O xadrez político no ataque ao Isis, no Iraque

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18 de outubro de 2016

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O xadrez político no ataque ao Isis, no Iraque

Começou na segunda-feira a ofensiva iraquiana contra o Estado Islâmico na cidade de Mossul, localizada ao norte do país. O desafio militar, que não é pequeno, é o de menos. A crise humanitária que seguirá à queda do Isis tem potencial dramático. Quando foi tomada pelo grupo radical, em 2014, Mossul era a segunda maior cidade do Iraque, com 2,5 milhões de habitantes. Hoje vivem lá um milhão. Não se têm ideia de quantos podem morrer no processo da tomada, a infraestrutura urbana está muito danificada e é difícil avaliar qual será o nível de ajuda necessário depois. A ofensiva a Mossul, no entanto, vai muito além. É xadrez geopolítico dos mais complexos.
 
Dentro do Iraque, o premiê Haidar al-Abadi enfrenta a oposição do antecessor, Nuri al-Maliki. Ambos são xiitas, o grupo majoritário no país. Abadi faz pontes com as minorias curda e sunita, enquanto Maliki, isolacionista, aposta no fracasso da operação. Já os países do Golfo, todos sunitas, desconfiam das intenções de Abadi. Um xiita moderado forte, para eles, continua um potencial aliado do Irã e boa parte dos conflitos no Oriente Médio se explicam pelas desconfianças mútuas entre xiitas e sunitas. Assim, apesar do amplo apoio americano à ofensiva, apenas o Kuwait contribuiu para o fundo de reconstrução de Mossul. Arábia Saudita, Emirados Árabes, Bahrain e Catar olharam para o lado. Desejam a derrota do Isis, mas não o fortalecimento do Iraque.
 
Mossul é a maior cidade sob o comando do Isis. No jogo do presidente Barack Obama, a batalha deve ser travada pelos próprios iraquianos com apoio logístico e de inteligência de EUA, Reino Unido e França na retaguarda. Se necessário, acompanham poucos bombardeios estratégicos. Mossul tomada, obrigaria os militantes a buscarem refúgio na Síria. É o que teme a Rússia: a Síria é sua área de influência há décadas. Por isso Moscou acirrou os bombardeios a Alepo, que embora não dominada pelo Isis é o principal foco da guerra civil do país. O desejo é livrar-se rapidamente desta frente para poder se concentrar noutra que pode surgir.
 
E as peças estão mexendo rápido no tabuleiro.

Curtas

Julian Assange perdeu acesso à internet. A rede do fundador do Wikileaks foi cortada pela embaixada do Equador em Londres, onde ele vive asilado desde 2012. Assange vem fazendo uma série de vazamentos para minar a candidatura da senadora Hillary Clinton à presidência dos EUA, ao que tudo indica com a cooperação russa.

Hillary, aliás, vai dar uma entrevista ao Snapchat. Quer falar com os jovens. O vídeo, que vai ao ar às 8h (Brasília), ficará disponível por 48 horas. Há uma prévia no Recode.

O ex-presidente Lula assina artigo de página inteira na Folha de hoje. Diz que as acusações contra ele são falsas e atuam contra o projeto de um Brasil mais justo. Nega atos desonestos, afirma que a prisão de dois ex-ministros interferiu no resultado da eleição municipal e que o Estado de Direito está sendo violado no Brasil

José Dirceu teve a pena pelo Mensalão perdoada pelo STF. Continua preso na Lava Jato.

Um comício do então candidato a vice-presidente Michel Temer, na quadra da Portela, custou R$ 204 mil. A caminhada de Dilma, no centro do Recife, saiu por R$ 416 mil. Um ato pela Igualdade Racial, no interior de Minas, R$ 302 mil. José Casado levantou os números inacreditáveis da campanha presidencial que venceu as eleições de 2014. (Globo)

O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, foi autorizado pelo STF a aprofundar investigação sobre o senador Aécio Neves (PSDB). Segundo delação do ex-senador Delcídio do Amaral, o tucano foi protegido pelo Banco Rural, que maquiou os números entregues à CPI dos Correios.

