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A onda cultural sul-coreana

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A boyband sul-coreana BTS lançou o seu novo álbum Map of the Soul: 7. O grupo não só é o maior representante do k-pop, mas é um fenômeno na música. Entre os vários recordes que coleciona está o de discos vendidos em 1° lugar, em menos tempo, nas paradas da Billboard – ultrapassando inclusive os Beatles. O sucesso deles vem acompanhado de um momento único que a Coreia do Sul está vivendo culturalmente. Este ano, Parasita se tornou o primeiro filme de idioma estrangeiro a ganhar o maior prêmio no Oscar. Tudo isso não é por acaso. Nos últimos 20 anos, o governo sul-coreano se dedicou à exportação de sua cultura para promover a chamada onda coreana, ou hallyu, ao investir em diferentes setores, como música pop, coreografias, quadrinhos, séries, novelas e cinema. Em 2018, essa onda cultural garantiu uma renda para o país superior a US$ 7,4 bilhões — o k-pop sozinho gerou US$ 4,7 bilhões.

O estalo para o investimento público na cultura veio em 1997, devido ao sucesso da novela sul-coreana na China, What is Love. No ano seguinte, o Ministério da Cultura teve verba reforçada e ganhou, entre vários, um setor dedicado à cultura popular, depois apelidado de departamento k-pop. Em 2005, o governo até criou um fundo de US$ 1 bilhão voltado ao gênero musical. Os investimentos começaram voltados para produtoras musicais. Entre 1995 e 1998 surgiram SM, JYP e YG, hoje as três maiores do ramo, dentre mais de três mil. Elas já não são mais dependentes do governo e lucram, além da música, com o merchandise dos seus artistas e forte presença nas redes sociais. O incentivo fez o país passar de 30º a 6º maior mercado de música do mundo de 2007 a 2017. Nesse meio tempo, em 2012, teve o seu grande sucesso mundial, o Gangnam Style (YouTube).

O cinema também foi um dos beneficiados. Ainda na sua ditadura, a Coreia do Sul criou, em 1966, um sistema de cotas para filmes nacionais nos cinemas do país. O programa previa um mínimo de dias de exibição para suas produções. Essa política foi acompanhada de uma reforma educacional que incluiu o cinema no currículo escolar. As produções nacionais foram se tornando tão relevantes que o governo americano pressionou o país, em 2006, para reduzir o sistema de cotas pela metade para dar mais espaço para os filmes de Hollywood. Mesmo assim, a popularização do cinema nacional já era perceptível, o que fez grandes empresas, como Samsung e Hyundai investirem no setor.

Todos esses projetos culturais ainda são acompanhados de uma mobilização do governo ao redor do mundo. São promovidos eventos como shows, competições e aulas de dança e canto. Desde 1998, já foram criados 33 centros culturais em outros países. A rede de televisão estatal coreana também produz filmes, séries e novelas voltadas para um público internacional.

Mas a presença do governo tem suas críticas. Os grupos de k-pop, por exemplo, são formados por meio de testes competitivos. A partir dos 10 anos, crianças já frequentam escolas especiais, onde recebem aulas de canto e dança, aprendem a ter um comportamento público, devem seguir um padrão de beleza e se preparar para a vida como uma estrela pop. As gravadoras coreanas já foram acusadas de impor um controle sobre a vida de seus artistas. As críticas pioraram depois do suicídio de dois cantores ano passado. Além disso, o k-pop sofre um tipo de censura e não pode tratar de temas considerados controversos em suas músicas, como drogas e referências sexuais. O resultado são canções com uma mesma estética e com letras mais inocentes, voltadas para o público mais jovem.

Mesmo assim, o hallyu se tornou modelo para outros países asiáticos. Empresas chinesas estão fazendo parcerias com companhias de entretenimento sul-coreanas para aprender como promover a cultura da China internacionalmente. O mesmo no Japão. O país até criou a sua própria onda chamada Cool Japan.

Aliás. Escute o novo álbum do BTS.

E… uma lista de 10 filmes sul-coreanos para ver na Netflix.

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