arte, quer fazer mais entrevistas com artistas daqui, para finalizar seu livro Entrevistas Brasileiras. O tomo sairá pela Cobogó, mesma editora que lançou no Brasil a célebre coleção de livros de entrevistas feitas por Obrist com artistas internacionais.

   

Viver

A maconha que a maioria dos brasileiros fuma é prensada, marrom e cheira mal, muitíssimo diferente da planta que dá origem ao produto final. Para explicar como nasce o ‘prensado’, a reportagem da Pública passou 15 dias entre plantadores de maconha no Paraguai e descreve em detalhes a produção, do plantio à prensagem, momento, aliás, dos mais importantes. Diz o texto: “Existe um sentimento de que a maconha só passa a ser ‘droga’ e ter algum valor após a prensa. A maconha em forma de flor é abundante, é dada aos porcos, atirada em fogueiras, você caminha pisoteando maconha. Até a prensa; depois dela ninguém mais toca na maconha, tudo é contadinho”.

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“Está em construção em Campinas um grande acelerador de partículas que nasce com expectativa de desbravar terrenos desconhecidos. Trata-se do Sirius, o mais grandioso e mais sofisticado equipamento científico já construído no Brasil e uma das melhores máquinas do mundo em seu gênero”, escreve Bernardo Esteves, em artigo na piauí. Sirius, diz um físico à revista, poderá fazer o Brasil “assumir a liderança na nova ciência”. Bancado pelo governo, o projeto é tocado em meio à crise, em tempos de cortes de recursos para pesquisas científicas. Foi orçado em R$ 1,8 bilhão. E ainda precisa de mais R$ 1,2 bilhão. via Pioneiros

   

Eternamente jovens. É como seremos, segundo o PhD em biologia Aubrey de Grey. O cientista inglês se dedica ao tema do antienvelhecimento há 15 anos e afirma: viveremos por séculos, e sem os dramas do envelhecimento. Em palestra no Brasil e em entrevista à revista Super Interessante, ele assegurou que já existem tecnologias para cortar os males da velhice pela raiz, por meio de alterações genéticas ou do uso de células-tronco, por exemplo. O que falta, segundo ele, é financiamento para as pesquisas.

Cotidiano Digital

Steve Wozniak, o outro Steve fundador da Apple, estará na Campus Party 2018, no Anhembi, entre 30 de janeiro e 4 de fevereiro. É a segunda participação dele no evento. A primeira foi em 2011, quando, aliás, um tanto visionário, Wozniak já falava de celulares com reconhecimento de voz. via Pioneiros

Ainda ele: uma das raras unidades existentes do Apple I, primeiro computador da empresa e todo projetado por Wozniak, será leiloado em setembro.

Poucos perceberam, mas recentemente o Medium trocou seu botão de curtir por um botão de aplausos, no qual se pode clicar várias vezes, de acordo com o entusiasmo ante o texto em questão. Não é, claro, um simples botão. A ferramenta é parte da nova estratégia da empresa para criar um modelo de assinatura, que vem sendo implantado aos poucos. Por ora, só alguns autores independentes e publicações (selecionados pelo Medium) têm permissão para publicar textos fechados, exclusivos para os assinantes do serviço. O botão vai balizar o pagamento dos autores, ou seja, quanto mais 'aplausos' recebe um texto, maior é a remuneração.

Seria o Spotify o alvo da Apple — e de seu investimento de US$ 1 bilhão para produzir conteúdos originais em vídeo? É o que especulam analistas financeiros a partir de tal valor — significativamente menor do que Netflix, Amazon e HBO investem anualmente em produções originais. A especulação em torno do Spotify surgiu do fato de a Apple ter alocado investimento dentro da Apple Music, sugerindo que seu foco é o negócio da música, e não uma disputa Netflix, como já se aventou. Agora, o que se comenta é que a Apple quer se diferenciar de seu principal concorrente de streaming, Como? Oferecendo conteúdo audiovisual.

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