Na madrugada entre domingo e segunda, houve um ataque a tiros ao comitê do tucano Nelson Marchezan Júnior, que disputa a prefeitura de Porto Alegre. Os tucanos, por sua vez, são acusados de invadir a sede do PMDB de seu adversário, Sebastião Melo. Ontem à tarde, foi encontrado morto o coordenador da campanha de Melo, Plínio Zalewski. A polícia suspeita suicídio. A Justiça Eleitoral suspendeu por 24 horas a propaganda de rádio e TV na capital gaúcha. (Zero Hora)

Ibope: Arthur Virgilio (PSDB) tem 50% das intenções de voto em Manaus contra 39% de Marcelo Ramos (PR). O instituto também divulgou pesquisas em Maceió, Porto Velho, Ribeirão Preto e Sorocaba.

Houve conflito entre PMs e manifestantes contra a PEC do Teto, no Rio de Janeiro. No mesmo dia, assumiram seus cargos o novo secretário de Segurança do estado e o novo comandante da PM. (Globo)

Educação e saúde não serão os principais afetados pela PEC do Teto. Segundo o economista Raul Velloso, são os benefícios do setor público que devem ser mexidos. (Folha)

Apesar de a Petrobras ter reduzido o preço do diesel e da gasolina, os postos estão resistindo e ainda não mudaram os valores na bomba.

Viver

Para ler com calma: esta é a história de Maha Jean Mamo, uma moça de 26 anos nascida no Líbano de pais sírios e cujo único documento é um tipo de passaporte brasileiro que ninguém conhece. Ela é apátrida. Sua história nos faz sentir bem a respeito da generosidade brasileira. E muito mal a respeito do Brasil.

A temperatura média em São Paulo, durante a segunda-feira, chegou a 35,1°C. No Rio, os termômetros passaram dos 37°C à tarde. Em Brasília, a madrugada foi a mais quente do ano. Segundo o Climatempo, as temperaturas devem permanecer altas até o fim de semana.

A nova temporada de Planeta Terra, a série da BBC que produziu imagens do mundo natural nunca vistas com tanta resolução, ainda não tem data de estreia. Mas seu trailer saiu.

A Agência Espacial Japonesa colocou no ar o primeiro vídeo em alta resolução produzido na Lua.

A campanha #AVidaDeRobson, espalhada por outdoors e sinais diversos pelas principais cidades do país, é da Associação Brasileira de Out of Home (Abooh). Conforme revela o Meio & Mensagem, o objetivo é mostrar que a propaganda de rua gera burburinho até nas redes sociais. Estão conseguindo.

Cultura

Para ler com calma: nossa relação com música mudou radicalmente. Ouvimos mais e, no entanto, a experiência passou a ser menos social e mais pessoal, com fones de ouvido. A indústria já é outra e segue novas regras. Na Bravo!, Guilherme Werneck disseca a transformação.

Um dos expoentes do novo fado, o português António Zambujo, acaba de lançar o disco Até pensei que fosse minha, de homenagem e só com músicas de Chico Buarque. Chico, aliás, faz dueto na faixa Joana Francesa. O Estadão entrevistou Zambujo e o álbum já pode ser ouvido no Spotify.

Gilberto Gil compôs música para Roberta Saretta, sua cardiologista. Depois filmou e publicou no Instagram.

A turma do Nobel ainda não conseguiu avisar Bob Dylan do prêmio.

Cotidiano Digital

O Uber brasileiro não alerta mais que incluiu um multiplicador dinâmico ao preço da corrida. Agora ele apenas indica qual o preço final esperado.

Celular serve para usar redes sociais, informa pesquisa brasileira. Emails em segundo. Falar ao telefone é só o terceiro motivo.

Sid Meier’s Civilization VI, a nova geração do popular jogo de estratégia, chega em 21 de outubro. O trailer está no ar.

E… que bonitinho =)

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