Lula é melhor avaliado que líderes tucanos

Uma pesquisa do Ipsos indica a profunda deterioração que a política sofreu conforme percebida pelos brasileiros. Michel Temer é reprovado por 93%. Aécio Neves e Eduardo Cunha, por 91%. Renan Calheiros, por 84%; Fernando Henrique e Dilma Rousseff, por 79%. Lula, por 66%, Marina Silva, por 65%, e Jair Bolsonaro, por 56%. Todos os caciques tucanos aparecem em posição pior do que a de Lula, com exceção de João Doria, o menos conhecido, reprovado por 53%. Mas, ao se comparar os números de aprovação, Lula está também à frente de Doria, com 32% contra 19% do prefeito paulistano. (Estadão)

Pois é: o Vem Pra Rua fez um tour da corrupção no Rio. A manifestação de pequeno porte parou em frente ao prédio onde mora Dilma, depois ao de Aécio, então ao de Pezão e, por fim, ao de Cabral. Outra manifestação pequena, também contra a corrupção, desfilou pela Paulista. (Folha)

Enquanto isso... Lula não para. No momento, o candidato petista à presidência trabalha para unir a esquerda com um discurso mais radical, que inclui bater na grande imprensa e maldizer as privatizações. Entre fevereiro e março, ele deverá retornar ao centro buscando um nome do establishment para vice. O objetivo será diminuir a rejeição. Daí partirá para buscar o empresariado.

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A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, está no meio de uma conta delicada para decidir como trata o pedido de suspeição de Gilmar Mendes. Segundo análise de Felipe Recondo, do Jota, caso Cármen leve ao pleno a decisão e os ministros se alinhem com Gilmar, ela piora a imagem pública do STF ao mesmo tempo em que irrita seus companheiros de toga, perdendo seu apoio noutras causas. É uma posição delicada. Ela precisará, politicamente, construir esta maioria.

De 2007 para cá, 80 pedidos de suspeição de juízes foram apresentados à maior corte do país. Nenhum foi analisado pelo pleno. Todos foram rejeitados pelo presidente do STF. (Estadão)

Aliás... O Supremo não fica bem na pesquisa do Ipsos. A percepção pública é de que os políticos conseguiram estancar a Lava Jato com apoio do Judiciário. Gilmar é reprovado por 67% dos brasileiros; Edson Fachin, por 51% e, Cármen, por 47%. (Estadão)

O advogado Rodrigo Tacla Duran acusa o advogado Carlos Zucolotto Junior de ter tentado intermediar seu acordo de delação premiada. Padrinho de casamento do juiz Sérgio Moro, Zucolotto teria oferecido uma pena mais leve no acordo em troca de dinheiro. Duran, que foi advogado da Odebrecht, vive na Espanha e não volta ao Brasil para não ser preso. Moro nega que qualquer conversa tenha ocorrido. (Folha)

A BBC mergulha na Renca, região entre o Pará e o Amapá, no meio da floresta amazônica, liberada repentinamente e por decreto presidencial para exploração de mineradoras. A Reserva Nacional do Cobre e Associados tem 47 mil quilômetros quadrados e, segundo o Ministério de Minas e Energia, pode revitalizar o setor, que corresponde a 4% do PIB. Mas os especialistas na região protestam: o negócio levará a um influxo de pessoas, criação de estradas, redes elétricas que causarão grande impacto numa região equivalente à Dinamarca no coração da mata. E a mudança, por decreto e repentina, não permitiu qualquer debate público sobre o tema.

Amazonino Mendes recebeu quase 60% dos votos e se elegeu governador do Amazonas pela quarta vez na vida, derrotando Eduardo Braga.

Cultura

O sambista Wilson das Neves morreu no sábado, aos 81 anos. Foi velado ao som de clássicos que gravou, em carreira solo ou tocando bateria em centenas de discos, de Elis Regina e Simonal a Sarah Vaughan e Michel Legrand. Em 1982, tornou-se baterista ‘oficial’ de Chico Buarque. Era homem dos mais elegantes, seja pela forma como se portava ou pelos bem cortados ternos que vestia, seja pela maneira como tocava. Costumava dizer, como lembrou o Globo: “Bateria se toca. A minha não apanha. Não é mulher de vagabundo”.

Ainda sobre seu estilo, Luiz Fernando Vianna escreveu, na Folha: “O jazz e o rock consagraram a ideia de que bom baterista é o que faz solos longos e acrobáticos. Quando lhe pediam algo parecido, Das Neves cortava: ‘Não vim aqui para isso’. Seu estilo nada tinha a ver com o virtuosismo de outros grandes nomes do instrumento. Aprendeu nas orquestras de bailes que o papel principal da bateria é dar o pulso do conjunto. Fazer isso bem não é pouco. E ele fazia bem como poucos.” 

Para ver/ouvir: uma seleção de vídeos/músicas com o sambista, organizada pela revista Bravo!.

Embora tenha desapontado um tanto os fãs e a crítica nos derradeiros episódios — o Guardian, por exemplo, chamou-a de ‘a mais boba’ das séries —, Game of Thrones “está aí para nos lembrar de que a TV tradicional ainda tem algumas armas poderosas na luta contra as mudanças impulsionadas pela revolução digital”, afirmou Mauricio Stycer, na Folha. “É preciso tirar o chapéu para a HBO por revigorar a experiência ‘comunitária’ de assistir televisão. Não mais na sala de casa, mas nas redes sociais.” Nas principais delas, lembra o colunista, GoT tem cerca de 33 milhões de fãs, muitos dos quais se comunicam a cada episódio e, assim, alimentam a TV.

