Reforma política virou impasse

Reunidos na Câmara, os deputados federais decidiram tirar do texto da reforma política o valor fixo para o fundo público que financiaria a reforma eleitoral. Estava previsto reservar 0,5% da receita corrente líquida do governo — hoje, R$ 3,6 bilhões. O projeto ainda determina que o Estado financie a campanha, mas não estabelece mais valor. E esta foi a única decisão que tomaram. Ainda não há consenso sobre quais as regras para eleger deputados, ou sobre qual o novo sistema de governo. (Globo)

Eles têm prazo: se os textos não forem aprovados até o início de outubro por Câmara e Senado, não valerão para o ano que vem. (Globo)

José Roberto de Toledo: “Alterar sistema de governo, fórmula eleitoral e financiamento de campanha, tudo ao mesmo tempo agora, não é jeito de aprimorar nada. É dissimulação: propõe-se o conserto do que não está quebrado enquanto decide-se o que importa em noitadas no Jaburu. O que está quebrado no sistema político brasileiro são os partidos: a facilidade com que podem ser criados, as muitas regalias que proporcionam, o obscurantismo de suas prestações de contas, o absolutismo de seus morubixabas e a falta de diversidade de suas estruturas. Não à toa, são as instituições mais mal vistas entre todas as avaliadas pela opinião pública.” (Estadão)

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O procurador geral da República, Rodrigo Janot, trabalha para apresentar a segunda denúncia contra Michel Temer antes do fim de seu mandato, em 17 de setembro. Segundo Jaílton de Carvalho, ele levará em conta informações que vêm da delação já firmada, mas ainda não homologada pelo Supremo, do doleiro Lúcio Funaro. (Globo)

Mas... Segundo fonte ouvida por Helena Chagas, Temer e Gilmar não discutem sistema de governo quando se trancam solitários no Planalto ou Jaburu. Buscam um jeito de estender o foro privilegiado do presidente quando ele deixar o Planalto. Se não o fizerem, em 1º de janeiro de 2019 Temer estará nas mãos de Sérgio Moro. Um jeito é incluir na reforma política a prerrogativa de foro para todos os ex-presidentes. O outro, arranjar uma maneira de permitir que ele dispute o cargo de deputado federal sem que precise deixar o atual cargo.

E aconteceu Gilmar Mendes. De novo. O empresário Vicente de Paula Oliveira foi condenado por crime contra a ordem tributária na segunda instância e os desembargadores mandaram prendê-lo. É assim que tem sido desde 2016. Antes, que podia pagar advogado bom tinha acesso a recursos infinitos nas várias instâncias, postergando para sempre a cadeia. A defesa do réu recorreu ao TJ, perdeu. Ao STJ, perdeu. Bateu em Gilmar, ele mandou soltá-lo até que seu recurso seja ouvido em terceira instância. E assim abre uma brecha para que tudo volte ao que era. (Jota)

Outro jeito de proteger Temer de Moro.

Enquanto isso, Márcio Bonilho e Waldomiro de Oliveira, empresários, estão a caminho da cadeia. São os primeiros dois réus condenados em segunda instância pela Lava Jato que passarão a cumprir pena por conta da decisão do STF. Enquanto as regras não voltam a ser como eram. (Globo)

Aliás... O Ministério Público pediu ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, que prenda novamente o ex-presidente do Detro-RJ Rogério Onofre. É um dos homens soltos pelo ministro Gilmar Mendes nos últimos dias. Posto em liberdade, tratou de ameaçar de morte dois outros investigados por conta de dívida que ele cobra. Onofre fez duras ameaças em pessoa e sentiu-se tranquilo o suficiente para confirma-la num áudio enviado por WhatsApp. (Estadão)

Lula desfilou com Renan Calheiros e seu filho, o governador alagoano Renan Filho, pelo estado. Os três em campanha. A turma do Aos Fatos checou o discurso do senador. Calheiros pai afirmou que o atual governo cortou o Bolsa Família. No mínimo, é um exagero.

Não que seja surpresa, mas o governador paulista Geraldo Alckmin admitiu que pretende concorrer ao Planalto pelo PSDB, em 2018. Ele o fez via Twitter, em vídeo, quando respondia à pergunta de um eleitor.

Não é o único. O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, gostaria de presidir também a República. Quem conta é Lauro Jardim. (Globo)

José Paulo Kupfer, sobre a Eletrobrás: “É só olhar para o setor de telecomunicações, privatizado lá atrás, para entender as dificuldades de desenhar e executar uma privatização virtuosa em serviços essenciais. A expansão espetacular do mercado de telefonia, com vasto alcance de consumidores, inclusive os de renda baixa, não se traduziu em tarifas suficientes baratas e excelência nos serviços oferecidos. A privatização também não evitou graves problemas administrativos, item em que se destaca o caso da Oi, que acumulou montanhas de dívidas e prejuízos, que a levaram ao maior processo de recuperação judicial da história brasileira.” (Globo)

Cultura

Warner Bros e DC Comics trabalham num filme sobre o Coringa, o eterno vilão de Batman. O longa será produzido por Martin Scorsese, mas terá como diretor Todd Phillips, de Se Beber, Não Case. Ainda não se sabe a que ator caberá o papel principal.

