“Um juizeco de primeira instância não pode, a qualquer momento, atentar contra um poder”, disse o presidente do Senado, Renan Calheiros. “Busca e apreensão no Senado só pode se fazer por decisão do Supremo Tribunal Federal.” O que o vídeo da TV Senado não mostra é a complementação. Renan chamou os métodos da PF de fascistas. Classificou a operação no Parlamento, sexta-feira, de crise institucional. E voltou suas metralhadoras contra o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, “um chefete de polícia”.
Embora a mensagem seja a mesma, a posição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi mais cautelosa. “Uma coisa é você fazer uma operação contra uma pessoa que desviou, outra é entrar numa instituição.” Pelo menos um ministro do Supremo, Gilmar Mendes, concorda com os dois.
Em resposta, o presidente da Associação dos Juízes Federais, Roberto Veloso, cortou: “Esse comportamento é típico daqueles que pensam que se encontram acima da lei”. O juiz lembra que o crime foi a varredura de grampos pela Polícia Legislativa, não no Senado, mas nas residências dos parlamentares.
Renan demorou três dias para se manifestar, entre sexta e segunda. Na semana seguinte à prisão de um ex-presidente da Câmara, há uma briga pela delimitação de espaços em curso na capital federal. (Estadão)
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