"Uma coisa que o episódio final fez foi devolver ao público mais adulto e mais versado em dramaturgia os bons diálogos entregues pelos melhores atores da série”, escreve Luciana Coelho, em crítica na mesma Folha. Alerta: o texto contém spoilers do início ao fim.

Feito existe um vinho ideal para cada menu, há uma maconha para cada série — a julgar pela nova ação da Netflix. A empresa cultivou e desenvolveu variedades de maconha para 10 de suas produções originais. Cada uma foi criada a partir do perfil da série em questão. No caso das comédias, por exemplo, a espécie predominante no ‘blend’ é a Cannabis indica; já os dramas vão melhor com a sativa. Por ora, a chamada "Coleção Netflix" de maconhas só foi à venda no último fim de semana, num evento na Califórnia.

Em tempo: a ação é parte da estratégia para divulgar sua nova série, Disjointed, que se passa numa loja de maconha.

Muito discretamente, e sem contar para ninguém, a Globo pôs o app Globo Play à disposição para quem usa Android TV. É o sistema das TVs Sony e Philips mais novas.

Para Gal Costa, Folhetim. Para Cacá Diegues, Morro Dois Irmãos. Para Bibi Ferreira, Gota d’Água. Eles estão entre as 40 personalidades ouvidas pela Folha para uma enquete sobre as canções mais icônicas de Chico Buarque, que acaba de lançar disco novo. 

Viver

Uma tempestade tropical batizada Harvey trilhou um caminho de destruição nos Estados Unidos. Primeiro, devastou o litoral texano, deixando ao menos dois mortos já confirmados. Depois, adentrou pelo interior e inundou Houston, principal cidade do estado e quarta maior do país. Estradas foram fechadas, centenas de texanos estão sem luz. Segundo órgão federais, a recuperação pode levar anos, informa o Globo

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“É importante lembrar disto: a liberdade de expressão sustenta todas as outras liberdades das quais desfrutamos. Sem ela, a democracia é uma farsa. Toda liberdade que possuímos ou queremos possuir (habeas corpus, devido processo legal, sufrágio universal, liberdade de reunião, representação sindical, igualdade sexual, preferência sexual, direitos das crianças, dos animais – entre outros) deve ser refletida, debatida e escrita livremente.” Assim disse o escritor inglês Ian McEwan a formandos do Dickinson College, em 2015. O Estadão publica agora a íntegra do texto, inédito em português, atualíssimo.

Se hoje a existência de atletas potentes qual Usain Bolt são uma magnífica combinação de acasos (e treinamento), no futuro, estes seres “fora da curva em termos genéticos cujo desempenho não encontra rivais”, como define o físico Stephen Hsu, serão beneficiados pela tecnologia genômica. A edição de genes poderá aumentar a capacidade atlética da população em geral, “criando Bolts mais velozes que Bolt”. A Folha traduz texto do cientista publicado originalmente na Nautilus. No artigo, Hsu conclui: “Em 2100, o esporte mais popular pode ser o combate entre gigantes de 2,5 metros, capazes de piruetas de balé seguidas de chutes na cabeça e manobras complexas de jiu-jitsu. Ou uma corrida de 100 metros rasos muito, muito rápida. E sem necessidade de doping". 

Investindo pesado em energia limpa e na redução de suas emissões de carbono, a Austrália comemora: um novo índice, que será recalculado todo mês, mostra que as fontes renováveis já geram energia suficiente para 70% das casas dos australianos. E este percentual pode chegar a 90% em breve, tão logo se concluam as grandes obras (em andamento agora) para gerar mais energia limpa, solar e eólica. 

Cotidiano Digital

Dara Khosrowshahi, o executivo nascido no Irã e criado nos EUA que vinha no comando da Expedia, deve ser o novo CEO da Uber. Criada pela Microsoft nos anos 1990, hoje independente, a Expedia reúne uma série de sites ligados a viagens como Hotels.com e Trivago. No novo emprego, Khosrowshahi terá duas missões. A primeira, tornar o ambiente minimamente tolerável — a agressiva cultura interna, principalmente contra mulheres, é percebida como um dos maiores desafios da empresa. E há também o problema do dinheiro. A empresa ainda não é lucrativa, com perdas que passam dos US$ 100 milhões por mês, e enfrenta a ascenção de concorrentes como Lyft (nos EUA) e Cabify (na América Latina e na Europa).

O Facebook convida os veículos de imprensa a fazer o upload de suas logomarcas. O objetivo, com o passar do tempo, é permitir que as marcas estejam em evidência nos links. Seria uma forma de combater o noticiário falso. A rede planeja também ajudar sites jornalísticos a conquistar novos assinantes.

Na análise de Adam Leonard, diretor da empresa de design digital Matter Inc, podemos estar próximos de uma era da tecnologia calma. Conforme as aparelhagens das casas e escritórios se ligam à rede e os comandos de voz se tornam mais comuns e eficazes, é possível que deixemos de precisar ficar conferindo o celular a toda hora. A internet estará por toda parte e não mais concentrada num aparelho dentro do bolso. A neurose digital pode ter fim.

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