Como já é de praxe, Chico Buarque recusou-se a dar entrevistas, mesmo às vésperas do lançamento de seu novo álbum, Caravanas, que chega ao público amanhã. O cantor de 73 anos, por outro lado, liberou um texto com as referências de cada canção do disco. Incluem de Shakespeare e Camus a Bach e Duke Ellington. (Globo)

Um Banksy desconhecido deve ser revelado ao público em outubro. Estava escondido sob uma parede de tijolos, num prédio de Londres. Dois anos atrás, o lugar foi comprado por um empresário para ser um novo empreendimento imobiliário. Jonathan Ellis sabia da história do suposto estêncil de Banksy. Mandou construir tudo em torno da parede, preservada pelos pedreiros, e depois removida para restauração, descreve o excelente relato do New York Times. Mais alguns meses, e revelou-se a obra. Tem pouco mais de dois metros e estampa um policial de joelhos, preparando-se para cheirar cocaína.

Lista: Nos EUA, o chefe de gabinete é responsável pela gestão da equipe da Casa Branca — além cuidar da agenda do presidente. Antes de conversar com o homem mais poderoso do país, é preciso combinar com o chief of staff, o segundo homem mais poderoso daquela casa. De West Wing a House of Cards, passando por personagens reais, dois repórteres — um de política, o outro de cultura — listaram as pessoas mais intrigantes que já ocuparam o cargo.

Viver

“Imagine um mundo futurista absurdamente silencioso e limpo, no qual não existem mais motores queimando combustível, 100% movido pela energia do vento, do Sol e da água. Esse mundo seria técnica e economicamente viável já em 2050, dizem pesquisadores americanos”, escreve Reinaldo José Lopes. E para se obter tal façanha, seguem os pesquisadores do novo estudo, é preciso fazer uma transição imediata para energia limpa, adotando em grande escala tecnologias já existentes. As usinas solares e as de energia eólica são os pilares da mudança, defende o estudo. (Folha)

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A NFL, liga de futebol americano, é território quase exclusivo de homens, raramente aberto a mulheres e, tampouco, a gays. Mas agora existe Katie Sowers para quebrar a velha ordem das coisas. Ela é a segunda mulher a ocupar o posto de técnica-assistente num clube da liga, o San Francisco 49ers, e primeira homossexual (assumida) na história.

Somos sempre mais altos pela manhã — encolhemos um centímetro ao longo do dia. Nosso nariz é capaz de detectar um trilhão de aromas, e nossos pés somam 52 ossos, o equivalente a um quarto de todo o esqueleto humano. Os fatos “estranhamente fascinantes”, como define a Nautilus, foram compilados pela reputada revista num só infográfico, que reúne 30 dados do tipo, sobre saúde e corpo humano.

A vida real é uma alucinação controlada de nosso consciente, prega antiga teoria da neurociência. “São fantasias que às vezes — mas não sempre — coincidem com a realidade”, escreve o neurocientista Anil Seth, na revista de literatura Granta. Em texto, pois, literário, o pesquisador conta que a consciência de ser quem se é — o 'ser eu mesmo', e não um outro — interfere naquilo que captamos para criar esta alucinação que se usa chamar realidade. Ele também lembra sua experiência depois de uma anestesia geral, quando, enfim, por alguns instantes, sentiu dissolvida a consciência de ser quem era, experimentou a não-existência.

Cotidiano Digital

O e-commerce brasileiro deu sinais de recuperação da crise no primeiro semestre de 2017. Ao menos é o que dizem os números do relatorio Webshoppers 36 da e-bit, recheado de dados sobre o mercado. No total, o e-commerce faturou R$ 21 bilhões, um crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Uma das principais causas do crescimento foi a queda de preços dos produtos vendidos. Mas a informação mais relevante é sobre as vendas através de celulares, que cresceram 56,2% no faturamento e 35.9% no volume de pedidos. Cristina De Luca resumiu o relatório em seu blog.

Falando nisso... A Wallmart anunciou parceria com o Google e vai permitir que pessoas comprem seus produtos utilizando voz através do Google Assistant. É uma resposta à Amazon, que já oferece esse serviço sua assistente, Alexa. (Folha)

Depois do fiasco das baterias explosivas do Note 7, a Samsung apresentou ontem a nova versão da linha, o Galaxy Note 8, seu maior celular, que vem acompanhado de uma caneta sensível a pressão. O Engadget testou o aparelho e elogia o acabamento, a imensa tela de 6.3" e sua câmera dupla. Mas o Verge se pergunta quem estaria disposto a pagar quase mil dólares por um celular.

Um guia: Como encontrar qualquer pessoa usando a Internet.

E uma apresentação: Os slides usados na captação da primeira rodada de investimento do Uber, em 2008.

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